Dorival assume responsabilidade e promete: ‘São Paulo terá equilíbrio’
Depois de perder do Ituano, o treinador diz se sentir apoiado pela diretoria e repete convicção em seu trabalho para acreditar que os bons resultados voltarão a acontecer
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No domingo, após perder do Santos, Dorival Júnior disse que "técnico não pode fazer gol". Nessa quarta-feira, depois da derrota por 2 a 1 para o Ituano, o treinador explicou seu discurso e assumiu a responsabilidade pela má fase do São Paulo. Mas sem abrir mão do otimismo e da evolução que costuma citar em suas entrevistas coletivas.
- Jamais vou responsabilizar os jogadores, a responsabilidade é do técnico. Pressão tem a todo momento, em qualquer situação, mas jamais fujo da minha responsabilidade. Tenho consciência de que fazemos um bom trabalho no São Paulo e vamos crescer. Resultados não satisfazem e há uma indignação coletiva do que não produzimos, mas há consciência e confiança de que voltaremos a ter os resultados que vínhamos encontrando - disse o técnico, tentando se explicar após ter declarado, no domingo, que "técnico não faz gol"
- Coloco frequentemente aos jogadores: a função do treinador é levar o time até o último terço do campo, com trabalho, posicionamento e movimentação. Do último terço para frente, eles têm liberdade, passa a não ser minha obrigação. Fui mal interpretado, como se estivesse responsabilizando os jogadores. Não falei isso. Mas precisamos ser mais agudos. Temos de trabalhar para que isso venha rapidamente - falou Dorival, sentindo-se apoiado pela diretoria.
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- Sinto apoio. Eles estão acompanhando trabalho no dia a dia. Graças a Deus, estão muito atentos ao que acontece no dia a dia. Passamos por um momento bem mais difícil no ano passado no São Paulo, e trago essa situação passada porque fizemos semanas seguidas com jogos sem poder treinar. Disse no segundo turno que a equipe teria outra postura, e isso aconteceu. Também falei que haveria oscilação nesse começo de ano, e teremos de enfrentar. Mudamos um pouco a postura do time e temos jogadores chegando, com quatro ou cinco partidas. É muito pouco para cobrar algo.
Questionado diversas vezes a respeito de seu otimismo, Dorival voltou a citar que o Tricolor atuou bem no San-São de domingo, mesmo tendo perdido, e vinha anteriormente de uma sequência de quatro vitórias que não ocorria no clube desde março de 2015. Por isso, o técnico reitera sua aposta no sucesso de seu trabalho no clube.
- Fizemos um grande jogo no domingo. A derrota teve peso por tudo o que se passou nesses dias. A equipe sentiu um pouco, mas a responsabilidade é do treinador. Estamos indignados porque podemos jogar muito mais. Mas não tenho dúvidas: o São Paulo vai chegar aonde todos queremos. Teremos oscilação, como todos os times do Brasil que não têm a mesma preparação dos times do interior.
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Derrota em Itu
É uma derrota coletiva. O responsável é o treinador, e não vou fugir jamais. Não fizemos um bom jogo, reconheço isso, diferentemente do jogo de domingo. Mas jamais vou deixar de pontuar que o responsável é o treinador, não os jogadores. Foi uma atuação bem abaixo do que podemos, todos ficaram indignados no vestiário. Mas o futebol nos permite sair de um momento ruim e buscar a recuperação. Como na boa fase, é não deixar de cair de produção e ter consciência para buscar a recuperação o mais rápido possível.
Mudanças para domingo
Não penso em nada. Preciso esfriar, me recompor, avaliar o que foi feito para ver isso. Tudo que temos feito é recuperação, tentado nos recuperar de uma partida para outra. Hoje, houve a primeira baixa. Todos os cuidados têm sido cumpridos, mas tivemos problema do Jucilei em razão da sequência absurda que temos.
Falta de futebol convincente
Quando vínhamos vencendo, eu já falava que não vejo nenhum time jogando o futebol que todos querem. Não estou desviando o foco do São Paulo, mas não tem ninguém no país jogando de maneira convincente. Estão apostando em quantidade de jogos e abrindo mão de qualidade. Foram 12 dias de trabalho, com as mudanças e jogadores que fizeram quatro ou cinco jogos. É covarde cobrar conjunto ou condição melhor dos atletas que estão chegando. É fácil falar para colocar garoto e eu, mais do que ninguém, gosto de fazer isso. Mas, em um momento como esse, com certeza as cobranças seriam nos garotos, como fazem em profissionais mais experientes. Precisa ter tranquilidade. Os garotos estão sendo usados: Paulinho, Shaylon, Lucas, Brenner.
Otimismo
Podem esperar: ainda teremos coisas boas. O time jogou muito no domingo, e não fez o resultado. Estamos oscilando como todos os times e deixando resultados no caminho. No vestiário falamos que não é o momento e nem tem como mensurar a derrota, mas ainda tínhamos gordura. Espero uma mudança rápida de comportamento, e tenho convicção no trabalho. Sei que as coisas vão acontecer. Não tenho dúvidas: vamos alcançar o equilíbrio.
Campanha ruim
A campanha é ruim, admito. mas serei repetitivo: foram 12 dias de treinos. Treinador precisa de dias para trabalhar. Estamos fazendo um trabalho de recuperação. Jogamos no domingo, o que poderia fazer a não ser um treino sem exigir intensidade. Com 12 dias, fizemos bons jogos dentro dessas condições. Se fosse só o São Paulo, seria muito preocupante, mas todos os grandes estão com dificuldades: Santos, São Paulo, Corinthians... Será que não tem um fundo de verdade o que estou falando da pré-temporada? Nas outras temporadas, quando a pré-temporada foi respeitada, os times fizeram boas campanhas. Isso mostra a diferença. Não é buscar justificativa. Pontuei lá atrás que todos os times teriam dificuldade. O São Paulo, infelizmente, teve uma sequência grande de jogos.
Oscilação
É normal. Hoje, a lesão de um jogador mostra isso. Mas brigamos até o fim e não confirmamos por uma infelicidade e uma bela defesa (do goleiro Vagner, do Ituano, em cobrança de pênalti de Cueva).
Cueva
Está procurando e, realmente, foi o protagonista do jogo. Faz parte. Só erra o pênalti quem bate, e o goleiro foi muito feliz. Foi o último lance do jogo, e quero que o jogador se exponha, como ele fez. Fiquei satisfeito. Esse é o Cueva que todos queremos. O erro faz parte, e a responsabilidade é do treinador. Nas vitórias, os jogadores comemoram; nas derrotas, o treinador assume.
Mudança de esquema
Nossa transição melhorou. Tivemos trocas de passes, jogadas em profundidade. O Diego entrou dando uma passada à frente e definiu, mas impedido. Mas não fomos bem em um todo, de um modo geral. Futebol é conjunto. Às vezes, duas ou três peças carregam quando o time não está bem. Agora, quando mais oscilam, é diferente. Reconheço que não foi uma boa partida. Ficamos muito aquém.
Lucas Silvestre, seu filho e auxiliar, tem mau ambiente?
Uma notícia foi plantada dentro do Santos, por uma pessoa maldosa, que considero de baixo nível, desleal e deselegante. Perguntem a todos os jogadores de Santos e São Paulo. A todo momento, volta essa situação. Vocês têm liberdade para consultar qualquer jogador. Enfrentamos o Santos e todos os jogadores foram ao banco cumprimentar o treinador e o auxiliar. Quando o cara tem um pouco de competência, chama atenção e faz com que as pessoas queiram prejudicá-lo. Ele é muito bom profissional. E não falo como pai, mas como alguém do meio há 40 anos. Perguntem a jogadores de Santos, São Paulo, Flamengo, Atlético-MG, Inter.
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