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Coordenador de futebol do São Paulo, Muricy completa 66 anos e clube exalta ‘vida de trabalho pelo Tricolor’

De volta ao Morumbi desde janeiro, ex-jogador e ex-técnico são-paulino é parabenizado por aniversário enquanto o time vive fase difícil no Brasileirão e crise financeira fora de campo

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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 30/11/2021
13:57
Atualizado em 30/11/2021
21:23

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Lendário personagem da história do São Paulo, pelo qual foi jogador, técnico e também auxiliar de Telê Santana logo após um período glorioso do time na primeira metade da década de 1990, Muricy Ramalho completou 66 anos nesta terça-feira e foi parabenizado pelo clube por meio de um grande texto em seu site oficial e também através de publicações feitas em suas redes sociais. Em uma delas, ele aparece cortando um bolo que ganhou pelo seu aniversário.

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Depois de um período fora do Tricolor e no qual chegou a trabalhar como comentarista, Muricy retornou ao clube em janeiro após aceitar a proposta para se tornar o coordenador de futebol são-paulino. Com esse cargo, ele foi campeão paulista ao lado do técnico Hernán Crespo no primeiro semestre, quando a equipe encerrou um jejum de 16 anos sem títulos estaduais.

Muricy Ramalho - CT da Barra Funda
Muricy nesta terça no CT do Tricolor (Foto: Erico Leonan/saopaulofc)

Agora novamente ao lado de Rogério Ceni, que no mês passado foi contratado para assumir o lugar do demitido treinador argentino, Muricy tenta usar a sua larga experiência para ajudar o São Paulo a se livrar do rebaixamento à Série B e também a realizar um bom final de campanha neste Campeonato Brasileiro.

Ao parabenizar o aniversariante, o clube destacou que o mesmo "tem uma vida dedicada a seu trabalho – quase totalmente uma vida de trabalho pelo Tricolor" e lembrou também que o ex-técnico foi formado como jogador nas categorias de base são-paulina, antes de se destacar com a camisa do time profissional.

- Revelado pelas categorias de base do Tricolor, Muricy jogou no São Paulo em quase toda a década de 1970, como meia ou ponta de lança. Campeão Paulista de 1975 e dotado de muita habilidade com a bola nos pés, chegou a ser considerado uma das grandes promessas do futebol brasileiro após Pelé, mas uma contusão grave no joelho direito, em 1977, alterou essa perspectiva - recordou o São Paulo na nota publicada nesta terça-feira em seu site oficial.

Em seguida, o clube destacou o papel importante que o ex-jogador teve para a conquista do título do Brasileirão daquele ano, quando superou o Atlético-MG na final da competição, mesmo sem poder atuar por estar lesionado. Na época, ele "resgatou" o então suspenso Serginho Chulapa em um bar para que o mesmo fosse até o Mineirão para a decisão e gerasse um sentimento de incerteza nos atleticanos, que então não sabiam que o clube paulista não havia conseguido efeito suspensivo para colocar o artilheiro em campo. O ex-atacante não atuou, mas o fator psicológico provocado pela sua presença inesperada no estádio teve um fator psicológico importante para o Tricolor.

- Impossibilitado de jogar, ainda deu uma imensa contribuição para a conquista do primeiro campeonato brasileiro do Tricolor: nos bastidores! O São Paulo não teria Serginho, suspenso pelo STJD depois da semifinal, pelo ataque ao bandeirinha do jogo contra o Botinha; o Atlético Mineiro não teria também Reinaldo, suspenso pelo colegiado por expulsão contra o Fast de Manaus. Rubens Minelli – que comandaria o time via radinho – mandou, de última hora, que Serginho fosse a Belo Horizonte para ser integrado ao grupo e que aparecesse no vestiário paramentado com o uniforme de jogo. Foi aquele alvoroço! A imprensa achou que o Tricolor havia de fato conseguido o efeito suspensivo - relembrou o São Paulo ao citar o episódio ocorrido há 44 anos.

- Desconcentrados pelo diz-que-me-diz dos corredores, os mineiros foram surpreendidos pela melhor postura dos jogadores do São Paulo. E tudo isso graças a Muricy, que foi o responsável por encontrar o centroavante em algum bar da zona norte da capital paulista e obrigá-lo a ir a Belo Horizonte - reforçou.

DISCÍPULO DE TELÊ SANTANA

Muricy iniciou a sua carreira como treinador em 1993, comandando o Puebla, do México, que foi o seu último time como jogador.  Porém, já naquele mesmo ano ele retornou ao São Paulo ao aceitar o convite para dirigir a equipe da categoria infantil do clube. Foi então o primeiro passo na função para depois se juntar à comissão técnica de Telê Santana, que foi o seu grande mentor.

- Rapidamente foi subindo na hierarquia do clube, passando pelos juniores e tornando-se auxiliar técnico do Mestre Telê Santana, com quem aprendeu muito, conquistando seus primeiros títulos na função: a Copa Conmebol, em 1994, com o "Expressinho", e a Master Conmebol de 1996 - lembrou o clube, que também lembrou que Muricy escolheu Rogério Ceni como cobrador oficial de faltas do São Paulo já a partir do primeiro jogo do ex-goleiro como titular.

LONGA TRAJETÓRIA E TÍTULOS COMO TÉCNICO E JOGADOR

Como treinador do São Paulo, Muricy foi campeão da Copa Conmebol de 1994, da Copa Master Conmebol de 1996 e conquistou três títulos brasileiros em sequência entre os anos 2006 e 2008. Já como coordenador, ele voltou a levar um troféu pelo clube com a campanha vitoriosa do Paulistão deste ano. Já como jogador, ele ganhou o torneio estadual pela equipe em 1975 e fez parte do grupo são-paulino que faturou o Brasileirão de 1977, mesmo sem jogar.

Nesta trajetória de décadas pelo São Paulo, Muricy disputou 185 partidas como atleta do time profissional, pelo qual marcou 28 gols. Já como treinador, ele dirigiu o Tricolor em 474 partidas ao total em três passagens pelo comando.

Agora como coordenador, o ex-técnico tenta ajudar o São Paulo engrenar dentro de campo enquanto o clube enfrenta sérios problemas financeiros, que foram admitidos pelo próprio Rogério Ceni após a vitória por 2 a 0 sobre o Sport, no último sábado, no Morumbi. Nesta quinta-feira, com a chance de livrar de vez o risco de rebaixamento, o Tricolor enfrentará o Grêmio, às 20h, em Porto Alegre, em confronto válido ainda pela 35ª rodada do Brasileirão.

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