São Paulo quer zerar dívida até 2019 e usar 50% das vendas em reforços
Mesmo que nenhum jogador seja negociado, diretor executivo financeiro do clube garante que, se o time tiver alguma necessidade, podem ocorrer contratações durante o Paulista
Voltar a conquistar títulos e, ao mesmo tempo, ficar sem dívidas. Essa é a meta do São Paulo que, do ponto de vista econômico, sente que teve um bom ano em 2017, conseguindo R$ 156 milhões com a venda de atletas na temporada. E a ideia é manter-se negociando jogadores, mas não os titulares, e aplicar metade do que for arrecadado nas transações em reforços.
- Em discussão com a diretoria de futebol, com a aprovação do presidente, decidiu-se, primeiramente, manter ou elevar a capacidade do time de conquistar títulos, como sempre ocorreu com o São Paulo. Há prioridade no futebol, mas, ao mesmo tempo, responsabilidade financeira. Temos de balancear e decidimos que, do montante vindo de jogadores que foram vendidos, 50% serão reaplicados na compra de atletas - disse o diretor executivo financeiro Elias Barquete Albarello à rádio Globo.
Em meio às críticas a respeito do desmanche ocorrido no elenco ao longo da temporada, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, costuma defender-se citando a diminuição da dívida. Segundo Albarello, em 2017, ela foi reduzida em mais de R$ 60 milhões, e pode zerar em dois anos.
- A dívida total passou de R$ 142 milhões para R$ 80 milhões. O orçamento aprovado em dezembro do ano passado tinha como resultado um déficit de R$ 7,5 milhões e, agora, falamos em superávit de R$ 15 a R$ 20 milhões. Havia a previsão de captação de recursos, a maior parte de bancos, de R$ 70 milhões, e fizemos isso na ordem de R$ 25 milhões. Grande parte disso é resultante da venda de jogadores e do esforço na redução de despesas - falou o diretor financeiro.
- Nosso objetivo é zerar totalmente a dívida entre 2018 e 2019. Para isso, necessitamos de recursos. Contamos com as vendas de jogadores, mas sem desmantelar time. Podemos olhar para jogadores que não serão utilizados. Precisamos ser criativos e captar recursos, aumentar a busca por patrocínios, um novo contrato de fornecimento de uniforme. E é bom lembrar que não temos controle sobre a pretensão do atleta de ser vendido - prosseguiu,
Apesar do discurso de responsabilidade financeira, destinando o dinheiro da negociação de atletas para reforçar o elenco, Albarello admite que é possível que ocorram mais contratações já nos primeiros meses da temporada. Tudo influenciado pelo desempenho dentro de campo.
- A princípio, consideramos como conceito usar esses 50% das vendas, mas, evidentemente, dependendo da performance do time no Campeonato Paulista, se a diretoria de futebol e a comissão técnica identificarem a contratação de um, dois, três atletas, vamos fazer isso. Não está separado um valor especificamente para compra de jogadores, mas há um indicador razoável. Depende muito da necessidade, da posição, do tipo de atleta disponível no mercado. Precisaremos ser muito criativos para trazer atletas.