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Raí explica saída de Aguirre e crê em mais chances de G4 para o São Paulo

Diretor-executivo diz que um conjunto de situações levaram a demissão do treinador uruguaio, que será substituído por auxiliar. Dirigente chamou a responsabilidade

Raí admite carências, mas diz que o elenco tem condições de brigar pelo título paulista
imagem cameraRaí, diretor-executivo do São Paulo (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 12/11/2018
19:02
Atualizado em 13/11/2018
10:31

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Diretor-executivo do São Paulo, Raí foi o responsável por comentar a demissão do técnico Diego Aguirre. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, no CT da Barra Funda, o dirigente elencou as razões que fizeram a diretoria optar pela troca no comando e disse que, a partir de agora, acredita que o time terá mais chances de terminar o Campeonato Brasileiro no G4. Atualmente, o Tricolor ocupa a quinta colocação com 58 pontos, mesma pontuação do Grêmio, em quarto por ter uma vitória a mais. As duas equipes se enfrentam na próxima quinta-feira, no Morumbi, pela 34ª rodada.

Antes da entrevista coletiva, Raí fez um pronunciamento elencando os motivos para ter feito a mudança e disse que a decisão foi encabeçada por ele. Chamou a responsabilidade. O dirigente também chegou a dizer que a mensagem do trabalho de Aguirre não estava mais sendo absorvida pelos jogadores.

- Claro que a comissão tentou de tudo, trabalhando aqui, mas a própria comissão reconheceu que estava difícil. Isso fez com que tomássemos a decisão de que não seguiria para 2019. Deixando claro para ele (Aguirre) que uma das principais razões é que a gente acredita que vai ter uma reação, uma melhora, por isso a decisão é difícil, por isso há riscos. Tem responsabilidades, que eu encabecei - afirmou o dirigente.

- Da forma que vinha vindo, e as pessoas com que discuti, nos leva a crer que teremos mais chances de estar entre os quatro primeiros, o G4. Essa é uma das principais razões. Mudança é sempre traumática, envolve relações humanas. Neste momento de tomar uma decisão ou outra, temos que pensar também naquilo que a gente acredita, o interesse da instituição. Classificando-se entre os quatro primeiros, temos uma vantagem muito boa para a próxima temporada - completou o ídolo do São Paulo, referindo-se ao fato de a posição dar vaga direto na fase de grupos da Libertadores.


Raí falou por cerca de 15 minutos. Antes de abrir para as perguntas, pediu aos jornalistas que não questionassem sobre a definição de comando para o ano que vem, pois não faria projeções. O substituto de Aguirre será o auxiliar André Jardine, integrante da comissão permanente do São Paulo. Raí não descartou que ele seja efetivado no cargo de treinador após as cinco partidas que restam do Brasileiro. 

O dirigente do São Paulo assegurou que a decisão pela saída de Aguirre não foi fruto de um caso específico, como a insatisfação do meia-atacante Nene com decisões do treinador de deixá-lo no banco nas últimas partidas. Mas tudo entra em um pacote. 

Aguirre tinha contrato até dezembro deste ano e, segundo Raí, antecipou-se a saída pelo fato de a diretoria ter decidido que o vínculo não será renovado. Acompanhe abaixo trechos da entrevista do dirigente. 

Pronunciamento
Primeiramente, entendo a repercussão, a surpresa, porque não foi uma decisão fácil. O mais fácil seria deixar as coisas como estão. A decisão foi encabeçada por mim. Conversadas com algumas pessoas, mas encabeçadas por mim. Queria deixar claro meu agradecimento ao trabalho do Aguirre, tudo que ele fez pelo São Paulo, o profissionalismo e muita coisa que vai ficar, como todo bom profissional que passa deixa seu legado. Reconhecemos a importância dele, o momento que ele chegou, o momento ótimo que a equipe teve e que nos dá condição de brigar pela vaga na Libertadores. A partir do momento que tem uma dúvida, teria de tomar naquele momento, não poderia se arrastar. Como foi dito, a decisão de saída do Aguirre, algo que vinha sendo discutido e amadurecido há pouco tempo, já tínhamos decidido, mas não compartilhado com ele, pelo rendimento nas últimas dez, 11 rodadas. Sentimos que o trabalho não estava surtindo o efeito, não tendo uma reação, dificuldade de conseguir resultados. Pontos que conseguimos nas últimas partidas, foram partidas que não satisfizeram a comissão nem os jogadores. A maneira como jogou.

Sobre André Jardine
Antes de eu estar aqui até, já tinha gente convicta de que ele deveria estar em parte no trabalho profissional, como parte de uma comissão permanente. Ele esteve aqui, acompanhou e sempre foi e é uma opção de assumir o São Paulo, como está assumindo agora até o fim do ano. Vamos guardar o direito de que qualquer pergunta sobre 2019, é algo que vamos discutir internamente, não vamos emitir opinião neste momento. São opções. Ele colaborou muito, se mostrando cada vez mais à vontade, aqui no ambiente do CT da Barra Funda, no profissional. Logo em seguida tivemos a conversa com o elenco, depois o Jardine mostrando suas visões, pontos. Ele demonstrou uma confiança incrível no seu trabalho, no grupo, transmitiu isso a ele, e tenho certeza de que irá recebê-lo muito bem.

O caso Nene e comemoração do gol contra o Corinthians, em que jogadores não foram até Aguirre, influenciou?
Tenho todas as explicações para deixar claro que a decisão não tem nada a ver com uma situação, foi uma sequência e pensando que isso pode aumentar nossas chances de estar no G4. Isso não teve nenhum peso.

Mais Nene
Já falamos outras vezes que o comportamento do Nene não foi adequado em alguns momentos, ele saiu irritado daquele jogo. Conversamos. E quando ele entrou no jogo, entrou com muita vontade, correu, tentou ajudar. Mas algumas atitudes, não só do Nene, temos que estar atentos, a gente reprova cobra, e faz internamente. E isso foi colocado.


Relação de Aguirre com o grupo

Não existiu um fato. Existiu uma série de observações, não só pelos resultados, mas a forma, dificuldades, e isso é algo importante também, que a mensagem e o recado não estavam sendo absorvidos da mesma forma do que em outros momentos. A decisão é levando tudo em consideração, e também a possibilidade de a gente ficar no G4.

Muitas trocas de comando não atrapalham?
Entendo a surpresa de vocês, é que o ponto de vista de vocês é diferente de quem está aqui dentro. Impossível saber tudo, mas é questão de ponto de vista. Existem circunstâncias. Não é, obviamente, você busca o ideal, trabalho de continuidade, e isso é permanente. Eu aproveito para trazer aqui minha bagagem de atleta, líder, capitão, ídolo bem sucedido aqui dentro, que carrega um conhecimento de vivência, não digo que o que estamos fazendo é louvável, entendo, mas cito que antes da chegada do Telê Santana, tivemos Forlán, Carlos Alberto Silva e encaixou um que a filosofia foi se identificando cada vez mais com o grupo, com a instituição e isso foi fazendo fortalecendo. Toda decisão tem seu risco e acrescento, que a responsabilidade é de todos.

Falou com Ricardo Rocha e Lugano?
Com o Ricardo Rocha, eu conversei com ele sobre a situação do Aguirre, a opinião dele. Obviamente isso não vem de agora. Troco informações com ele permanentemente e traz muitas colaborações. Tentei conversar com o Lugano durante o dia, deixei recado, e o comuniquei. O cargo do Lugano é superintendente de relações institucionais, obviamente se escuta as opiniões dele, mas não é o cargo dele.




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