‘Quando eu morrer, quero ter as cinzas jogadas no Morumbi’, diz Ceni
Goleiro se emocionou em seu jogo de despedida entre os times campeões mundiais de 1992/93 e de 2005 e fez um pedido para a posteridade
Ao final de seu jogo de despedida do São Paulo entre os times campeões mundiais pelo Tricolor, o goleiro Rogério Ceni foi ao centro de campo com o microfone, emocionado, despedir-se do Morumbi. Além de anunciar que a camisa 01 será aposentada pelo clube, o Mito ainda fez um pedido à família:
"Quando eu morrer, quero que meu corpo seja cremado e as cinzas jogadas no Morumbi, para que eu lembre para sempre de tudo o que aconteceu aqui".
Cercado pelos ex-companheiros no centro do gramado, Rogério Ceni agradeceu nominalmente um por um, inclusive mencionando aqueles que não puderam estar presentes. Apesar das vaias da torcida, que lotava as arquibancadas, o meia Danilo, hoje no Corinthians, também recebeu o carinho do Mito, além de Cicinho, Juvenal Juvêncio e Telê Santana.
Confira abaixo o discurso na íntegra de Rogério Ceni
Queria agradecer a todos os meus parceiros, aos caras de branco (time de 1992/93) que me ensinaram a ter mentalidade de campeão. Depois agradecer aqueles que ofereceram esse momento de hoje, esse jogo do tricampeonato mundial. Para mim, a equipe com mais talento que vi jogar no São Paulo (aponta para o time de 1992/93) e com muita alma, e a equipe com mais alma e coração que pude participar (aponta para a equipe de 2005). Agradecer todos da comissão técnica, Paulo e Muricy, que estiveram aqui hoje, Milton, com quem trabalhei todos os anos... Marco (Aurélio Cunha), muito obrigado por ter me enganado no dia mais importante da minha vida dizendo que meu joelho estava bom, psicologicamente foi muito bom (risos).
Danilo, independentemente de onde você esteja, o torcedor são-paulino é muito grato, eu sou muito grato por tudo que você fez pela gente. Todos aqueles que não puderam estar aqui, Denilson, Cicinho, pelo desejo de querer estar e nao poder, Palhinha, que não esteve aqui hoje, Leonardo... Telê Santana (aplausos), muito obrigado por ter feito com que eu chegasse meia hora mais cedo, isso criou uma grande história.
Doutor Pimenta, Doutor Juvenal Juvêncio, Doutor Marcelo Portugal Gouveia, presidentes tricampeões mundiais representados aqui por vossas esposas. Torcedor são-paulino, vocês foram o motivo de tudo isso, um sonho que durou 25 anos. Confesso a vocês que dentro de mim eu estou muito feliz, porque acho que era o único clube do Brasil e do mundo que pudesse propiciar uma festa a esses caras, que quando vocês olharem para a camisa de vocês, que vocês se lembrem que esses caras representam uma estrela que vocês têm no peito. Mais que despedida minha, gostaria que vocês encarassem como homenagem a vocês, vocês fizeram parte da historia desse clube e todos estamos sendo homenageados hoje.
Torcedor são-paulino, ano que vem, quarta-feira de Libertadores, estaremos juntos aqui. Agora, em uma outra função, junto de vocês torcedores, onde meu coração fica. Duas coisas: essa camisa 01, que ha alguns anos venho usando, parece que nao será mais usada. A camisa número 1, com toda clareza e necessidade, continuará graçs a Deus, porque assim serei lembrado por cada um de vocês. O 01, a partir de hoje, é uma extensão da minha carreira e é dedicada a todos vocês. Que a cada vez que venham ao Morumbi, deem continuidade a essa história com a lembrança de vocês. Beatriz, Clara e Henrique, teu pai ama vocês até o fim da vida.
Meu último pedido, este não foi combinado, talvez seja o mais difícil, mas um dia vai acontecer. Acabei de pedir inclusive aos meus familiares, que quado eu morrer, meu corpo seja cremado e as cinzxas jogadas no Morumbi. Que seja cremado e as cinzas do meu corpo jogadas aqui para que eu lembre para sempre de tudo o que aconteceu aqui. Muito obrigado!