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Jardine tenta fazer limonada sem limões e São Paulo tem noite péssima

Tricolor ficou muito com a bola, mas não teve criatividade para pressionar o Vasco e perdeu por 2 a 0 em uma das piores atuações do ano. Fragilidades do elenco ficaram evidentes

Jardine
André Jardine durante a derrota para o Vasco - FOTO: Rubens Chiri / saopaulofc.net

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A atuação do São Paulo na derrota por 2 a 0 para o Vasco não foi só a pior sob o comando de André Jardine, mas uma das piores do ano. Não havia limões disponíveis para o treinador interino fazer a limonada que queria - e que até saiu boa contra o Cruzeiro, no último domingo, com um pouco mais de ingredientes.

A proposta ofensiva que guia o trabalho de Jardine não prosperou, entre outras razões, porque Tréllez está muito abaixo de Diego Souza (vetado por dores no joelho direito) e Hudson não tem o menor cacoete para se aproximar da área como elemento surpresa. A ideia não era ruim, tanto que o camisa 25 participou das (poucas) jogadas de perigo da equipe no primeiro tempo, mas funcionaria melhor com um atleta de mais qualidade técnica.

Até havia um limão mais adequado para utilizar neste caso: Liziero, que assistiu ao jogo do banco de reservas. O garoto parece ser a peça ideal para formar dupla com um dos marcadores (Jucilei ou Hudson), ainda mais na ausência de Luan, lesionado, mas tem jogado pouco.

Jardine escolheu Shaylon para substituir Hudson aos 17 minutos do segundo tempo, e o garoto teve mais uma atuação tímida e de pouco dinamismo, além de ter encontrado um adversário já muito fechado, defendendo o resultado.

Para o ataque, o interino usou os únicos limões que tinha. Tréllez simplesmente não conseguiu segurar a bola, principal característica de Diego Souza, e também não teve oportunidades de usar sua velocidade. Em seu lugar entrou Pedro Bortoluzo, artilheiro do time sub-23 que pode ser campeão do Brasileiro de Aspirantes no sábado, mas que mostrou muito pouco nas chances que teve no time de cima do Tricolor - fez dez partidas em 2016.

Outra deficiência do elenco que ficou escancarada - e talvez seja a maior delas - está nas pontas. Helinho promete muito e merece as oportunidades que vem tendo, mas ainda é um garoto de 18 anos que jogou só três vezes como profissional e cometerá erros como tal. Antony, que o substituiu, tem 18 anos e agora duas partidas na equipe de cima. Os dois foram promovidos há menos de dois meses e hoje já são as únicas opções para o lado direito do ataque.

Helinho vacilou ao ceder um arremesso lateral de graça para o Vasco no lance que originou o primeiro gol, mas Jucilei foi pior ainda na sequência do lance ao errar um passe simples na boca da área e presentear Andrey. O São Paulo parecia desconcentrado no primeiro tempo, cometendo erros tolos. Tinha a bola, como Jardine gosta, mas quase nenhuma intensidade.

No segundo tempo, o time continuou com a bola no pé e foi um pouco mais incisivo, até pelo recuo natural do oponente, mas aí faltou qualidade para criar. As duas únicas chances vieram em cobranças de falta de Nenê. Uma direta, que passou perto, e outra em que Rodrigo Caio exigiu defesaça de Fernando Miguel. Pouquíssimo.

Com todos esses problemas, o São Paulo perdeu só seis vezes no Brasileirão, é quinto colocado e estará ao menos na fase preliminar da Libertadores. Não é hora de desmontar o elenco que está aí, receita mais usada nesses anos de vacas magras, mas de incrementá-lo para 2019.

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