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Por chance no Brasileiro, Ceni pede para clube evitar vender jogadores

Com janela de transferências europeia começando neste mês, o técnico solicita à diretoria para não aumentar necessidades do elenco e olha a base para reforçar plantel à disposição

São Paulo 2 x 0 Vitória
Marcello Zambrana/AGIF

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Em alguns países da Europa, a janela de transferências abre nesta semana, e Rogério Ceni já faz um apelo à diretoria: evitar vender jogadores para o São Paulo ter chance de ir longe no Campeonato Brasileiro. O técnico teme que as negociações aumentem as carências do elenco.

- Temos de olhar bastante o que queremos no campeonato. Tivemos três saídas e falam do Rodrigo Caio, outros são sondados. Não sei como anda a parte financeira do clube, quais são as necessidades, mas temos de tentar segurar o máximo de jogadores possíveis para brigar pelo melhor no Brasileiro. - declarou.

O treinador usou exatamente o que ocorreu no triunfo por 2 a 0 sobre o Vitória, nesta quinta-feira, no Morumbi, para mostrar as necessidades do time: Maicosuel fez exames, assinou contrato na véspera e foi titular exatamente porque ele não conta mais com Luiz Araújo, vendido ao Lille, da França - neste ano, já tinham saído para a Europa o zagueiro Lyanco e o atacante David Neres.

- Alguns jogadores já saíram e o Maicosuel chegou ontem e já jogou pela necessidade. Temos jogadores chegando, voltando de lesão. O Araruna e Wesley estão voltando para a próxima semana e vamos ganhando corpo. Se for necessário vender, que seja na posição em que mais temos atletas - respondeu.


Nas condições atuais, Rogério Ceni olha as categorias de base para manter a força do seu elenco. Ciente de que o volante João Schmidt assinou pré-contrato com Atalanta, da Itália, e sairá no próximo dia 30, o técnico tem utilizado Mlitão, zagueiro que também atua no meio-campo.

- Militão é um jogador que venho olhando desde novembro, na base, quando fiquei duas semanas em Cotia. Conversei na época e o senti imaturo. Passaram-se seis meses e, vendo a saída do João, vi nele jgoador com características de suprir sem ser necessário investir dinheiro. O talento dele é inegável, e a calma que joga faz com que tenha futuro brilhante no São Paulo. Infelizmente, não durará muito, porque tem muita qualidade e personalidade. Inclusive como volante. Mas está pronto para jogar.

Confira outros temas abordados por Rogério Ceni na entrevista coletiva desta quinta-feira, no Morumbi., após o triunfo sobre o Vitória:

Pratto

"Ser capitão não tem nada a ver com dinheiro, mas com atitudes, pela forma que ele se dedica em campo e se comporta fora dele. Pela experiência adquirida, pela grandeza de sua contratação e pelo que vem deixando em campo, é um modelo a ser seguido e, assim, se torna capitão. Outros jogadores no elenco, como Lugano, Maicon e Rodrigo Caio, têm capacidade de usar braçadeira. No momento, o Pratto é o ideal para capitanear."

Análise do jogo

"Time jogou bem até fazer o primeiro gol. Bem consistente defensivamente, criando boas oportunidades no primeiro tempo. No segundo, quando estava difícil de penetrar, colocamos Militão no meio, abrimos dois pelos lados, colocamos Cícero para entrar na área com Pratto e fizemos o gol. Voltamos ao esquema e sofremos. Se tivéssemos mais calma, não teríamos sofrido tanto. Demos muito a bola ao adversário, que chegou com muito perigo. Nosso segundo gol saiu já nos acréscimos. Faz parte sofrer, mas nossa maior dificuldade foi a queda de rendimento após fazer o gol."


Ânimo para o clássico de domingo

"É bom sempre chegar com vitória para jogar o clássico. Assisti ao Corinthians, fez um ótimo jogo, com placar considerável. Jogar lá é sempre difícil e complicado, jogamos há pouco tempo e empatamos. Acharemos sistema de jogo adequado e compatível para tentar a vitória. É uma tarefa difícil, é um time com confiança, quase 90% de aproveitamento, mas temos de tentar encontrar alternativas para dar aos jogadores a possibilidade de vitória."

Lugano

"Tenho opinião formada sobre Lugano. É importantíssimo para nós como liderança. Não é titular por opção. Jogou sete jogos como capitão, por respeito e experiência que ele tem e causa perante os outros. É sempre banca um ídolo do tamanho dele, talvez o último construído no passado, a jogar no São Paulo. Independentemente do número de jogos que ele faça, o clube tem muito a ganhar com sua presença até o fim do ano;. Seria justo com o atleta ter um grande jogo festivo. É, provavelmente, o último campeão mundial a jogar pelo São Paulo até uma nova geração ganhar. Falo como alguém de fora. É possível e seria bacana ele estar aqui, não só pelo futebol. Mas não é uma decisão fácil nem simples. vai chegando a hora de tomar essa decisão, até para projetar se precisaremos de novo zagueiro. Gosto dele na sobra, como o Maicon, e não posso expor o Lugano no um contra um contra o Neilton, por exemplo. Não escalo tanto Lugano porque tem cara de muita qualidade que joga na mesma posição que ele, o Maicon. Por isso coloco Militão, por exemplo, leve e rápido que vai no um contra um. Mas, provavelmente, em breve, Lugano vai jogar. Sobre contrato, a diretoria que fale. Como companheiro e treinador, acho bacana encerrar o ano de trabalho com grande jogo, festivo, bacana. É merecedor."

Satisfação com Thomaz

"Minha satisfação é com todos os jogadores. Se treinador bota jogador que deu assistência e fez gol, deu certo. Mas não vejo dessa maneira. Thomaz jogou contra Ponte e não rendemos tão bem. Achei impactante colocar Maicosuel onde está acostumado e mais rende. Imaginei que aguentaria só o primeiro tempo, mas tenho que dar ritmo, como fiz com o Wellington Nem."

Maicosuel

"Vejo Maicosuel como uso hoje, como um 10. Diferentemente do Denílson, que é de beirada. Maicosuel é meia com boa chegada na área. É menos desgastante, fica mais próximo da área e consegue fazer essa função de falso 10 ou meia-atacante."

O que esperar do clássico

"Que seja um grande jogo, como foram os outros. Nós nos enfrentamos na Flórida, atípico, e empatamos. No Morumbi, empatamos e, quando perdemos, pressionamos bastante, com eles no contra-ataque. Na Arena, 1 a 1. Há um equilíbrio. Vamos achar maneira de neutralizar jogadas. É um time muito consistente, mas vamos achar uma maneira. Vou ver todos os últimos jogos dele, passar uma tarde inteira para encontrar melhor formação e brecha para entrar na defesa deles."

Sensação pós-Vitória

"Saio feliz por 60%, 70% do que apresentamos, e aliviado pelo segundo gol do Pratto, que definiu a vitória. Até o primeiro gol, fizemos boa partida, finalizamos mais. Depois, faltou calma, tranquilidade, para manter a bola no chão. Não estamos sabendo conduzir o jogo depois de fazer o gol e sofremos a pressão adversária."

Novo Leandro Guerreiro

"O Leandro é um cara muito dedicado e muito bom jogador. Hoje, o Marcinho é o mais parecido, até de fisionomia, biotipo. Mas Leandro era muito dedicado, cumpria muita função em campo, voltava até a morte, fazia boa dupla de área. Fica na história por títulos e carinho."

Denílson, do Avaí

"Denilson é para já. Pode desenvolver, sim, se precisar."

Shaylon e Lucas Fernandes

"Shaylon e Lucas são muito bons de trabalho. Lucas um pouquinho à frente, e começaria hoje se Maicosuel não chegasse. Treinei a primeira parte com o Lucas. Pela necessidade de vitória, coloquei Maicosuel por ser mais ofensivo. Shaylon é ótimo, mas ainda é um pouco verde, muito menino."

Vitórias apertadas em casa e derrotas fora

"Não foi com folga. A mesma falta de folga na vitória dentro tem acontecido na derrota fora. Perdemos em lances bobos e de fácil solução. Estamos vencendo em casa e muito próximos de conquistar pontos fora, mas cometendo erros primários. É muito próxima essa relação."

Semelhanças com Carille

"Carille tem mais experiência lidando diariamente com os atletas, por ter sido auxiliar. Em contrapartida, tenho 25 anos dentro do campo, jogando futebol e sabendo reações, conhecendo os jogadores, principalmente na parte psicológica. Ele vem fazendo trabalho brilhante, só duas derrotas, o Corinthians entendeu bem como ele quer jogar, ótimo Paulista. Alguma boa virtude ele tem."

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