São Paulo fica devendo velocidade e profundidade em derrota no Mineirão
Time de Fernando Diniz usou sua tradicional posse de bola, mas teve pouca mobilidade para conseguir furar o bloqueio do Cruzeiro, que teve mais sucesso em sua estratégia
A atuação do São Paulo na noite desta quarta-feira talvez tenha sido a pior sob o comando de Fernando Diniz. Após quatro jogos sem perder, o time conheceu a primeira derrota com o novo treinador e a verdade é que não merecia outro resultado, senão o placar de 1 a 0 para o Cruzeiro, que teve mais sucesso em sua estratégia. Ao Tricolor faltou velocidade, mobilidade e profundidade.
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O jogo começou com os paulistas adotando a tradicional filosofia de Diniz, trocando passes desde a defesa, sem rifar a bola e tentando encontrar espaços, enquanto os mineiros adiantaram a marcação para dificultar os planos do adversário e teve êxito na tentativa. Os são-paulinos não conseguiam sair de trás para fugir da intensa pressão dos cruzeirenses.
A equipe de Abel Braga foi bem, é verdade, mas devemos atentar também para o que faltou ao São Paulo e não foi pouca coisa. Para quem opta por atrair o outro time tocando a bola, a saída para o ataque exige velocidade e esse é um artifício que o time de Diniz não possui neste momento. Apenas Antony daria essa opção, mas a posse mal chegou ao garoto que volto da Seleção
É necessário também que os homens de meio-campo se mexam mais, deem opções e abram o jogo para não tumultuar a região central do gramado, que era tudo o que o Cruzeiro queria. Se a equipe não se move, não vai haver também a profundidade suficiente para confundir a marcação adversária, que teve uma noite extremamente tranquila. Para piorar, Alexandre Pato teve atuação infeliz e pouco conseguiu acertar durante os 90 minutos.
Para o segundo tempo, Diniz ainda tentou mudar um pouco a dinâmica do jogo tirando Juanfran para a entrada de Vitor Bueno. Com isso, Daniel Alves foi deslocado do meio para a lateral direita, mas a mudança não surtiu efeito e os problemas continuaram os mesmo. A gama de jogadores técnicos do Tricolor em campo não deu conta de suprir a falta de velocidade e de mobilidade. E assim acabou sofrendo um gol do time que mais teve sucesso no ataque.
O São Paulo parece ter assimilado a filosofia de jogo de Fernando Diniz já neste quinto jogo sob o comando do treinador, mas ainda há carências, herdadas de outros comandantes, que impedem o passo a mais que algumas partidas requerem. Por vezes falta um atleta mais incisivo que se sobressaia na velocidade e dê alternativas em duelos travados como o desta noite. Diante da fase dos dois clubes, é possível considerar como um tropeço são-paulino.