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Evento no Morumbi mostra como São Paulo pode (e deve) exaltar sua história

Tricolor inaugura sua calçada da fama e homenageia 99 ídolos com festa no salão nobre do estádio. Um ótimo exemplo de como valorizar os responsáveis pelo gigantismo do clube

Muller, Muricy e Raí na festa do São Paulo
imagem cameraRubens Chiri/São Paulo FC
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 08/08/2018
01:15
Atualizado em 08/08/2018
07:30

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Enquanto Raí, Lugano, Kaká, Muricy Ramalho e outras estrelas são-paulinas concentravam a atenção de repórteres, fotógrafos, cinegrafistas e alguns poucos torcedores que tiveram acesso ao evento de inauguração do Caminho dos Ídolos, uma espécie de calçada da fama no portão 17 do Morumbi, um senhor procurava alguém que "entendesse de tecnologia" para auxiliá-lo com o celular.

Ele queria ajuda para salvar na agenda do aparelho o número de um funcionário do clube, que prometera colocá-lo na lista de convidados para um novo encontro de ex-jogadores, dessa vez mais abrangente, anunciado instantes antes pelo presidente Carlos Augusto de Barros e Silva para o fim do ano, no CT da Barra Funda.

Aquele senhor quase anônimo era "só" o ex-ponta direita Peixinho, autor do primeiro gol da história do Morumbi, em 2 de outubro de 1960, contra o Sporting (POR). Estar entre os 99 homenageados pelo Tricolor e ter uma estrela com a sua foto na passarela que o clube inaugurou em seu estádio o fez relembrar a importância que teve como jogador de futebol.

Vale para Peixinho, que dificilmente é reconhecido na rua hoje em dia, e também para figuras como Denilson, hoje comentarista da TV Bandeirantes. O ex-atacante não conseguiu conter a emoção por ser acolhido e exaltado pelo clube que o revelou, mas que um dia lhe fechou as portas, em 2007 (João Paulo de Jesus Lopes, então diretor de futebol, não permitiu que ele usasse o Reffis para manter a forma física naquela época). 

No salão nobre do estádio, depois do evento, foi possível ver Darío Pereyra e Lugano tendo uma conversa que emocionaria qualquer uruguaio. Terto relembrando dos tempos em que Muricy era só um "moleque", como ele gosta de falar, recém-promovido da base são-paulina. Aloísio agradecendo ao tímido Mineiro por ter feito o gol do título mundial de 2005 após a sua assistência à la Ronaldo Gaúcho do Paraguai. Muller tirando uma selfie com Vitor e Cafu, seus companheiros nos esquadrões da década de 1990. Para onde se olhava, havia história e títulos em forma de pessoas. Era fácil perceber que todos estavam muito felizes pelo reconhecimento, por se sentirem parte importante de um clube tão grande, alguns com familiares a tiracolo.

O São Paulo, que andou derrapando no quesito "relação com os ídolos", sobretudo pela maneira com que conduziu a saída de Rogério Ceni do cargo de treinador, hoje tem a preocupação de se manter próximo daqueles que o fizeram ser gigante. O projeto "Caminho dos Ídolos", criado há tempos pelos conselheiros Itagiba Francez e Homero Bellintani Filho e agora colocado em prática, pode ser um pontapé inicial para uma reaproximação do clube com seus ex-jogadores.

Essa é uma das pautas de Diego Lugano, cujo foco do trabalho como diretor de relações institucionais é fazer com que o São Paulo transmita valores positivos, seja para os jogadores que defendem suas cores, seja para quem um dia já o representou, seja para o torcedor. Para ele, não há marketing melhor e mais fácil para o clube do que exaltar quem fez história. E não só em ocasiões específicas, como ocorreu na despedida de Rogério Ceni e na comemoração dos 25 anos da Libertadores de 1992, mas de maneira permanente, diária.

O desafio é fazer com que ex-jogadores como Peixinho sintam-se em casa nas dependências do São Paulo Futebol Clube. Que, em território tricolor, sejam sempre reconhecidos como figuras relevantes, jamais anônimas. Uma possibilidade é dar-lhes facilidades para irem ao Morumbi em dias de jogos. Abrir as portas do CT para eles em uma confraternização de fim de ano, algo que chegou a ser tradição na década passada, também é algo que vai de encontro com esse pensamento agregador.

Valorizar a história faz bem para a torcida, faz bem para quem jogou, para quem ainda joga, para quem pode jogar um dia... Não há lado negativo nisso. Gol do São Paulo.

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