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Dorival Júnior em alta: cinco pontos que explicam o sucesso do técnico neste início de trabalho no São Paulo

O treinador já comandou onze jogos e não perdeu nenhum

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imagem cameraDorival Júnior está se destacando com trabalho feito no São Paulo (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 30/05/2023
06:21
Atualizado em 30/05/2023
10:37

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Desde quando Dorival Júnior assumiu o São Paulo, a equipe tem mostrado uma postura muito diferente do que estava sendo visto no começo da temporada. Com Dorival, o Tricolor ainda não perdeu nenhum jogo. Até agora, foram sete vitórias e quatro empates, com 14 gols marcados e somente cinco sofridos.

Mas, por trás deste bom desempenho, mesmo que em pouco tempo de trabalho, existem alguns comportamentos que já estão sendo enxergados e podem explicar o sucesso do treinador no elenco.

1. Gestão de grupo
Com Rogério Ceni, a gestão de grupo não era um dos pontos fortes do ex-treinador tricolor. Durante o trabalho do ex-goleiro, diversas desavenças com o elenco surgiram. Ano passado, por exemplo, houve o desentendimento com Patrick, hoje no Atlético-MG, quando o jogador se sentiu incomodado por ter sido tirado de campo contra o Fluminense, no segundo turno do Campeonato Brasileiro.

Nesta temporada, logo após a eliminação no Campeonato Paulista, teve problemas com Marcos Paulo - onde protagonizou uma discussão com o atleta. Além disso, pouco antes de deixar o clube, mostrou algumas 'faíscas' com Luan - onde chegou até a dizer que não relacionaria mais o atleta, até resolver os imbróglios envolvendo a renovação de contrato da Cria de Cotia.

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Com Dorival, a situação é completamente diferente. O treinador tem se mostrado muito mais aberto e não protagonizou quase nenhuma polêmica até o momento. A única exceção foi com Felipe Alves, que chegou a ser afastado do elenco por indisciplina. Porém, segundo o LANCE! adiantou, o assunto teria sido tratado em uma primeira reunião interna. E diferente dos tempos de Ceni, onde boa parte do elenco costumava reclamar do treinador, desta vez, Alves teria ficado sozinho na questão. Teriam havido reclamações sobre uma suposta falta de dedicação dele nos treinos. De acordo com fontes internas do CT da Barra Funda, o goleiro teria pedido desculpas ao técnico.

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2 - Adequação do time às características dos jogadores
Dorival Júnior chegou ao São Paulo e logo em seu jogo de estreia fez o famoso 'feijão com arroz'. Insistiu no básico, adequando o time às características dos atletas e ao que estava acostumado a trabalhar. Como esperado, manteve algo que sempre gostou de fazer: jogar com triangulações, saída de três, laterais com mais liberdade... Um dos exemplos seria com Caio, na lateral-esquerda. Caio constantemente fica mais soto na lateral, ajudando no poder de criação.

Também é possível citar Rodrigo Nestor jogando mais próximo ao ataque, com mais liberdade e menos na defensiva. Apostou na dupla de volantes com Pablo Maia e Gabriel Neves - e o uruguaio, finalmente, voltou a encontrar seu espaço.

O treinador conseguiu, de fato, se encontrar no elenco tricolor. Inclusive, consolidou também uma forte defesa - com Rafael no gol e a dupla Beraldo e Arboleda - que por diversos jogos não foram vazados.

3 - Relação nova (menos desgaste) com a torcida
Se no começo do ano os jogadores constantemente deixavam o gramado sob vaias da torcida no Morumbi, Dorival Júnior vive uma realidade completamente diferente. Com uma média de público no Campeonato Brasileiro que se aproxima dos 50 mil por jogo, a relação entre o treinador e a torcida não vive o desgaste que Ceni viveu durante seu comando. Embora Rogério sempre tenha sido visto como ídolo por conta dos seus tempos de goleiro, como treinador estava sendo questionado - até mesmo pela maior torcida organizada do time, a Independente. Agora, os atletas deixam os gramados do Morumbi sob aplausos.

4 - Poucos 'testes' de jogadores em posições diferentes
Este tópico se relaciona com o segundo. Seguindo a mesma premissa de 'adequar' os jogadores conforme suas características, Dorival Júnior passou a utilizar os atletas da forma que eles estão acostumados e como se dão melhor. O principal exemplo é Luciano, o camisa 10 da equipe.

No final de 2022, o LANCE! apurou que Luciano assumiria o número 10 na camisa. Mas Rogério Ceni levou a numeração muito a sério. Constantemente dupla de ataque com Calleri, começou a atuar como um meia armador - e por várias vezes, quando parava nas zonas mistas após as partidas, sempre afirmava que ainda estava em 'processo de adaptação por conta da mudança' e por isso o rendimento estava abaixo do normal. A insistência de Luciano como um meia armador não funcionava - o que era refletido pelos números e pelo desempenho atípico de um dos principais nomes do elenco em campo.

Com Dorival, tudo mudou. Dorival deu fim à 'etapa de testes' no elenco tricolor e Luciano voltou a sua posição no ataque. Com 26 jogos disputados, marcou cinco gols. Inclusive, viveu uma seca de onze jogos sem marcar, que por curiosidade, terminou quando Dorival Júnior assumiu o comando da equipe. O camisa 10 voltou a balançar as redes contra o América-MG. Com Dorival, marcou mais dois - contra o Internacional e o Sport. 

Outro exemplo foi com Rafinha. No último ano, Ceni tentou utilizar o veterano diversas vezes como zagueiro. Embora Rafinha já tivesse atuado desta maneira na Europa, no passado, sempre se deu melhor no São Paulo como lateral. Sob o novo comando, voltou ao posto de titular na lateral-direita, como sempre foi acostumado.

Outro exemplo que também pode ser citado é sobre Juan. Cria de Cotia e ainda ganhando espaço no profissional, foi revelado na base como centroavante. No profissional, a insistência era utilizá-lo como um ponta - geralmente do lado direito. Mas Juan nunca escondeu: preferia jogar mais centralizado. Dorival Júnior começou a trabalhar com o atleta da forma que ele se sente mais confortável.

5 - Trabalho duro não falta - e mesmo com viagens longas
O método de treinamento por parte de Dorival Júnior também tem sido diferente - e até então, funcionado. Com pouco tempo para trabalhar entre um jogo e outro, com a equipe viva em três competições -, o treinador começou a utilizar vídeos antes dos trabalhos no gramado - como é informado pelo clube.

Para facilitar o entendimento, estes vídeos são como 'aulas televisuais'. Mas além desta inovação, o elenco passou a adotar uma postura diferente em jogos fora de casa. Mais uma vez por conta do calendário, o grupo começou a treinar nas cidades que são palco das partidas também, mesmo que às vezes somente com os reservas.

Isso, por exemplo, aconteceu em Curitiba, após o jogo contra o Coritiba pelo Campeonato Brasileiro, onde o elenco treinou na cidade antes de viajar para a Colômbia, onde enfrentou o Tolima. Contra o Puerto Cabello, na Venezuela, existiu uma situação parecida.

Após uma viagem de 16 horas praticamente, os reservas chegaram a realizar trabalhos no gramado do estádio após o término da partida. No retorno, os atletas chegaram ao Brasil praticamente às 4h (de Brasília). Às 11h (de Brasília), se reapresentaram no CT da Barra Funda.

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