Jogadores polivalentes são a aposta do São Paulo neste começo de temporada
Nas nove partidas disputadas neste Campeonato Paulista, Rogério Ceni tem improvisado atletas em diferentes posicionamentos para lidar com problema relacionado a desfalques
Com o departamento médico lotado, o São Paulo tem 'quebrado o galho' neste começo de Campeonato Paulista apostando as fichas em jogadores polivalentes. Isto é, atletas que conseguem fazer mais de uma função em campo.
Contra a Inter de Limeira, por exemplo, Pablo Maia entrou no segundo tempo, improvisado como um zagueiro no lugar de Alan Franco. A Cria de Cotia marcou um dos golaços na vitória por 5 a 1.
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Durante a coletiva de imprensa, após o confronto contra a equipe do interior paulista, Rogério Ceni falou sobre estas improvisações e sobre o uso de atletas em funções diferentes nas partidas. Sobre o caso de Pablo Maia, o técnico citou que tem treinado o volante como zagueiro também, e que esta era uma função que ele já fez na época de base, em Cotia.
A zaga é um dos setores mais complicados do São Paulo no momento. São três desfalques importantes. Ferraresi, que passou por cirurgia recente, Arboleda e Diego Costa. Assim, só restou Beraldo e Alan Franco. O argentino, por sua vez, deixou o clássico contra o Santos sentindo algumas dores e foi substituído, o que chamou atenção para um possível desgaste se aproximando. O uso de Pablo Maia como um possível zagueiro improvisado pode ser de grande valia, tendo em vista a situação do setor defensivo tricolor.
- O Pablo Maia, pela ausência de zagueiros, vem fazendo algumas vezes essa função nos treinamentos. Ele já fez na base, logicamente improvisado. Eu estava com o Alan Franco e achei que ele estava no limite. Quando fizemos o terceiro gol, eu preferi… eu só não queria arriscar tanto, porque eles tinham o João Paulo e o Douglas, que eram muito altos, e mais um menino que jogou na direita, que joga normalmente como zagueiro e é um jogador que puxa bem o primeiro pau, além de um 9 de 1,90 metro - disse Rogério Ceni.
- Gosto do Pablo nessa função. Ele ajuda bastante e tem coragem para sair jogando. Precisa de alguns ajustes, [porque] às vezes sai para ‘caçar’ um pouquinho mais do que o normal, pelo fato de jogar numa posição mais adiantada. Mas é um cara extremamente útil para nós - completou.
Mas Pablo Maia não foi o único. Recentemente, até o artilheiro do Tricolor foi utilizado de maneiras diferentes. Na goleada contra a Portuguesa, por exemplo, Giuliano Galoppo atuou como um centroavante - pela primeira vez na carreira -, e marcou.
Em outros jogos, atuou como um meia mais adiantado, perto de Calleri. Um dos grandes destaques do ano, foi bem em todas as funções. Mas como o próprio treinador revelou, o atleta parece estar melhor adaptado em jogar mais adiantado. O argentino, por sua vez, revelou que a decisão da função que irá cumprir nas partidas pertence somente a Rogério Ceni.
- Estou adaptado, tenho feito boas atuações. O campo é o que manda. Me sinto bem e tenho confiança nos meus companheiros. Hoje joguei pela esquerda e acho que fui muito bem. Sempre que entro em campo, faço o melhor que posso. Estou fazendo meu trabalho. Quem decide quem joga é ele [Ceni], não eu - disse Galoppo, após o clássico contra o Santos, também pelo Paulista.
Até atletas que não estão sendo tão utilizados neste ano estão atuando de outras maneiras. Um exemplo neste contexto é Gabriel Neves. Nesta temporada, por conta do alto número de estrangeiros na equipe, Neves entrou em campo somente duas vezes. Na mais recente, contra a Inter de Limeira, foi um segundo volante.
Com a chegada de Jhegson Méndez, a concorrência pela vaga de primeiro volante aumentou. Esta, por sua vez, pertenceu ao uruguaio por boa parte da temporada 2022. Ceni comentou que, no caso de Gabriel Neves, ainda será preciso ajustar seu posicionamento.
- No primeiro tempo fomos um pouco lentos, tivemos alguns problemas de ajuste de posicionamento. O Neves tentamos na função de segundo volante, mas baixou demais - destacou.
Na lateral, sem Welington, Caio também surge para ajudar. O jogador foi contratado nesta temporada, chamando atenção justamente pela polivalência. Atacante de origem, atuava como lateral-esquerdo no Fluminense, sob o comando de Fernando Diniz. No Tricolor, já jogou das duas formas, e também pelo lado direito - no jogo contra o Corinthians, quando substituiu Orejuela.
Para os próximos jogos, Caio deve seguir sendo a principal opção para a lateral-esquerda, uma vez que Welington está no departamento médico.
- Acho que o Caio teve uma boa participação na lateral. É um jogador até parecido com o Welington. Talvez não tenha a explosão, mas tem a parte técnica um pouco melhor. Participou, chutou a gol - avaliou Ceni, após jogo contra a Inter de Limeira.
Avaliando tais exemplos, é possível enxergar que, em meio a este problema relacionado ao alto número de desfalques, a principal saída será a improvisação de alguns jogadores que consigam cumprir mais de um papel. De acordo com o próprio treinador, ter atletas que consigam cumprir mais de uma função é algo que 'sempre gostou'.
- Sempre gosto de jogadores que possam exercer mais de uma função. Primeiro, porque você precisa de menos gente para trabalhar no dia a dia. Automaticamente, isso barateia o custo de um elenco para o clube, porque, se você tem um jogador que faz duas funções, pode ter um número mais enxuto de pessoas - explicou.
Nesta terça-feira (21), o São Paulo pode encaminhar sua classificação para a próxima fase do Paulista. A equipe enfrenta o São Bento, no estádio Walter Ribeiro. Entretanto, o Tricolor ainda não contou com o retorno de nenhum lesionado que foi desfalque na última partida, contra a Inter de Limeira.
