Pela primeira vez após duas semanas de novela, o atacante Jonathan Calleri falou como jogador do São Paulo. Em entrevista no Aeroporto de Ezeiza, na província de Buenos Aires (ARG), o novo reforço tricolor disparou contra os dirigentes do Boca Juniors, lamentou ter deixado a Bombonera, mas exaltou o papel de Edgardo Bauza em sua transferência para o Brasil por seis meses.
- Eu tinha contrato com o Boca e queria ficar para jogar a Copa (Libertadores da América). O fato de Bauza ter me chamado para defender o São Paulo foi muito importante, pelo fato de se preocupar tanto em me contratar. Vou lutar por meu espaço neste grande clube. Chego com muita gana e expectativas, espero dar o melhor de mim. O São Paulo é um clube muito grande, mas eu queria ter ficado no Boca - admitiu o argentino de apenas 22 anos.
Ao mesmo tempo em que celebra a chance de trabalhar com Patón no São Paulo, Calleri segue indignado com a maneira como deixou o Boca. O atacante assegura que preferia ter permanecido no clube xeneize mesmo com a concorrência acirrada no ataque com Carlos Tévez e o recém-chegado Pablo Osvaldo. O atleta não gostaria nem de ter sido vendido à Internazionale (ITA).
- Não queria sair e eles sabem disso. Falem o que quiserem, eu não minto. Quando Osvaldo chegou, sabia que sairia atrás e que não teria muito tempo. Seria muito estranho enfrentar o Boca na Libertadores, porque deixei uma parte do meu coração lá. Não via problemas em ficar e competir com Tévez e Osvaldo. Queria lutar, mas o clube decidiu me vender. Me seduzia jogar na Europa, mas tive que ir ao São Paulo e isso tem muito de Bauza. É uma equipe protagonista como o Boca. Parto feliz - desabafou.
Calleri foi vendido pelo Boca ao Deportivo Maldonado (URU) por mais de R$ 42 milhões, em investimento feito pela equipe do empresário Juan Figger ao lado do Stellar Group. A operação ainda envolveu a Inter de Milão, que receberá o atacante após os seis meses de contrato com o São Paulo - o vínculo que deve ser assinado nesta segunda termina em 30 de junho.