Na semana passada, o São Paulo divulgou que o Morumbi recebeu da CBF uma das melhores avaliações entre os campos usados no Campeonato Brasileiro, ganhando nota 4,67 em uma variação de 0 a 5. E os critérios que impediram a nota máxima não têm a ver diretamente com a grama.
De acordo com o Tricolor, os descontos foram pela drenagem (CBF considera que precisa ter areia e não argila, como no sistema do Morumbi, algo que o clube contesta) e pelo fato de o sistema de irrigação precisar ser independente, não em linha, como no estádio do São Paulo. Em relação ao gramado em si, a aprovação foi total. E o segredo, segundo a empresa responsável por ele, é uma grama que cresce rápido e está sempre sendo podada.
- O desgaste do gramado em um jogo é o mesmo que ocorreria se soltassem bois em campo, e essa grama é diferente porque se recupera muito mais rápido do desgaste. Isso ocorre porque essa variedade tem uma taxa maior de crescimento, com potencial de crescer até 1 cm por dia, e os gramados são mantidos entre 1,8 e 2,2 cm de altura - explicou Rodrigo Santos, gerente do departamento esportivo da Itograss, empresa que produziu a grama do Morumbi.
A variedade aplicada no estádio denomina-se Bermuda Celebration, usada em oito arenas da última Copa do Mundo, como Maracanã e Mineirão, e também em estádios como o Allianz Parque, o Independência e a Vila Belmiro. Foi descoberta em campos do sul dos Estados Unidos, onde o clima é similar ao do Brasil. A manutenção é um dos pontos que explica a qualidade em dias de jogo.
- É necessário oferecer condições para a grama se desenvolver, como luz, água, insumo, nutrientes, que fornecemos através de adubações quase toda semana. O gramado deve ser irrigado e podado diariamente, pois grama não para de crescer. É igual vaca, que nunca para de dar leite - disse Rodrigo Santos.
A grama atual foi colocada dias depois do show do U2, no fim de novembro, último evento musical no estádio. A grama foi plantada em uma fazenda em Tremembé, no Vale do Paraíba, especificamente para ser usada no Morumbi, e o sistema de plantio é chamado “Ready to Play” , que em português quer dizer “Pronto para jogo”, consistindo em deixar o campo apto o mais rápido possível para receber partidas - é utilizado com frequência no Allianz Parque.