Cueva volta e pede desculpas: ‘Quem nunca errou, atire a primeira pedra’
Peruano entrou após o intervalo do jogo, substituindo Brenner, e foi bastante participativo, sendo premiado com um gol de pênalti, seguido de um pedido de perdão à torcida
O jogador de futebol, invariavelmente, vive uma relação de amor e ódio durante sua carreira, seja com o torcedor rival, seja com sua torcida, seja internamente. Cueva tem passado seus mais recentes dias de São Paulo com essa sensação. E, se depender de suas palavras e de sua apresentação, o movimento para retomar a confiança já começou.
Substituindo Brenner após o intervalo, o peruano, que pediu para não viajar para ser reserva na semana passada e foi vetado pela diretoria dos três últimos jogos, foi bastante participativo aos olhos de Ricardo Gareca, treinador da seleção do Peru que esteve no Morumbi neste sábado, e dos torcedores são-paulinos. Seu desempenho foi coroado com um gol de pênalti, seguido de um pedido de desculpas na comemoração, na vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo de Ribeirão Preto.
- Estou feliz pelo resultado, pela vitória e por ter ajudado. Tive um erro, mas pedi desculpas ao clube, à torcida e aos meus companheiros. Esse assunto já passou. Agora, estou à disposição dos meus companheiros e do clube - respondeu o camisa 10 à imprensa na zona mista do Morumbi.
Ao ser questionado sobre um possível arrependimento diante de suas recentes atitudes, Cueva admitiu a culpa e tentou humanizar a situação, dizendo que todos estão sujeitos a cometer erros, e se comprometeu a se dedicar ao clube.
- Todos erram. Errei, mas tudo já foi falado internamente, com as pessoas que tenho de falar. Agora, só tenho de fazer minha função: trabalhar, treinar e dar o melhor pelo time. O treinador e meus companheiros me deram confiança. Na vida, todos erram. Quem nunca errou, que atire a primeira pedra. Mas estou feliz pelo jogo, pela vitória, e agora é pensar no próximo jogo - afirmou.
Apesar da desconfiança de parte da torcida são-paulina, o camisa 10 tem admiração de uma parcela considerável, apesar dos acontecimentos. Ele declarou retribuir o carinho ao clube e aos torcedores, negou falta de comprometimento no passado e disse querer jogar para recuperar o que perdeu.
- Também gosto do clube e da torcida, que aparece sempre, nos bons e maus momentos. Vou cometer erros como todas as pessoas, mas não vou tropeçar com a mesma perna. Tenho de aprender com os erros. Sempre joguei, se analisarem minhas estatísticas, nunca deixei de jogar, sempre pensei no time. Nos únicos jogos que perdi, foi porque eu estava na seleção. Só quero jogar. Agora, vou trabalhar um pouco mais para ganhar novamente a confiança da torcida e do clube, em geral, dos companheiros, do técnico. O que mais gosto é jogar - ressaltou o peruano, comentando sobre a presença de Gareca no estádio.
- Gareca sempre me falou o que pensa, sempre conversamos. Ele gosta muito do futebol brasileiro, sabe como o São Paulo é grande. Tenho contrato com o São Paulo. Se em algum momento teve proposta ou coisas assim, é natural e normal um jogador ver algo que, pessoalmente e à família, pode crescer como jogador e pessoa, no âmbito familiar. Mas o São Paulo me deu tudo. Tenho meu melhor momento em dez anos aqui, e sempre vou lembrar dos momentos bons e de erros que tive aqui - comentou o meia, desconversando sobre querer sair do clube.
- Já falei que gostaria de deixar o São Paulo sendo campeão, é o que quero agora, para sair tranquilo, com a minha consciência tranquila de que dei tudo pelo São Paulo. Mas nunca vou esquecer que o São Paulo me deu muita coisa. Meu melhor momento no futebol foi e será aqui - concluiu.