‘Patinho feio’? Exclusão em campanha mundial abala mais um pouco relação entre São Paulo e Adidas
Tricolor foi 'esquecido' pela marca em lançamento mundial de uniformes
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O lançamento de uma campanha mundial da nova coleção de uniformes inspirados em vestimentas dos anos 1990 virou motivo de mais reclamações nos bastidores do São Paulo com a Adidas, suas atual fornecedora de material esportivo.
Tudo porque o Tricolor foi 'esquecido' no post que anuncia a coleção nas redes sociais, em que modelos vestem a camisa dos principais clubes e seleções atendidos pela multinacional alemã.
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Entre selecionados e equipes europeias, somente três sul-americanos aparecem na campanha: Flamengo e a dupla argentina River Plate e Boca Juniors. Único tricampeão mundial do futebol brasileiro, o São Paulo foi completamente ignorado, o que despertou a fúria interna de dirigentes e conselheiros.
- Mais uma para a coleção de impropérios que essa marca usa contra nosso clube - disse um conselheiro em grupo privado de mensagens pelo celular.
No próprio post da Adidas, diversos são-paulinos se manifestaram, cobrando a presença do Tricolor na campanha e desfilando o ódio contra a marca alemã.
São Paulo e Adidas vivem relações extremamente tumultuadas nos bastidores. Primeiro, o Tricolor reclama da diferença de valores pagos e tratamentos dados a ele e o Flamengo. Há queixas de que até Atlético-MG e Internacional seriam melhores servidos pela marca.
Além disso, episódios recentes escancaram o que torcedores e dirigentes chamam de descaso.
Em dezembro do ano passado, o capítulo de desacordos entre as partes ganhou mais um capítulo, com os uniformes do clube usados na pré-temporada ainda exibindo a marca da Roku, fabricante de players de mídia on-line, cujo acordo venceu há três meses e não foi renovado.
A promessa era de que a situação deveria mudar no fim de janeiro, quando, enfim, o clube lançaria antecipadamente parte da sua nova coleção. Até agora, contudo, não houve fornecimento de novas camisas.
Não é o primeiro atrito entre o clube do Morumbi e a multinacional alemã. Em setembro, o clube se viu refém da marca esportiva e taxou como 'descaso' o fato da terceira camisa são-paulina, que faz alusão ao agasalho usado pelo elenco campeão mundial de 1992, ter sumido das lojas após esgotado o primeiro lote.
Lançada em agosto, a peça esgotou em um fim de semana. E a reposição do lote de 3 mil unidades, prometida pelo Tricolor à torcida na ocasião em até 15 dias, demorou quase dois meses. Depois de arrecadar quase R$ 1 milhão no fim de semana de lançamento da camisa, a previsão do marketing são-paulino é que o clube deixou de arrecadar mais R$ 6 milhões com a peça por causa das listas de espera de clientes feitas por lojas.
No início de 2022, a rescisão chegou a ser estudada pelo jurídico tricolor, mas os valores da multa impediram o avanço do planejamento. O contrato entre as partes vai até o fim do ano que vem. A desavença é tamanha que o técnico Rogério Ceni entrou no 'fogo cruzado' ao usar roupas da Under Armour, antiga fornecedora são-paulina, no jogo contra o Juventude, em abril, pela Copa do Brasil.
O contrato entre São Paulo e Adidas vai até o final deste ano e não deverá ser renovado. O clube negocia nos bastidores com New Balance, Puma e outras fornecedoras. A reportagem não conseguiu contato com a assessoria da multinacional alemã até a conclusão desta reportagem para comentar as informações.
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