Morreu nesta segunda-feira Laudo Natel, ex-presidente, conselheiro vitalício e membro nato do Conselho Consultivo do São Paulo, considerado patrono do clube por ter sido idealizador da construção do Morumbi na década de 1950. O CT da base do Tricolor, em Cotia, leva seu nome.
A causa do falecimento não foi divulgada. Natel estava com 99 anos e faria seu centésimo aniversário em setembro. Ele nasceu em São Manuel, interior de São Paulo, em 1920.
Seu sobrinho, Roberto Natel, é um dos nomes cotados para ser um dos candidatos da oposição nas eleições presidenciais do São Paulo em dezembro deste ano. Ele é vice-presidente atualmente, mas rachado com Leco.
Sucessor de Cícero Pompeu de Toledo na presidência do clube, Laudo Natel ocupou o cargo entre 1958 e 1972 - estava na cadeira, portanto, quando o Morumbi foi inaugurado. Também foi governador do Estado entre 1971 e 1975, além de um mandato tampão durante oito meses entre 1966 e 1967 após a cassação de Ademar de Barros, de quem era vice.
O Morumbi
Laudo Natel era figura importante do Banco Brasileiro de Descontos, que viria a se tornar o Banco Bradesco, quando foi consultado por Cícero Pompeu de Toledo sobre uma solução para tornar o São Paulo viável financeiramente. A saída encontrada por ele foi vender o Canindé, único bem do clube, e construir um estádio imponente, com enorme capacidade - na época, 150 mil pessoas.
A obra do Morumbi durou 18 anos. O estádio começou a ser erguido em 1952 e foi inaugurado em 1960, mas ainda pela metade. A inauguração completa ocorreu apenas em 1970. Natel já disse que, se o São Paulo fosse um clube rico, este processo demoraria no máximo três anos.
Como não era, o clube contou com a ajuda da Imobiliária Aricanduva, que doou parte do terreno, e investiu em soluções criativas para fazer dinheiro e realizar o sonho. O goleiro José Poy, ídolo do clube, ficou conhecido por bater de porta em porta para vender cadeiras cativas, por exemplo.