Oscilações, derrotas e protestos: no São Paulo a ‘lua de mel’ dura pouco

Resultados e desempenho dentro de campo voltam a piorar e torcida rompe a paz com nomes importantes do clube. Diniz já é contestado e jogadores são alvos de xingamentos

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A temporada do São Paulo é uma montanha-russa, desde o início do ano alternando altos e baixos, com empolgações e decepções, que juntas formam um ciclo do qual o clube aparenta não conseguir sair. Diante do Athletico-PR, no último domingo, mais uma derrota em casa, a segunda consecutiva, o que gerou pronta reação dos torcedores nas arquibancadas e em frente ao Portão 1 do estádio. Desta vez, porém, sobrou até para peças "sagradas" do elenco.

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O resultado negativo complica ainda mais o objetivo do Tricolor, que é estar entre os quatro primeiros colocados do Brasileirão para garantir vaga direta na fase de grupos da Copa Libertadores de 2020. Ciente disso e com vários outros momentos de fracasso do time em 2019, o torcedor voltou a protestar contra dirigentes, contra a falta de raça da equipe e até mesmo contra o treinador Fernando Diniz, que acabou de completar 11 jogos e já é contestado.

Até aqui, o comandante tem cinco vitórias, dois empates e quatro derrotas, o que resulta em pouco mais de 50% de aproveitamento. Números medianos, que ainda ficam abaixo do potencial do elenco e das expectativas, que aumentaram diante do investimento feito pelos dirigentes neste ano. Diniz chegou com o aval do grupo, com respaldo de parte da mídia e com a trégua da torcida que esperou para ver o que o comandante poderia

Alguns resultados vieram, é verdade, um ou outro ponto de evolução no desempenho também estiveram presentes em certos momentos, mas a verdade é que ainda não houve convencimento. O retrospecto ruim fora de casa era ofuscado pelo 100% como mandante, o que já não existe mais, após duas derrotas consecutivas: para o Fluminense e para o Athletico-PR.

Se a blindagem em cima de Diniz já acabou em tão pouco tempo, a de Daniel Alves também parece perto do fim. O jogador que chegou com o status de maior contratação do futebol brasileiro, ainda não conseguiu reproduzir as atuações que o tornaram um ícone do esporte mundial, e a torcida não poupou o camisa 10 no protesto após o jogo do último domingo. "Ei Daniel Alves, vai tomar no c*", foi o que gritou o grupo em frente ao Morumbi.

Mas não sobrou apenas para o lateral-direito. Alexandre Pato, que retornou ao clube depois de uma batalha com o Palmeiras pela sua contratação, nem entrou em campo contra o Athletico-PR, mas também não vem atuando de forma convincente e foi alvo de xingamentos fora do estádio. Seu último gol foi na vitória por 3 a 2, diante do Santos, há três meses. 

Por fim, nem Hernanes, ídolo da torcida e que retornou ao Tricolor com pompa e status de grande contratação, foi poupado dos xingamentos. Assim como os dois companheiros citados acima, ele foi um dos nomes que receberam as ofensas desses são-paulinos que se uniram após a derrota no Morumbi. O meio-campista sofreu com a parte física durante todo o ano e não tem conseguido boas apresentações, o que o afasta da titularidade atualmente.

Pelo menos para esse grupo de torcedores, a paciência voltou a acabar, como já havia acabado sob o comando de André Jardine e sob o comando de Diniz. Acontece que agora a "lua de mel" com os jogadores também parece ter chegado ao limite, justamente em um momento em que o clube decide no campeonato o que será dele na próxima temporada. Inconformados com mais uma iminente decepção, os são-paulinos começam a atacar a própria carne.

Nesta segunda-feira, o São Paulo folga e volta aos treinamentos na próxima terça-feira, já de olho no duelo com o Santos, no próximo sábado, às 17h, na Vila Belmiro, pela 33ª rodada do Brasileiro. Atualmente na quinta posição com 52 pontos, o Tricolor está quatro pontos atrás do Grêmio, o quarto colocado e principal adversário na briga por uma vaga no G4 da competição.

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