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Conheça Galoppo: meia versátil que encantou Ceni, sonha com o Brasil e faz São Paulo negociar com investidor

LANCE! destrincha carreira e negociação de promessa argentina, já sondada anteriormente pelo River, para ser o novo reforço do Tricolor para o meio-campo

Giuliano Galoppo contra o Santos
Galoppo em ação contra o Santos, em duelo válido pela Copa Sul-Americana (Foto: TYC Sports)

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Com 23 anos, Giuliano Galoppo é um dos nomes mais falados atualmente no futebol argentino. Os motivos são variados. Vem desde o gol de voleio marcado sobre o Boca Juniors na vitória por 3 a 0 do Banfield, em plena La Bombonera, no último dia 1º, pelo Campeonato Argentino, até, claro, o interesse público do São Paulo.


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O presidente do modesto clube argentino revelou publicamente a oferta do Tricolor: US$ 4 milhões (cerca de R$ 21,6 mi), o que foi prontamente recusada.

- São Paulo nos disse que tinha entre 48 e 72 horas para fechar um reforço. E este é o dinheiro disponível. Mas não aceitamos a primeira oferta. O advogado do clube brasileiro ficou aqui para continuar conversando. Agradeço muito o que ele fez, porque veio a Buenos Aires e conversou tudo conosco - disse o mandatário do Banfield, Eduardo Spinosa, ao 'Diário Olé'.

A contraproposta dos argentinos é de US$ 6 milhões (quase R$ 32,5 milhões). Obviamente um dinheiro que o Tricolor não tem disponível atualmente para contratações. Mas quais os motivos que levam o São Paulo a seguir com o negócio? O LANCE! apurou que a gestão Julio Casares vê a negociação como um 'divisor de águas' para o clube.

Giuliano Galoppo no Boca- São Paulo
Galoppo nos tempos de Boca (Foto: Acervo Pessoal)


1 - Futebol brasileiro é atraente para joia do Banfield

Galoppo é formado pelas categorias de base do Atlético Rafaela, clube modesto atualmente na segunda divisão da cidade de mesmo nome onde nasceu. 

Especialistas em futebol argentino ouvidos pelo L! apontam que o meia perdeu a ambição em atuar pelas grandes camisas locais pela frustração vivida em 2014, quando passou em uma peneira do Boca e se mudou para a capital Buenos Aires.

No pouco menos de um ano vivido em La Bombonera, foi duramente criticado pelos treinadores, considerado lento e acabou dispensado. Voltou a Rafaela e posteriormente foi descoberto por olheiros do Banfield, de onde nunca mais saiu.

- Fiquei no Boca em 2014, mas depois fiquei livre, voltei para Rafaela e em 2016 tive a oportunidade de vir para o Banfield. E dou tudo por essa  camisa - disse a revelação, em entrevista ao portal 'TYC Sports'.

A experiência no Boca o fez admirar outros mercados. E o Brasil entrou no radar pelos valores maiores que as transferências para a Europa rendem aqui em comparação com a Argentina. Fora questões salariais, também bem maiores por aqui, e a admiração da torcida local por atletas portenhos.

Conforme o L! revelou, Galoppo já tem acertada as bases salariais com o São Paulo. Definiu contrato até 2027. E por isso vem auxiliando o Tricolor nas negociações com o Banfield, inclusive oferecendo porcentagem de seus direitos a serem mantidas ao clube para gerar renda em caso de uma venda futura

- Tenho o objetivo de poder jogar no futebol europeu, poder dar o salto para ter uma chance na seleção argentina. Se isso acontecer, melhor, mas o tempo dirá - completou a joia argentina.

Parte desse interesse em atuar no Brasil vem de berço. Giuliano é filho de Marcelino Galoppo, atacante com carreira mediana que passou pelas categorias de base da seleção argentina, Racing, futebol escocês e chegou a ser sondado para atuar em Cruzeiro e Fluminense nos anos 90.

A outra parte vem da posição do Banfield mesmo, que recusou oferta do River Plate em junho para liberá-lo e se nega a negociar suas revelações com os times grandes do país vizinho.

- É muito difícil reter nossos talentos, mas há jogadores que não vamos vender na Argentina. Galoppo é um deles - sacramentou Spinosa, à revista 'El Gráfico'.

Giuliano Galoppo e o pai
Galoppo e o pai, ex-atacante do Racing (Foto: Acervo Pessoal)


2 - Ceni se encantou com meia e Tricolor corre atrás

A primeira vez que Rogério Ceni ouviu falar de Galoppo foi em abril, após o Campeonato Paulista. O departamento de análise e o gerente Rui Costa vinham há pelo menos um ano levantando dados sobre o meia. E entregaram o relatório produzido ao treinador, que pediu filmagens das partidas para analisar seu posicionamento em campo.

Não poderia haver época melhor. Galoppo atravessa o melhor momento da carreira. Justamente atuando como Ceni queria, flutuando em todas as posições do meio-campo, seja de segundo volante, ajudando na marcação, à armação, dos dois lados do campo. Mais do que propriamente substituir Gabriel Sara, vendido ao futebol inglês por mais de R$ 60 milhões, o argentino possui as mesmas características de Igor Gomes, que desperta paixões no comandante tricolor. 

Assim, assumindo a posição de coração da equipe, Galoppo é o maior destaque do Banfield, décimo colocado do Campeonato Argentino, mas à frente de Boca Juniors e River Plate.

Em 27 jogos nesta temporada, marcou oito gols - é o artilheiro da equipe no ano - e deu duas assistências. Além disso acumula números positivos: 67% de acerto no passe longo, 146 bolas recuperadas e 55 desarmes.


Três integrantes da equipe de análise tricolor viram Galoppo ao vivo no dia 24 de maio, quando o meia ajudou o Banfield a segurar um empate em 1 a 1 com o Santos mesmo com dois jogadores expulsos em plena Vila Belmiro, pela Copa Sul-Americana. E iniciaram os contatos com a diretoria do clube argentino na concentração em Santos (SP) para sondar a contratação.

- A gente estava atento há muito tempo nele, estamos há muito tempo, toda hora vendo jogo desse cara. Mostramos ao Rogério, que aprovou a contratação. Mas o Banfield tem uma parte financeira muito forte.  O jogador não quer ficar na Argentina. Mas sem investidor não tem como trazer - disse o coordenador de futebol do São Paulo, Muricy Ramalho, ao 'TNT Sports'

Definido o preço cobrado pelos portenhos, a cúpula são-paulina corre atrás do dinheiro. O mandatário Julio Casares quer usar o argentino como o projeto pioneiro no clube de contratar reforços com ajuda de investidores. Quem são? Ninguém sabe. Só Casares, o diretor de futebol Carlos Belmonte, Muricy e Ceni. Para não estragar as conversas, o sigilo vem sendo absoluto. Há confiança pela crença de que Galoppo poderia render na revenda posterior.

- Está engatilhado. Nós estamos tratando há algum tempo. É como um patrocinador e claro que tem contrapartida. Investidor quer alguma coisa, é nesse sentido. A gente não tem outra saída para contratar - disse Muricy.

As pistas sobre quem poderá pagar a conta por Galoppo são dadas por Muricy. É um iniciante no meio do futebol, que já trabalhou com Casares em outros projetos.

- Vamos anunciar o mais rápido possível.  E o objetivo é contratar gente de futuro , mais jovem, que pode fazer negócio depois. Senão o investidor não quer. Tem que ser importante para o São Paulo, mas para ele também - completou o ex-técnico.

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