O são-paulino viveu nesta sexta-feira uma noite para guardar por toda a vida. O Morumbi virou um olimpo com os deuses que conduziram o clube ao tricampeonato mundial. Além de Ceni, dono da noite e um caso à parte, Raí, Zetti, Ronaldão e até Doriva (demitido como técnico após seis jogos), dos mais antigos, Josué, Mineiro, Amoroso e Aloísio, dos mais novos, tiveram os nomes exaltados com força. Mas Lugano, a quem o torcedor chama de Diós, sobrou.
Desde cedo, parecia lei: quem se aproximava do Morumbi tinha de gritar pelo menos uma vez o nome do uruguaio. A entrada dele em campo com o filho foi explosiva, com a paixão sul-americana de que tanto gosta. No jogo, a cada toque na bola, delírio. E pedidos de “Volta, Lugano! Volta, Lugano!”.
O momento mais marcante e simbólico veio quando Ceni, ainda no primeiro tempo, saiu do gol e foi jogar na linha. Ao entrar em campo, o Mito colocou a braçadeira de capitão no zagueiro. Prenúncio do que está por vir para 2016? A torcida inflamou! A diretoria do São Paulo, agora, joga com a pressão do tamanho do planeta para trazer o zagueiro.
Diante disso, bandeirões, cerveja liberada e fogos só complementaram a noite de deuses, que ainda teve lembranças marcantes aos comandantes Paulo Autuori, Milton Cruz, Muricy Ramalho, o mestre Telê Santana, e até Juvenal Juvêncio, morto na última quarta-feira. A torcida cantou o nome do ex-presidente, em tom de respeito. Sobrou para quem não esteve. No caso, o hoje corintiano Danilo, camisa 10 em 2005, e único xingado no olimpo. Mas pouco importa, era hora de dizer adeus, de dizer jamais.