Oposição tricolor crê em expulsão de Aidar e quer levar ‘caso Jack’ ao MP
Comitê de ética apresentará parecer sobre briga do ex-presidente com Ataíde Gil Guerreiro e conselheiros participarão de votação que pode excluir os dois do quadro de sócios
A noite desta segunda-feira será decisiva para os rumos do São Paulo. Em reunião extraordinária no Morumbi às 19h30, o comitê de ética e disciplina dará seu parecer sobre a briga entre Carlos Miguel Aidar e Ataíde Gil Guerreiro no fim ano passado, em hotel da Zona Sul da capital paulista. Mais tarde, uma votação dos conselheiros do clube pode até resultar na expulsão da dupla.
São quatro possíveis sugestões do comitê para punir os cartolas: advertência, suspensão por 30 dias, suspensão por 90 dias e exclusão do quadro de sócios. Dado o parecer, os membros conselho deliberativo darão votos secretos para acatar ou recusar. Se a sugestão não for aceita, o caso é arquivado.
Os rivais mais moderados da gestão Aidar, encerrada com renúncia em outubro de 2015, duvidam que o comitê proponha a expulsão do ex-presidente - e muito mais em relação a Ataíde, ex-vice de futebol e atual diretor de relações institucionais. Alguns chegam a lamentar a fragilidade do estatuto, que aliviaria a situação dos acusados, mas há quem refute punições mais duras para não "manchar a imagem do clube".
Os mais radicais pensam justamente no contrário e confiam que o comitê pedirá a exclusão até de Ataíde. A missão nos últimos dias foi de convencer quem ainda está “em cima do muro” de que a expulsão dos cartolas seria a única forma de limpar o clube. Depois, a ideia é levar Aidar e mais quatro envolvidos no polêmico contrato de comissão na parceria com a Under Armour ao Ministério Público de São Paulo.
No fim de 2014, foi aprovada uma comissão de R$ 18 milhões (15% do valor total do contrato com a marca americana) à empresa Far East Global, sediada em Hong Kong e em nome de Jack Banafsheha. A operação foi concluída com a assinatura de cinco dirigentes e só rescindida no início deste mês. Em novembro, o empresário teria prometido a Aidar que encerraria o vínculo.
São quatro possíveis sugestões do comitê para punir os cartolas: advertência, suspensão por 30 dias, suspensão por 90 dias e exclusão do quadro de sócios
O contrato de comissionamento, que ainda carregava suspeitas do envolvimento de Cinira Matura, namorada de Aidar, foi assinado pelo próprio ex-presidente, por Douglas Schwartzmann (na época diretor de comunicação), Julio Casares (então vice de marketing), Leonardo Serafim (ex-diretor jurídico) e Osvaldo Vieira de Abreu (antigo diretor financeiro). Nennhum deles está na gestão de Carlos Augusto de Barros e Silva, eleito em novembro do ano passado.
Ao propor que o caso seja levado ao MP, os oposicionistas esperam convencer quem está em cima do muro de que não haverá impunidade mesmo se houver arquivamento na reunião desta segunda. No início da semana passada, Aidar já iniciou sua defesa ao enviar e-mail a todos os conselheiros do clube. No texto, o ex-mandatário jurou inocência e pediu compreensão com seus aliados.