"Sou da paz". Foi assim que Daniel Alves iniciou sua primeira entrevista exclusiva desde a volta ao Brasil. Em conversa com o programa "Seleção SporTV", o camisa 10 do São Paulo falou sobre a polêmica com os jornalistas após o duelo com o CSA, no último domingo. Além disso, ele explicou seu posicionamento no time comandado por Cuca e como pode ajudar os colegas.
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Ao dizer que a imprensa "não jogou bola", depois do empate em 1 a 1 com o CSA, Dani gerou um burburinho no meio jornalístico e aproveitou a entrevista concedida nesta quinta-feira, antes de viajar ao Rio de Janeiro, para explicar o que quis dizer com sua análise na zona mista. Para ele, é tudo uma questão de vivência, já que quem foi jogador teria mais facilidade para perceber algumas coisas dentro de campo e também fora dele.
- Não me arrependi. A maioria das pessoas acha que futebol é só dentro das quatro linhas, mas há outros fatores que influenciam. Só não entendo quando ex-jogadores pegam esse tipo de informação de declaração como se fosse pra eles. Eles sabem do que estou falando, não é só dentro das quatro linhas, tem outros fatores. Uma bola mal controlada por causa de um quique diferente, essas coisas, só quem jogou sabe. Não gosto de gerar sensibilidade, sobretudo com ex-jogadores, meu respeito para com eles é muito grande - declarou.
Para ilustrar a sua fala, Daniel usou como exemplo a repercussão que um treinamento de finalizações teve após os jogadores terem baixo aproveitamento. De acordo com o que pensa, esse tipo de coisa só é criticada por quem não tem experiência dentro de campo, e acaba criando avaliações negativas por parte do torcedor.
- Não é só o que as pessoa estão vendo, era um treino de finalização em que competiam dois times e tinha que se passar a bola pro rival da pior forma possível. Em um recorte de informação você vira meme, chacota. Essa coisas não ajudam, só prejudicam. Essa é uma das principais coisas que quem não jogou, não sabe. Não tem polêmica, sempre queremos o melhor para o nosso time, mesmo que não seja assim sempre, tem que focar, deixa de lado certos tipos de informação, porque se você distrai no futebol, você se prejudica.
O camisa 10 também comentou a sua utilização na lateral direita pela primeira vez desde a sua chegada ao São Paulo. Até então, ele vinha sendo utilizado como meia, setor em que prefere jogar no futebol brasileiro, pois ali ele pensa contribuir mais com os companheiros por participar mais da construção do jogo. Algo, segundo ele, já conversado com o técnico Cuca.
- Tinha falado com ele, decidiu que eu começasse na lateral, aí depois eu expliquei que quando eu jogo no meio consigo contribuir mais. Sou um jogador de combinação, consigo ajudar, dou dinâmica. Na lateral, com o estilo de jogo do Brasil, eu preciso intervir mais, eu consigo me posicionar, tática e tecnicamente muito melhor. Aqui no são paulo, eu preciso jogar nessa posição para que meus companheiros criem mais - analisou antes de completar:
- Eu tenho que me adaptar, estou disposto, estou aqui para construir, porque eu consigo mais entender minha equipe do que propriamente jogar. Acho que você melhora quando a cobrança vem, tem pessoas que dão passo pra frente, e ficam com medo, eu gosto de dar esse passo para frente - concluiu.
O São Paulo viaja para o Rio de Janeiro na tarde desta quinta-feira para enfrentar o Botafogo, neste sábado, às 11h, no Nilton Santos, pela 20ª rodada do Brasileirão-2019. No momento, o Tricolor ocupa a sexta posição na tabela com 32 pontos, dez atrás do líder Flamengo.