Milton Cruz lamenta não ter sucedido Osorio e revela apoio do colombiano
Agora interino do São Paulo, profissional acredita que diretoria anterior errou ao optar por contratar Doriva para repor a saída de Osorio para a seleção mexicana
Agora técnico interino do São Paulo, Milton Cruz chegou à sala de imprensa do CT da Barra Funda por volta das 18h30 com grande animação. Carregando a prancheta utilizada nos treinamentos, cumprimentou alguns jornalistas e abriu largo sorriso ao sentar na bancada para conceder entrevista coletiva e só lamentou o fato dessa cena ter sido adiada em mais de um mês. A explicação? O coordenador técnico esperava ter sido promovido ao cargo imediatamente após a saída de Juan Carlos Osorio para o México.
- Quando Osorio saiu, falou que seria legal se o clube me mantivesse no cargo para dar continuidade ao trabalho dele. Infelizmente não aconteceu, aí veio o Doriva como aposta da outra diretoria e que começou outro trabalho. Agora vou implantar o que sempre fiz, com o que acho ser importante. Se fosse numa sequência, puxaria mais ao trabalho dele. Tenho que agradecer à confiança da diretoria. Meu começo no Brasileiro (dez pontos em cinco jogos) pode ter ajudado a colocar o time na posição em que está. Agora espero chegar à Libertadores - destacou o profissional, há 20 anos no clube.
Osorio e Milton Cruz criaram forte amizade nos quatro meses do colombiano no Morumbi. A relação fez com que os dois mantivessem contato nas últimas semanas e até que o agora técnico da seleção mexicana marcasse um jantar em São Paulo no último fim de semana para reencontrar o colega. E o laço entre os dois deverá servir também para os rumos do Tricolor nos quatro jogos restantes desta temporada.
- Ele esteve aqui na quinta-feira passada, me ligou muito feliz para nos reencontrarmos, fomos jantar com a família... Quando ficou sabendo (que seria interino), desejou parabéns e boa sorte na caminhada. E está à disposição para ajudar. Tenho carinho muito grande por ele, criamos uma relação especial e conversamos muito. Torço para que ele consiga ir bem na seleção do México . Cada um tem seu jeito de trabalhar, seus crítérios e méritos. Como Osorio também tem. Doriva fez o que pôde de melhor para vencer, mas futebol é assim. Aconteceu (a saída) e agora estou aqui para assumir o time - disse.
'Sou interino até o fim do ano, até trazerem um profissional à altura do São Paulo'
Como de costume, perguntas sobre uma possível efetivação de Milton como treinador principal foram feitas. O coordenador técnico comandou o São Paulo em 16 partidas nesta temporada e tem aproveitamento maior do que o apresentado por Doriva e Osorio. Apesar disso, manteve a posição de que prefere seguir como funcionário e aproveitou para relembrar as especulações do início do ano de que Carlos Miguel Aidar, então presidente, desejava tirá-lo da comissão técnica após a queda de Muricy.
- Sou interino até o fim do ano, até trazerem um profissional à altura do São Paulo. Cada um escolhe com quem quer trabalhar. Eu estou há mais de 20 anos no clube como funcionário, mais seis como jogador e sempre fui leal e honesto com o clube. Eu quero o bem do São Paulo e quero que os outros também tenham esse carinho. Se eu viro treinador e perco três jogos, sou mandado embora. As pessoas sabem que eu tenho uma função muito importante e que seria arriscado me perder assim. Se for para ficar cinco jogos, eu fico. Se forem oito meses, fico e levo para a Libertadores como foi com o Rojas em 2003. É a preferência da diretoria com um funcionário - finalizou.