Parte do Conselho do Palmeiras se une para impedir São Paulo de jogar no Allianz Parque
Membros de órgão do Verdão ameaçam até ir à Justiça para impedir 'visita' de Tricolor
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A rivalidade entre Palmeiras e São Paulo pode ganhar novos e profundos capítulos em breve. Isso porque cerca de 30 conselheiros do clube alviverde, após reunião do órgão na última quinta-feira (2), redigiram uma ata entregue à presidente Leila Pereira exigindo a suspensão imediata do acordo para que o rival tricolor use o Allianz Parque.
O Verdão faz o clássico contra o Santos neste sábado (4), no Morumbi, pelo Campeonato Paulista, pelo fato de sua arena estar alugada para a realização de um Carnaval corporativo. Quase 40 mil ingressos já haviam sido vendidos até a conclusão desta reportagem.
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Conforme o LANCE! revelou, o uso da casa são-paulina foi um pedido do técnico Abel Ferreira, satisfeito com as condições do gramado e pouco disposto a forçar o elenco a enfrentar alguma longa viagem.
De olho em uma oportunidade, a diretoria são-paulina surpreendeu os palmeirenses e não só aceitaram ceder o Morumbi, como propuseram um acordo para o Tricolor usar o Allianz Parque quando seu estádio estiver impossibilitado de receber partidas. Com o contrário também acontecendo.
E a reciprocidade tem data para acontecer. O Palmeiras aceitou a proposta do São Paulo para usar o Allianz Parque entre os dias 10 e 18 de março, quando o Morumbi receberá seis shows da banda britânica de pop-rock Coldplay. Para estas datas estão previstas as realizações das quartas e semifinais do Paulistão.
Nos dois casos, as diretorias acertaram que não havia cobranças de taxas excedentes àquelas normais do operativo dos jogos.
Mas, se do lado são-paulino não houve grande barulho pelo 'acordo informal' entre os rivais, no palmeirense foi diferente. Ao L!, fontes que frequentam a vida política do Verdão esperam por uma resposta da presidente 'em caráter de urgência'. E ameaçam entrar na Justiça para suspender qualquer jogo do Tricolor no Allianz Parque sob o pretexto de 'risco máximo de segurança'.
- Entendemos que jogar no estádio do Morumbi não é um problema. A seguir, vamos destacar os motivos pelos quais há enorme diferença entre jogar lá e recebê-los aqui. Não custa lembrar que bem recentemente, no dia 23/08/2020, o Palmeiras enfrentou o Santos no Morumbi, sem que houvesse nenhuma reciprocidade. Pagamos o aluguel e pronto - destaca trecho da ata, repassada à reportagem.
- Há riscos claro de segurança. Isso porque o Morumbi no passado era utilizado pelos rivais do São Paulo para mandar seus jogos grandes. E o estádio do tricolor (sic) tem ruas mais largas, enquanto o Allianz Parque tem seu entorno recheado de lojas do Palmeiras e sedes de torcidas organizadas, algo que poderia gerar conflitos em dia de jogo. Além disso, as entradas de nossa parte social ficam próximas ao estádio - completa o texto.
Em contato com a reportagem do LANCE!, o Palmeiras enviou uma nota oficial alegando que tudo foi feito com autorização dos órgãos de segurança e fez a ressalva de que os conselheiros que se uniram para a redação desse pedido foram da oposição da gestão. Confira o que diz o Verdão:
"A atual gestão do Palmeiras ressalta que o acordo com o São Paulo foi feito com a autorização dos órgãos de segurança e em conformidade com o Departamento de Futebol, que priorizou aspectos técnicos, entre eles a qualidade do gramado do Morumbi. Se quisermos melhorar o futebol como um todo, temos de deixar de lado antigas divergências e olhar para frente".
Um dos trechos da ata relembra fatores passados para justificar também porque o Palmeiras não deveria deixar o rival jogar em sua casa.
- Ao longo da história, foram diversas as ocasiões em que o São Paulo Futebol Clube atentou contra o Palmeiras, inclusive nossa casa. Foi assim em 1942 , quando articulou a tomada do nosso patrimônio. Em 1994 , o rival esburacou o próprio gramado para que não pudéssemos jogar lá em uma partida cujo mando era determinado pela Federação Paulista. Em 2005, pelas oitavas de final da Libertadores, o clube da Vila Sônia tentou impedir que jogássemos a partida com mando do Palmeiras em nosso estádio, obrigando a PM a fechar quase um terço das arquibancadas. Em 2014, após tumultuar as negociações de renovação de um jogador com o Palmeiras, o então presidente do São Paulo apareceu comendo bananas e ridicularizando nossa instituição, a quem dizia estar se 'apequenando'.
PRECAUÇÃO E HISTÓRICO
Pelo lado tricolor, medidas serão implementadas para o jogo deste sábado. O L! revelou que o clube reforçará sua segurança, assim como a Polícia Militar o seu efetivo.
A preocupação de conselheiros e pessoas da cúpula são-paulina é que haja danos em todo o Morumbi. Nos bastidores, são esperados atos como quebra de banheiros, mas a situação vai além.
Desde que se tornou 'único' no Morumbi, o São Paulo fez uma série de intervenções no estádio, como a construção de camarotes temáticos e pinturas personalizadas nos acessos das arquibancadas. para este ano, por exemplo, cada uma das 12 saídas foi nomeada com algum titular da conquista do Mundial de Clubes de 1992, além do técnico Telê Santana. Este ganhou uma estátua recentemente.
Com a PM, que auxiliará a segurança são-paulina na parte internet, há a precaução quanto à sede da torcida Independente, principal organizada do Tricolor, cuja sede fica em frente ao principal portão e acesso às arquibancadas.
Conforme o L! revelou, o empréstimo do estádio faz parte da tentativa de se estabelecer uma relação cordial entre os rivais.
O último jogo do Palmeiras no Morumbi com mando do time alviverde e com torcida foi em 23 de setembro de 2007, vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians, em clássico disputado pelo segundo turno daquele Campeonato Brasileiro.
O último jogo 'só com palmeirenses' no estádio são-paulino foi a final da Copa Libertadores de 2000, em 21 de junho, em que o Boca Juniors acabou campeão nos pênaltis após empate em 0 a 0.
Palmeiras e Santos se enfrentaram no Morumbi em 23 de agosto de 2020, pelo Campeonato Brasileiro daquele ano, com vitória do Verdão por 2 a 1, mas a partida, disputada durante a pandemia de Covid-19, não teve presença de público.
Pelo lado são-paulino, o último jogo do Tricolor como mandante no Parque Antártica foi em 1995, quando perdeu por 2 a 1 para a Portuguesa, pelo Campeonato Paulista.
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