São Paulo: entenda o que é tromboembolismo pulmonar, diagnóstico de Luiz Gustavo
Volante foi internado no final de semana

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Luiz Gustavo está internado no hospital Albert Einstein com um quadro de tromboembolismo pulmonar. Sem prazo de retorno ao São Paulo, o Lance! conversou com a Dra. Sandra Guimarães, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, para entender a gravidade e como funciona o problema do jogador.
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Um dos primeiros sintomas de Luiz Gustavo foi um quadro de dores na região torácica. Após avaliações, exames de imagem identificaram a doença.
O tromboembolismo pulmonar (também conhecido como embolia pulmonar) é uma condição clínica caracterizada pela presença de coágulo sanguíneo que alcança a circulação arterial pulmonar.
A médica esclareceu que o problema costuma ser mais comum em idosos ou pessoas submetidas a cirurgias ou condições clínicas que alterem a circulação venosa - ou aumentem a coagulação intravenosa. Mas muitas vezes, a condição pode passar despercebida pela ausência de sintomas.
Existe uma curiosidade. Muitas vezes, em pessoas saudáveis, a condição pode aparecer após lesões musculares, inflamações em membros inferiores.
- Muitas vezes pouco sintomática, pode passar despercebida ao paciente e mesmo ao profissional de saúde. Outras vezes, pode ser de alta morbimortalidade e responder por 25% das mortes súbitas intra-hospitalares. Quando acomete pessoas mais jovens ou saudáveis, está associada a lesões musculares, inflamações em membros inferiores e condições hematológicas que alteram a capacidade de formar coágulos - explicou a Dra. Sandra Guimarães.

Como funciona a recuperação?
Após o jogo contra o Atlético-MG, Zubeldía informou que não sabe quando Luiz Gustavo voltará a jogar. De acordo com o treinador, não existe um prazo para melhora.
- Estamos esperando um diagnóstico mais claro. Agora ele está em um momento de pleno cuidado, está sendo supervisionado por profissionais e, com toda dor do mundo, digo que ele não estará com a gente por tempo indeterminado. Não posso falar muito do que ele tem, mas é preciso ter bastante cuidado com a saúde nesses primeiros dias e é isso que ele vai fazer. Estamos com ele - falou o técnico em entrevista coletiva.
A pneumologista explicou ao Lance! que a recuperação costuma acontecer em duas etapas. Na primeira, existe uma redução do quadro inflamatório e vascular - em caso de embolias pequenas. Esta pode levar até 15 dias.
A segunda fase pode durar meses, especialmente se o processo embólico tiver provocado uma alteração drástica na circulação. Nesses casos, o paciente pode precisar de medicação, oxigênio suplementar e fisioterapia para se recuperar, principalmente em quadros de embolia mais grave.
No caso de Luiz Gustavo ainda não é possível cravar. O São Paulo informou que o jogador seguirá em observação e os boletins médicos serão atualizados com frequência.
Ficam sequelas?
A doutora Sandra Guimarães abriu o jogo sobre a possibilidade de existirem sequelas. Segundo suas palavras, depende da área pulmonar.
- As sequelas dependem da área pulmonar acometida e do impacto na circulação pulmonar, podendo ser avaliadas por meio de exames como o ecocardiograma, que mede a pressão dentro dessa circulação. No caso de esportistas de alto rendimento, há uma grande chance de impacto no curto prazo (cerca de 15 dias), já que o paciente precisa manter repouso relativo, mesmo em casos de comprometimento pulmonar leve. Já em situações de embolias mais extensas, o impacto pode ser mais duradouro, exigindo um tempo maior de recuperação - explicou.
- A principal preocupação no período pós-embolia é a necessidade de anticoagulação por, pelo menos, seis meses. Esse tratamento impede a ocorrência de novos coágulos, mas também limita a prática de atividades com risco de trauma, devido à possibilidade de sangramentos. Em alguns casos específicos, pode-se considerar a colocação de um filtro de veia cava, o que permite reduzir a duração da anticoagulação e, consequentemente, minimizar esse impacto. No entanto, essa indicação é restrita a situações bem definidas, como em embolias graves ou recorrentes - completou a médica.
Luiz Gustavo não é o primeiro caso de tromboembolismo pulmonar no futebol nacional
Luiz Gustavo não é o primeiro jogador a passar por um problema assim. Em setembro do ano passado, Osvaldo, do Vitória, viveu a mesma questão.
Na época com 37 anos, também chegou a ser internado. O jogador voltou a ser relacionado em janeiro de 2025, perdendo o final da última temporada pelo time nordestino.
No caso de Osvaldo, os sintomas começaram a se manifestar após uma pancada na perna, seguida de uma viagem de avião - sendo comum que o excesso de viagens aéreas causem o problema.
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