Dorival Júnior deu entrevista coletiva neste sábado, após vencer o Atlético-PR de virada, com uma alegria maior do que em outras vitórias. E o motivo não é nem tanto pela saída do São Paulo da zona de rebaixamento. O técnico se alegrou com a atuação de Cueva, o controle que o time teve durante todo o jogo e com o sacrifício de Petros.
O volante atuou mesmo com um estiramento na coxa esquerda, mas pediu para entrar em campo e atuou durante os 90 minutos. Assim como Militão, que estava com incômodo na coxa esquerda e aguentou até os minutos finais. Ambos viraram exemplo para Dorival.
- No Petros, foi constatada uma pequena lesão e o Militão teve um incômodo muito grande na perna. Foram para o sacrifício, essa atitude é importante, os dois disseram que dava para ir. Aquecemos Jucilei e Felipe (Araruna) um tempo maior na expectativa de que, no aquecimento, algo poderia acontecer, um sinal. Estávamos preparados. Mas conseguimos fazer os dois jogarem. Esse espírito faz muita coisa acontecer. Exemplos vêm puxando os outros.
O treinador vibrou também com a atuação de Cueva, autor das assistências para os gols de Pratto e Maicosuel. Dorival chegou a dizer que "espera contar sempre com o Cueva da seleção peruana", enaltecendo como o camisa 10 ajuda e fará falta quando estiver representando seu país na repescagem para a Copa do Mundo, desfalcando o Tricolor por quatro jogos.
- Desde que cheguei, sempre coloquei Cueva como diferenciado, e teríamos de ter muito cuidado e atenção maior com ele. Não foi diferente. Em todos os jogos, ele sempre teve produção muito boa. É uma equipe que está se conhecendo na competição, é muito difícil ter conjunto que se mantenha por 90 minutos, se prevalecendo. Com Cueva, a equipe cresce muito porque ele tem o timing certo pelas movimentações que proporciona. Será desfalque muito sério em quatro partidas - disse, mais feliz ainda pela produção do time.
- A equipe demonstrou um pouco de cada detalhe dentro dos 90 minutos. Tivemos ousadia de marcar na frente, esperamos, nos aventuramos correndo risco de contra-ataque, e momentos de esperar para contra-atacar. Foi uma partida completa em todos os aspectos, tivemos um pouco de tudo. Pela primeira vez, vi tudo que está sendo treinado ser desenvolvido no jogo.
Confira outros temas abordados por Dorival Júnior neste sábado:
Análise do jogo
Não tem como jogar em velocidade com 10 jogadores atrás da linha da bola. Precisamos da paciência que tivemos, mesmo sem definir em golo. Fizemos marcação agressiva, brigamos, no mínimo, em todas as segundas bolas. No segundo tempo, tomamos gol cedo, muda completamente. Mas fico feliz pela recuperação.
Questão emocional
Tivemos virada com Botafogo, Cruzeiro, jogos em que equipe se manteve. Mesmo contra Atlético-MG, não fizemos grande jogo, mas tivemos autocontrole. Isso acontece de maneira constante e pelo que se acerta em treino. Não é o adequado, podemos melhorar e crescer, que continue assim.
Volta da sorte
É pelo trabalho, dedicação, entrega, equipe faz de tudo para acertar. Petros teve lesão constatada, jogou 90 minutos e disse, independentemente do que acontecesse, iria para o jogo. Éder Militão sentiu e suportou, como já fizeram Marcos Guilherme, Pratto, Buffarini, são esses tipos de atitude que nos faz acreditar que trabalho vai prevalecer. Parabéns aos jogadores pela recuperação. O segundo turno do São Paulo é para brigar por posições na frente. Depois das semanas de treino, houve crescimento.
Pacaembu
Não vejo como problema, muito pelo contrário. São paulo também tem histórico aqui. No Santos, tive 17 vitórias seguidas aqui no Pacaembu. Fico feliz que isso continue. Na última partida, vitória no Morumbi, e agora, na abertura dos jogos no Pacaembu, foi importante para não achar que fomos prejudicados fora do Morumbi e podermos atuar em qualquer circunstância.
Torcida
Vi uma grande diferença. Em outros momentos, em outros clubes que passei, nessa mesma condição, via torcidas com reações contrárias. A torcida do São Paulo tem sido presente, participativa, motivando, se doando em campo e comparecendo em grande número. Normalmente, tem cobrança, invasão, como já vi em outras equipes em momentos como o nosso. A torcida do São Paulo está de parabéns, é um exemplo para o país se comportar quando equipe do coração passa por dificuldades.
Estilo ofensivo
É o conceito de futebol que acredito. Não vou mudar porque situação é diferente. Trabalho para isso e, graças a Deus, vemos resultados. Ainda não é o ideal, mas estamos crescendo. Temos 57% de aproveitamento no segundo turno, o que é muito bom, quando paramos para treinar. Trocamos mais de 600 passes, considerável para o que vemos no Brasil. Feliz por ver o São paulo acreditar que pode sair jogando bom futebol.
Melhora em relação ao último jogo
Equipe em formação, por isso oscila muito. Serei repetitivo, e fica chato quando coloco essas coisas, mas tem muitos atletas com 16 partidas no clube, é muito pouco, não dá para acelerar. Mesmo assim, equipe procura fazer e produzir. Temos que encontrar equilíbrio até que aconteça, ainda vivemos de altos e baixos. É um processo natural.
Maicosuel
Maicosuel teve tempo, se preparou adequadamente. Teve segunda chance comigo, muito pouco, mas, pelas dificuldades que teve. Que curta um pouco tudo isso. Que continue melhorando. É um grande jogador. Eu o dirigi no Cruzeiro e sempre o tive como grande atleta.