A chegada de Daniel Alves ao São Paulo ainda repercute pelo mundo. Na última semana, o "The Players' Tribune" começou a transmitir uma série, em capítulos, sobre esse acontecimento. No segundo episódio, o jogador conta como foi o processo de escolha para voltar ao Brasil e defender o seu clube do coração. Para isso, o camisa 10 chegou a recusar propostas de dois gigantes europeus.
- Eu tive possibilidade de voltar para a Juventus e eu tive possibilidade, porque eu quis, de voltar para o Barça, não foi uma decisão assim "vou para lá", não. Eu começo a juntar indo para esse lugar, o que esse lugar vai me aportar, o que esse lugar vai melhorar para mim, o que esse lugar vai me fazer melhor pessoa, o que esse lugar vai me fazer melhor profissional - afirmou.
Pesou também para Dani as garantias para que ele pudesse brigar, em alto nível, por uma vaga na Seleção na Copa do Mundo de 2022. Além disso, ele precisava de um clube que acreditasse nele e o deixasse livre para decidir o momento de parar, o que não existiu nas propostas europeias.
- O que eu queria, que era decisivo para mim, era a estabilidade para eu poder lutar pelo Mundial de 2022. Isso era onde começava o processo de aceitar o seguinte desafio. A grande maioria dos clubes não me propuseram isso, porque eles não acreditam em mim, porque eles acham que eu tenho data de validade, e a minha data de validade, eu falo desde que eu comecei como jogador de futebol: "eu sou livre, eu decido quando começo e eu decido quando acabo".
Com a Copa América por vir, Daniel Alves disse ter optado por não saber das propostas antes do término da competição, na qual foi eleito o melhor jogador. Somente a partir do resultado dado, ele passou a analisar as possibilidade até optar por aquela que mexia diretamente com o seu coração.
- Meu mindset, quando eu vim para a Seleção, eu falei para a minha equipe: "não quero saber nada do mercado, estou livre, mas não quero saber nada do mercado, porque preciso dar resultado aqui, e se eu der resultado aqui, depois eu abro muitas portas, porque as pessoas vão ver minha qualidade, vão ver minha dedicação". Acabando isso, meu mindset era "quero ver as possibilidades que eu tenho" e eram algumas, só que nenhuma estava linkada ao que eu queria, ao que eu gostaria, exceto a do meu time dos sonhos.
Confira outros trechos do depoimento de Daniel Alves ao The Players' Tribune:
Liberdade de escolha
- Todos os lugares pelos quais eu passei eu fui de graça, exceto pelo Barcelona, porque eu gosto de ser livre, gosto de escrever a minha história, de decidir aonde eu vou, por isso que quando eu fiquei livre agora, eu queria desafio, isso é o que me move, eu não me contagio do que as pessoas desacreditam de mim, me contagio do que eu posso fazer.
Elementos que ajudaram na escolha pelo São Paulo
- Eu fui começando a linkar a transição que está vivendo, a estrutura que tem, a possibilidade que tem, a história que o clube tem, a estabilidade que me pode dar, eu fui juntando tudo isso. O único link que começou a se fazer está sendo esse, então eu vou tomar a decisão.
Como contribuir para os companheiros de elenco
- Eu acredito que a melhor forma que eu tenho de contagiá-los e fazê-los entender é com exemplos práticos de que eu vou ser um dos que mais trabalha, eu vou ser um dos que mais se dedica, eu vou ser um dos que mais luta pelo São Paulo, por essa camiseta e pela construção de uma nova história por esse clube. Então eu acredito que você possa liderar por teoria ou pela prática, eu sempre opto por liderar pela prática, porque ela é mais fácil.
Confiança no sucesso
- Eu não espero nada, eu só tenho que fazer, eu sei o que eles estão esperando de mim, eu sei o caminho e sei que não vou falhar.
Sentimento jovem
- Estou me sentindo como um jovem outra vez, que entrou no túnel do tempo e que vai começar a carreira agora, que começou no Brasil e está aí para escrever bons capítulos.