Primeiro jogo de Crespo: veja como jogou o São Paulo com o novo técnico

O treinador apresentou um time muito ofensivo, com boa criação de jogadas, mas uma equipe que pecou na conclusão dos lances e se complicou com bolas nas costas da zaga

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O empate por 1 a 1 contra o Botafogo-SP, no último domingo (28), no Morumbi, pela primeira rodada do Paulistão 2021, marcou a estreia de Hernán Crespo no comando do São Paulo. Utilizando a formação 3-5-2, a equipe conseguiu fazer uma boa partida, mesmo pecando nas finalizações, não conseguindo converter as oportunidades que criou em gols.


Um esquema que proporcionou liberdade ao ataque 

Com Igor Vinícius e Reinaldo pelas alas, o Tricolor conseguiu dar pressão no ataque e amplitude às jogadas da equipe. No primeiro tempo, Gabriel Sara dava apoio à criação de jogadas pelo lado esquerdo, enquanto Igor Gomes se incumbiu desse papel pelo lado direito.

Dessa forma, Daniel Alves fez uma função mais recuado, funcionando como articulador de jogadas do Tricolor, além de ser um jogador de posicionamento mais livre no meio de campo, possibilitando, em vários momentos, infiltrações de Igor Gomes e Gabriel Sara.

Essa liberdade dos meias e dos alas é decorrente, principalmente, da linha de três zagueiros na defesa, fazendo com que nenhum dos jogadores de beirada ou um dos meias tenha que recuar.

O meio de campo após a entrada de Tchê Tchê

No segundo tempo, uma alteração foi crucial para a mudança do funcionamento da equipe: a entrada de Tchê Tchê no lugar de Gabriel Sara.

Com Tchê Tchê em campo, Daniel Alves assumiu a função que era de Gabriel Sara, no lado esquerdo. Assim, o Tricolor conseguiu ser criativo pelos dois lados do campo, principalmente com os cruzamentos do camisa 10 para a área.

O meia tentou nove cruzamentos, acertando três, além de acertar oito das doze bolas longas que tentou na partida. Quanto aos passes, Daniel Alves atingiu a expressiva marca de 125 passes corretos, 24 a mais que a equipe inteira do Botafogo. Com uma taxa de 93% de acerto, foram 135 passes tentados pelo camisa 10, que deu seis passes chave.

Em duas das ocasiões em que Daniel levantou a bola na área, o São Paulo conseguiu duas chances perigosas, a primeira com uma cabeçada de Igor Vinícius, na qual a bola foi para fora e a segunda no lance do gol de empate da equipe, onde Pablo recebeu o cruzamento no segundo pau e cabeceou a bola para a chegada de Arboleda que, também de cabeça, fez o gol.

O meio de campo ganhou mais dinâmica com Tchê Tchê, que fez o papel que outrora era de Daniel, como um meia mais recuado, liberando o camisa 10 para ocupar papel mais ofensiva.

Ataque ineficiente 

A criação de qualidade do meio de campo são-paulino não foi o suficiente para vencer a partida devido ao baixo aproveitamento das oportunidades criadas. Ao todo, o Tricolor finalizou 17 vezes, acertando somente cinco no gol, das quais apenas uma entrou.

O Botafogo, por outro lado, finalizou oito vezes, sendo apenas uma no gol. Essa única finalização na meta do São Paulo entrou, abrindo o placar da partida.

A defesa ainda tem alguns problemas

Com todas as qualidades ofensivas, o time segue com algumas deficiências na defesa, como a principal delas, a lentidão dos defensores, permitindo que o time adversário faça jogadas rápidas pelas costas da zaga.

O gol da equipe do Botafogo nasceu justamente assim, num lançamento nas costas de Léo, encontrando Marlon. Marlon deu um passe que atravessou a área e achou Dudu que foi mais rápido que a defesa e conseguiu empurrar pro gol.

Esse problema pode ser perigoso para uma equipe que joga tão avançada quanto o São Paulo, uma vez que permite que o oponente jogue nos espaços vazios deixados pela linha de defesa.

O Tricolor voltará a campo na próxima quarta-feira (3), quando visita a Inter de Limeira às 17h, no estádio Major Levy Sobrinho, pela segunda rodada do Paulistão. Já no sábado (6), a equipe terá o seu primeiro clássico na competição, diante do Santos, às 19h, no Morumbi. 

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