São Paulo banca Jardine, mas início de trabalho não agrada
Diretoria não esconde que esperava muito mais neste início de ano, mas não pretende demitir o treinador neste momento. Pressão pode ficar insustentável em caso de eliminação
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A não ser que algo mude nas próximas horas, a derrota por 2 a 0 para o Talleres (ARG), em Córdoba, não resultará na demissão de André Jardine do cargo de treinador do São Paulo. O treino desta quinta-feira, que seria aberto à imprensa, será todo realizado com portões fechados, mas isso não significa que o futuro do gaúcho de 39 anos estará em discussão no CT da Barra Funda.
Raí, diretor de futebol do clube, deu um voto de confiança público a Jardine logo após o jogo na Argentina e afirmou que "a tendência é que tenha bastante tempo para trabalhar". A diretoria, porém, não esconde que não está satisfeita com o início de trabalho e que espera melhoras com urgência.
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- Continuo acreditando no estilo dele, no trabalho e nos resultados. Obviamente está bem abaixo do que a gente esperava até agora, mas acredito bastante no trabalho dele no dia a dia, no poder de mobilizar os jogadores - disse Raí.
Uma eliminação na quarta-feira que vem, dependendo de como a equipe se apresentar, pode tornar a pressão pela troca de treinador insuportável. O nome de Jardine divide opiniões desde sua escolha para substituir Diego Aguirre, em novembro do ano passado, mas o ex-auxiliar sempre teve as duas figuras mais pesadas do clube ao seu lado: tanto Raí quanto o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva são entusiastas do trabalho dele e foram os maiores defensores de sua efetivação.
Os resultados, porém, estão muito longe do esperado. Jardine acumulou duas derrotas, dois empates e só uma vitória nas cinco rodadas finais do Brasileirão de 2018 e não conseguiu cumprir o objetivo de levar o São Paulo direto para a fase de grupos da Libertadores - era o que a diretoria pretendia ao demitir Diego Aguirre na reta final da temporada. Em 2019, contando a Florida Cup, são cinco derrotas e três vitórias. Jardine acredita que deve ser cobrado apenas pelo que acontece neste ano.
- Não gosto de ficar justificando, acho que tenho que assumir todo mau resultado, mas acho bastante injusto fazer a conexão com o ano passado. Eu peguei um fim de trabalho, com uma identidade de jogo bastante diferente da que eu acredito, praticamente sem tempo para treinar e modificar qualquer coisa. Acho até que, pelo tempo que tivemos ano passado, conseguimos alguma evolução, mas o resultado nem sempre vem. Esse ano, sim. Eu também me cobro bastante. Acho que o São Paulo precisa jogar mais, precisa ter controle de jogo, mas esse processo não é tão rápido. Estamos tentando usar todo o tempo de treino que temos para evoluir algumas coisas, sabemos que estamos enfrentando jogos decisivos - disse o treinador.
Raí concorda com ele. O diretor assume toda a responsabilidade pela arriscada decisão de trocar um técnico de ideias prioritariamente defensivas por outro adepto de um jogo propositivo a cinco jogos do fim da temporada. Ao mesmo tempo, acredita que o elenco montado para este ano tinha potencial para estar rendendo melhor.
- No ano passado foi uma opção estratégica. Era fim de temporada e estávamos pensando na sequência. Agora é início de temporada e a tendência é que tenha bastante tempo para trabalhar, sabendo da urgência do resultado na Libertadores. Precisamos desse resultado, contamos com a torcida para ferver o Morumbi, e depois, pouco a pouco, ter os resultados e as atuações que todo mundo espera - finalizou Raí.
Antes de encarar a decisão contra o Talleres (ARG), na quarta que vem, às 21h30, no Morumbi, o São Paulo visita a Ponte Preta às 19h deste sábado.
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