Um dos jogadores mais queridos pela torcida no atual elenco do São Paulo, Reinaldo nem sempre ouviu aplausos no Morumbi. Nesta quarta-feira, em entrevista ao canal oficial do clube no Youtube, o lateral-esquerdo lembrou que ouvia vaias ainda no vestiário, no anúncio da escalação, em sua primeira passagem pelo Tricolor.
- Não vou mentir que eu escutava (as vaias) no vestiário quando anunciavam o número 16. Eu ficava um pouco triste, mas entrava no campo e tentava fazer meu melhor, trabalhando sempre com a minha humildade. Hoje faço uma jogada e gritam meu nome, quando anunciam o número 14 também, chega a arrepiar lá dentro do vestiário. Passa um filme na cabeça, porque antes era só vaia, e hoje o torcedor grita meu nome e aplaude. Esses jogos no Morumbi estão sendo de arrepiar - disse.
- Eu cheguei com um Brasileirão só (na carreira) e infelizmente não tinha ido muito bem no Sport. Lutamos até a última rodada, mas caímos. Quando cheguei eram três laterais aqui e o Paulo Autuori me deu oportunidade contra o Corinthians, depois teve a ida para a Alemanha, Portugal, Japão. Depois veio o professor Muricy, a gente estava brigando para sair da zona do rebaixamento e chegamos na semifinal da Sul-Americana. O professor Muricy falou para renovarem comigo, para eu ficar, e isso foi muito bom. O outro ano também foi bom, a gente foi vice-campeão brasileiro. Em 2015, não foi muito bom. Fui emprestado e agora estou com mais bagagem, mais experiente e mais maduro.
Emprestado à Ponte Preta em 2016 e à Chapecoense em 2017, Reinaldo ainda era visto com certa desconfiança quando voltou ao São Paulo, em janeiro, mas fixou-se como titular da lateral e virou uma das lideranças do elenco. Hoje, já sonha em ser eternizado nas paredes do CT, que têm quadros das equipes campeãs ao longo da história.
- Em todo momento, desde que saí, minha cabeça era de voltar para o São Paulo, chegar aqui e fazer história. Já estou há uns quatro, cinco anos aqui nesse CT, e tem um quadro do meu conterrâneo Willian José, campeão da Sul-Americana. É muito bom ver os ídolos ali. Eu vou lutar muito para colocar o quadro desse elenco nesse CT. Eu vou estar nessa foto, se Deus quiser - emendou ele, que citou o título brasileiro como principal sonho no momento.
- Eu não sei nem explicar o que vai ser se isso se realizar, chegar na minha cidade campeão brasileiro. Não tem nem como imaginar. Lá tem muito são-paulino, minha família, meus irmãos são são-paulinos. Vou comemorar muito com eles.
O São Paulo volta a campo às 16h de domingo, no Morumbi, contra o Fluminense. Já foram vendidos 31 mil ingressos para a partida pela terceira rodada do returno. E Reinaldo, antes alvo de vaias da multidão, agora quer ver o estádio sempre cheio:
- Eu estava longe ano passado, mas não deixava de ver os jogos. Me lembro bem do jogo contra o Cruzeiro, com o Morumbi lotado, bonito de ver. O Hernanes acabou com o jogo. Essa energia que começou o ano passado é muito boa. No último jogo, contra o Ceará, o torcedor não desacreditou em nenhum momento, deu força para nós. Espero que daqui até o último jogo eles estejam lá nos apoiando. Para domingo agora, quem não comprou ainda, que compre, porque é muito importante para nós ter essa sintonia com a torcida, essa energia positiva vindo da arquibancada.