Namoro antigo: Pato quase voltou ao São Paulo para vestir a 10 em 2016
Atacante foi acolhido pelo clube após deixar o Corinthians em baixa, ficou bem perto de retornar na metade de 2016 e agora foi protagonista de um chapéu no Palmeiras
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Alexandre Pato disse "sim" ao São Paulo na tarde desta quarta-feira, transformando em casamento um namoro que durava desde 2014, quando ele iniciou sua primeira passagem pelo clube. O atacante de 29 anos não se desconectou do Tricolor após encerrar sua primeira passagem pelo Morumbi, em 2015. Ele esteve perto de retornar em 2016, manteve-se em contato com antigos companheiros e funcionários do clube, sempre dizendo que um dia retornaria, e agora foi protagonista de uma longa novela que terminou com "chapéu" no rival Palmeiras e final feliz para os são-paulinos.
Pato foi acolhido pelo São Paulo após uma passagem fracassada pelo Corinthians, que investira R$ 40 milhões para tirá-lo do Milan (ITA) no início de 2013. Ele foi trocado por Jadson e jogou por empréstimo no Tricolor em 2014 e 2015, quando marcou 38 gols e deu 16 assistências em 101 jogos. Apesar de não ter conquistado nenhum título, foi amor à primeira vista.
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Emprestado pelo Corinthians ao Chelsea (ING) no primeiro semestre de 2016, Pato esteve bem próximo de retornar ao São Paulo no meio daquele ano. O então diretor de futebol do clube, Gustavo Vieira de Oliveira, foi até a casa do jogador levando consigo uma camisa 10 com o nome dele às costas - Pato havia usado a 11 em sua primeira passagem, e aquele gesto simbolizava que, com a saída de Ganso, ele seria a grande referência da equipe.
As conversas avançaram bem, mas emperraram em alguns valores. Dias depois, quando o Villarreal já havia acertado a compra dele com o Corinthians por 3 milhões de euros (R$ 10,8 milhões), o Tricolor tentou cobrir a oferta e não conseguiu. O casamento estava adiado, mas a paquera continuou.
Em maio de 2018, quando já jogava no Tianjin Tianhai (CHN), Alexandre Pato aproveitou as férias para ir ao Morumbi assistir à vitória por 3 a 2 sobre o Botafogo, pelo Brasileirão. Ele torceu fervorosamente pela equipe, àquela altura comandada por Diego Aguirre, com direito a publicações em suas redes sociais, foi presenteado com uma camisa do clube e deu entrevista dizendo que planejava voltar um dia.
Pato dizia aos amigos do São Paulo que sua ideia era retornar em janeiro de 2020, após o fim do contrato com o Tianjin, mas a crise financeira do clube chinês e o namoro com Rebeca Abravanel, filha de Silvio Santos, fizeram com que ele decidisse antecipar o retorno ao Brasil. Mais especificamente à capital paulista.
O São Paulo, que vinha enxugando a folha salarial para contratar reforços pedidos por Cuca após cair de forma precoce na Libertadores, precisou reorganizar seu orçamento - e também garantir ao técnico, antes reticente, que o alto investimento que seria feito pelo atacante não inviabilizaria a chegada de outras peças.
Cuca se convenceu e até telefonou para Pato para ajudar nas negociações, mas havia um grande empecilho a ser superado: o Palmeiras, de poder financeiro maior e ótima relação com André Cury, agente que ajudou o atacante a rescindir com o Tianjin Tianhai.
O Palmeiras chegou a estar bem confiante de que conseguiria contratá-lo. Na noite de terça, já se dizia nos bastidores do Palestra Itália que o carinho de Pato pelo São Paulo não seria suficiente para atraí-lo, já que vestindo verde ele poderia disputar a Libertadores e ter mais projeção para voltar à Seleção Brasileira. Tudo caminhava para a assinatura de um contrato válido até dezembro de 2019, com renovação e aumento salarial em janeiro de 2020, desde que metas esportivas fossem atingidas.
O modelo adotado pelo São Paulo era semelhante, mas com valores menores. Então o clube deu a cartada final: ofereceu a Pato um contrato válido até dezembro de 2022, também com aumento a partir de janeiro de 2020, mas sem a necessidade de atingir nenhuma meta esportiva. O atleta não correrá o risco de, por exemplo, se machucar e perder a chance de renovar ao fim da temporada.
Ao anunciá-lo, o São Paulo destacou o carinho antigo de Pato pelo clube: "Aqui o coração bate mais forte. E continuará batendo...".
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