OPINIÃO: São Paulo de Dorival é o time que não perde nem quando aposta alto e acerta até quando erra
Quem pode deter a Máquina Tricolor 2023? É a pergunta que se faz ante um time que mostra confiança acima da média
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O estimado leitor, que já leu um gibi ou viu um filme ou desenho dos X-Men na vida, conhece a máxima 'quem pode deter o Fanático'? É uma frase usada para desafiar qual dos integrantes do grupo de mutantes mais famoso da Marvel Comics consegue a façanha de parar o maior dos brutamontes inimigo da trupe ficcional dos quadrinhos, pela sua força descomunal, aumentada em muito pela armadura de aço usada.
Analogias nerds à parte (quem não conhece o Fanático pode dar aquela busca marota na internet), esse parece ser o sentimento perfeito para exemplificar o que acontece com o São Paulo do técnico Dorival Júnior. Quem pode deter a Máquina Tricolor versão 2023, que sob o comando do treinador acumula dez partidas seguidas sem saber o que é perder?
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Se na ficção é um cristal mágico quem dá a super força de Cain Marko, nome do Fanático, quem garante os poderes do Tricolor de Dorival para que consiga empilhar resultados positivos, mesmo com um calendário exaustivo e mais de 12 jogadores entregues ao departamento médico?
Bem, essa é uma pergunta um tanto quanto mais complicada de responder. Mas como em todas as sagas de super-heróis, sempre existe um ponto fraco que pode ser usado por adversários para vencer uma batalha. E no caso do clube do Morumbi, algumas dessas falhas foram mais do que visíveis nesta terça-feira (23), contra o Puerto Cabello, pela Copa Sul-Americana. E mesmo assim o Tricolor saiu triunfante.
O time de Dorival simplesmente alcançou aquele patamar de confiança que, mesmo quando as coisas não saem como o esperado, dão certo... Mesmo que a aposta seja alta demais.
No último final de semana, o cansaço bateu e o time entregou dois gols que dariam o empate ao Vasco em pleno Morumbi. Mesmo assim, arrancou forças para definir o 4 a 2, já quase nos acréscimos.
O cenário na Venezuela esteve longe do clima apocalíptico do Morumbi. Mas nem por isso o São Paulo resolveu facilitar as coisas... para si mesmo! Vejamos, Dorival mandou a campo uma escalação e um sistema nunca usados até então. Um 4-1-4-1 que se transformava em 4-3-3 com a posse de bola garantida. O desentrosamento foi visível. Com o garoto Rodriguinho nos titulares, passes e afins não saíam como o esperado.
Para piorar, Luan entrou em campo como o único volante, deixando uma certa liberdade aos adversários no meio-campo inédita para os padrões de Dorival.
Restou apelar para a qualidade individual, essas sim muito maior do lado são-paulino que do venezuelano. E o gol saiu. Primeiro em uma penetração forçada na área. Depois em uma cobrança de falta de Rato, que estufou as redes. O sufoco no início do segundo tempo dos mandantes assustou, claro, mas a tropa de choque dos titulares estava a postos. Entrou, anulou o adversário. E ainda ganhou o gol de contra-ataque de Alisson nos acréscimos, selando o placar final.
Dorival pode nunca confirmar publicamente, mas é óbvio que a fragilidade do Puerto Cabello pesou a favor das decisões. E o que o São Paulo tem a ver com isso? Nada, absolutamente nada. Valem muito mais outras coisas: placar final, classificação, confiança e estatísticas...
E assim o São Paulo se acerta em campo. Se dá ao luxo de fazer apostas. E sai vencedor. Quem poderá, afinal, detê-lo?
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