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Raí relata desafio como dirigente do São Paulo: ‘Tirar a capa de ídolo’

Em meio às oscilações do time em campo, o diretor executivo de futebol do Tricolor concedeu entrevista ao "Estadão" e, entre outro assuntos, falou de seu trabalho no clube

Raí
Raí relatou desafios como dirigente do São Paulo em entrevista ao "Estadão" (Foto: Renata Damasio/São Paulo FC)

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Quando o time não vai bem dentro de campo e os títulos não são conquistados, as reclamações sobram para todos os lados, como tem acontecido com o São Paulo, que vê Raí, um de seus principais ídolos, ser alvo de críticas por parte dos torcedores enquanto dirigente do clube. Sobre esses e outros assuntos, ele falou em entrevista para a jornalista Sonia Racy, responsável pela coluna "Direto da Fonte", do "Estado de S. Paulo".

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Há dois anos na função de diretor executivo de futebol, Raí admitiu que sabia que correria o risco de passar por reclamações, xingamentos e até de manchar sua imagem como ídolo tricolor. No entanto, ele disse estar sendo um aprendizado, algo que inclusive leva ao engrandecimento pessoal.

- Um dos grandes aprendizados meus foi tirar a capa de ídolo e me expor como dirigente. Está sendo, além da contribuição que eu estou dando, um grande desafio. Mas eu acho que a carreira que construí não tem como ser destruída. Posso ser momentaneamente questionado pela paixão que o futebol suscita, mas eu percebo hoje que isso só vai me engrandecer como pessoa. E se algumas manchas na minha imagem de ídolo acontecerem, tudo bem. É uma decisão que tem um impacto grande na vida cotidiano - declarou.

Durante a entrevista, Sonia lembrou de quando o ex-técnico Muricy Ramalho disse que o São Paulo se acomodou e por isso, em algum momento, acabou ficando para trás, enquanto outros clubes passaram à frente.

- O Muricy tinha razão, há muito tempo o São Paulo já vem buscando o caminho certo. Fomos campeões da Libertadores, do mundo… Enquanto isso todos os outros clubes estavam trabalhando. Tem uma tendência de acomodação depois de um sucessão de vitórias. Mas o São Paulo já passou faz bastante tempo dessa fase - ponderou.

Raí aproveitou também para falar sobre a possibilidade de os clubes virarem empresa no Brasil. O dirigente é um apoiador desse movimento e acredita que o São Paulo está pronto para a mudança, que já é trabalhada no clube inclusive com conversas com o deputado Rodrigo Maia, que encabeça os trâmites em Brasília sobre o assunto e já esteve no CT da Barra Funda como convidado.

- É, hoje é o caminho, a profissionalização das gestões. E o São Paulo sempre foi um clube de vanguarda, de pioneirismo. O São Paulo já mudou o estatuto há três anos pensando nisso. Também encomendamos estudos. Está nos planos. Um dos grandes benefícios é a profissionalização maior da gestão, planejamento melhor de médio e de longo prazo, pensando em explorar tudo que uma marca como o São Paulo pode dar. O Flamengo, mesmo não virando empresa, fez um ótimo trabalho nesse sentido - concluiu.

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