Um dia após sua chegada ao Brasil, Diego Lugano avisou ao São Paulo que não queria festa de apresentação. Nada de estádio lotado para marcar seu retorno. O pedido foi acatado e o zagueiro uruguaio foi apresentado nesta segunda-feira, no CT da Barra Funda. Se não teve festa, teve pompa. A sala de imprensa esteve lotada e satisfação visível do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, deram o tom da chegada: o uruguaio é a grande aposta do clube para preencher a lacuna deixada por Rogério Ceni e tem total consciência de sua real importância.
- A recepção foi linda, maluca, e mais do que suficiente para um cara que simbolizou uma época boa para o clube, poderia ser Mineiro, Josué, Kaká. Não precisa de festa a mais para não ficar exagerado tudo isso. A torcida são-paulina demonstra que tem gratidão aos que um dia fizeram algo pelo clube e isso é importante para os meninos da base, é bom eles verem isso. Agora o que eu quero é trabalhar - disse, quando questionado sobre a recusa.
A representatividade de Lugano para o São Paulo é tão grande que a presença de Leco ao seu lado na coletiva não foi suficiente. Marco Aurélio Cunha e João Paulo de Jesus Lopes também estiveram sentados nas cadeiras da sala de imprensa do CT da Barra Funda para acompanhar - e vibrar - com a apresentação. Marco Aurélio, por sinal, foi o mais efusivo ao cumprimentar o zagueiro ao fim da entrevista.
- Eu quero que a torcida lote o estádio quando estivermos no Paulistão, na pré-Libertadores, não vim aqui para arranhar o prestígio, vim para ser mais um. Sou realista, meu último jogo na Libertadores o São Paulo perdeu a final para o Internacional. Nos clássicos, ficamos invictos, mas foi uma sequência muito doida, não acontece fácil. As coisas não são simples, mas o importante é não deixar morrer a ilusão, ter fome de vencer - ponderou.
A segunda passagem de Kaká pelo São Paulo, por empréstimo do Orlando City em 2014, foi acompanhada por Lugano, satisfeito com o resultado. Respaldado por ela, não se esquivou quando questionado sobre a possibilidade de sua segunda passagem 'dar errado'.
- Kaká é um exemplo, sim, sempre dizem que a segunda passagem de um jogador nunca é igual a primeira. Muita gente me disse que era um risco, mas esse risco fica em quinto plano quando tem um grupo, um clube precisando de você. Não há duas maneiras de pensar. Se não foi como a gente sonhou, não vai ser por falta de trabalho - finalizou.
Lugano segue com os trabalhos de reequilíbrio físico no CT da Barra Funda a espera do aval da comissão técnica para se colocar à disposição de Edgardo Bauza e, assim, tentar corresponder à altura das expectativas.