Lugano: ‘Que Cavani venha um dia se for o melhor para ele, não para mim’
Dirigente do São Paulo admite que pensar em trazer Cavani neste momento é irreal e que seria mais interessante para ele seguir na Europa, mas sonha com o futuro
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O nome de Edinson Cavani tornou-se pauta no São Paulo há alguns dias porque Diego Lugano disse a uma rádio argentina que conversa com o amigo há tempos sobre a possibilidade de trazê-lo para Brasil. Passada a repercussão, o próprio Lugano, hoje superintendente de relações institucionais do Tricolor, admite que é uma situação praticamente impensável para o momento, embora reforce que o sonho existe.
- E o futebol depois do coronavírus? Essa é a pergunta que nós temos que fazer hoje. Estamos vivendo uma era inédita, com muitas dúvidas. Não dá para planejar muito além do que estamos vivendo, mas obviamente que o Edinson é um sonho de consumo de qualquer time sul-americano e mundial. E nós não somos diferentes, né? - disse o uruguaio, em entrevista aos jornalistas Eduardo Tironi e Arnaldo Ribeiro no Youtube.
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Cavani tem contrato com o PSG somente até o dia 30 de junho e já manifestou a Lugano que gostaria de jogar uma Libertadores. O são-paulino acredita, porém, que o amigo ainda tem bastante mercado para explorar na Europa aos 33 anos.
- No Uruguai, o bem do seu amigo está acima do seu, e com isso quero falar que quero o melhor para ele sempre. E tomara que ele pense que o melhor para ele um dia seja vir ao São Paulo. Mas só se for o melhor para ele, não o melhor para mim, por hoje eu ser dirigente e poder dar essa
cartada de trazer um monstro como ele. Nunca faria isso.
- É muito difícil para nós, na Argentina e no Brasil, repatriar esses jogadores. Não só pelo econômico, que ficou ainda mais difícil, quase impossível, mas porque o Velho Continente oferece outro conforto, outra qualidade de vida para os jogadores. Isso é inegável. Eu, como jogador, demorei para voltar porque vivi uma vida muito mais estável na Europa do que na América do Sul. Eu entendo muito bem. Se não tem um motivo específico, seja familiar, seja saudade de alguma cidade, é muito difícil trazer grandes jogadores para a América do Sul. O torcedor do time grande não entende. Não entende porque a molecada quer ir tão cedo para a Europa. Mas é o mundo de hoje. Nós, aqui na América do Sul, temos isso como nosso principal e primeiro inimigo, depois o aspecto econômico - emendou Lugano.
O ex-zagueiro jogou duas Copas do Mundo ao lado de Cavani e é muito amigo de seu irmão, com quem atuou quando mais jovem, no Nacional do Uruguai. As famílias também são bastante próximas:
- Minha geração teve a sorte de ter um grupo mais ou menos estável por muito tempo na seleção, que foi sempre o objetivo do Maestro Tabárez. Ele escolhia o perfil dos atletas para que um se identificasse com o outro. A gente era muito de compartilhar com nossas famílias as concentrações em Copas do Mundo, então os pais acabam se conhecendo, os irmãos, é diferente. Com Cavani aconteceu algo similar do que aconteceu com Suárez, com Godín e tantos outros. O irmão do Edinson Cavani, que hoje é empresário dele, conviveu comigo quando fomos para Montevidéu jogar no Nacional. Ele é de Salto, eu sou de Canelones, era uma moradia do clube e passamos aqueles momentos difíceis de todos os jovens que têm um sonho. Minha mãe é muito amiga da mãe do Edinson, as duas são figuraças e se juntam até hoje. Somos muito próximos, de amizade.
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