Pratto diz que fica no São Paulo, ao menos, até dezembro: ‘Cheguei agora’
Atacante admite que chegou uma oferta do Veracruz, do México, ao seu empresário, mas pretende cumprir contrato de quatros anos e só sairá antes se a diretoria quiser
Como os próprios representantes de Lucas Pratto já disseram, houve uma oferta de 20 milhões de euros (cerca de R$ 73 milhões) do Veracruz, do México, pelo argentino. Mas o próprio atacante, logo após confirmar a proposta, avisou em entrevista nesta sexta que não sai do São Paulo.
- Acho que chegou algo para o meu empresário, mas não está nos meus planos sair. Acabei de chegar ao São Paulo. Mesmo em time em que eu estava identificado, fiz a força para sair e não vou querer ir embora em dois meses. Quero ficar até, no mínimo, o final do ano. Se a diretoria precisar me negociar, é com eles. Assinei contrato de quatro anos e quero ficar todo esse tempo aqui - disse Pratto.
A declaração vai ao encontro do que disse o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, que classificou o centroavante como "inegociável" e assegurou sua permanência até dezembro. A garantia é dada com base no contrato.
Apenas a partir de janeiro de 2018 o Tricolor é obrigado a cobrir ofertas superiores a 11 milhões de euros (R$ 40,6 milhões) que chegarem pelo centroavante. Até lá, segue valendo o vínculo até janeiro de 2021 do argentino com o clube do Morumbi.
O São Paulo pagou 6,2 milhões de euros (R$ 20,7 milhões) ao Atlético-MG em fevereiro e ficou com 50% dos direitos de Pratto, mas esse percentual pode crescer. Se o atacante cumprir uma meta de jogos por time e seleção, o clube é obrigado a pagar 1,5 milhão de euros (R$ 5,54 milhões) em janeiro por mais 15% dos direitos. A medida se repete em janeiro de 2019 e 2020, dando ao Tricolor a chance de ficar com 95% dos direitos dele - os outros 5% são do supermercado BH.
Enquanto busca maior identificação no São Paulo, Pratto não esconde sua gratidão ao Galo, clube que defendeu por mais de dois anos e que trocou há quatro meses pelo Tricolor. Ele enfrentará o ex-time pela primeira vezes desde sua saída neste domingo, no Morumbi, e avisa que não comemorará gol.
- Obviamente, quero fazer gol. Mas, se marcar, acho que não vou comemorar. É uma questão de respeito pelo clube que me trouxe para o futebol brasileiro. Todos sabem como o Atlético-MG é especial para mim.
Veja outros assuntos abordados por Pratto na entrevista coletiva desta sexta-feira:
Duelo com Fred
Não jogo contra o Fred. São 11 contra 11 e somos dois finalizadores. Espero, no domingo, ganhar e finalizar melhor do que ele"
Necessidades do time
É difícil dizer o que precisamos melhorar. Se tivéssemos a resposta, nem estariam nos perguntando. Temos de melhorar o aproveitamento fora de casa, porque em casa, mesmo contra times importantes, estamos vencendo. Temos de encontrar um bom rendimento fora de casa para brigarmos por coisas importantes.
Entrada em campo com Hells Bells, do AC/DC
Deixa essa música, está boa. O Rogério entrou muito tempo com essa música e ganhou muito. Pode deixar.
Atlético-MG
Estamos esperando um Atlético-MG que, psicologicamente, não está como se imaginava. Mas é um time que se recupera a qualquer momento, com qualidade de jogadores muito boa, um dos melhores do Brasil, sobretudo em número de jogadores e qualidade. Virão para atacar. Precisamos jogar como contra Palmeiras, concentração muito alta, sem margem de erro nem dar tranquilidade para finalizar. Se fizermos um jogo quase perfeito, como contra Palmeiras, vamos ganhar.
Em 2016, Pratto e Maicosuel garantiram vitória do Galo no Morumbi
O jogo no ano passado foi meio estranho; São Paulo começou ganhando muito rápido, viramos no primeiro tempo e, no segundo, foi briga para manter vitória. Mas, hoje, estou do outro lado. Todos sabem a qualidade do Atlético-MG, não preciso dizer. Tenho assistido a algumas partidas deles, mas não toda. Quem sabe bem como joga o Atlético-MG é o Rogério, ele sabe bem o que precisamos fazer.
Identidade do time
Mudamos porque estávamos tomando muitos gols. O Rogério encontrou a formação com três zagueiros. Contra o Corinthians, mudamos um pouco a formação no ataque, mas mantivemos os três zagueiros e, se não fossem erros individuais e conceituais, não teríamos perdido e seríamos a melhor defesa. O trabalho defensivo está muito bom. NO ataque, estamos com dificuldade. mas estamos encontrando a identidade. É importante o ponto fora se ganharmos no domingo e esses três zagueiros serão uma boa ajuda psicológica para nós, que estamos na frente.
Janela de transferências
No São Paulo, a cobrança é muito grande sempre, e quero brigar pelas primeiras posições. É difícil estar quase no oitavo jogo sabendo que podem sair ou chegar jogadores, mas é questão de todos os times do futebol brasileiro. Esse é o problema causado pela janela na Europa. se calendários fossem iguais, não seria esse. Mas a maioria é diferente do brasileiro, grande problema, mas temos de saber trabalhar assim e levamos da melhor maneira.
Seleção argentina
Quero sempre estar na seleção, mas a Argentina estava uma bagunça, fizeram uma lista sem o treinador, com aval dele, mas quem convocou foi a diretoria. Foi meio estranho. Obviamente, quero voltar e trabalho para isso. Sampaoli tentou me levar para o Sevilla, então gosta de mim. Tento fazer coisas boas no São Paulo e gol para ser convocado.
Manutenção da base
Não podemos perder um jogo e mudar taticamente depois. O treinador tenta manter uma base de jogadores e seu posicionamento tático. Depois, individualmente, os jogadores precisam render como se espera no São Paulo.
Final única na Libertadores
Eu gostaria de ter uma final única. Para ter semelhança com a Europa e dar possibilidade a times que jogam fora de casa, é bom. E fica bom para todos. Na Europa, já se decide onde será a final antes da Champions, mas todos os lugares são próximos. Mas, antes de jogar a final, precisa ver os times que vão jogar. Não pode ser no Rio se tem um time mexicano, ficaria um pouco longe.