Sem títulos, polêmicas internas e ‘vices’: como foi a trajetória de Rogério Ceni como técnico do São Paulo
Ceni assumiu o posto em outubro de 2021
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Rogério Ceni deixou o cargo de treinador do São Paulo na última quarta-feira (19). A saída foi anunciada pelo Tricolor, após uma reunião entre membros da diretoria e o ex-goleiro tricolor. Ceni chegou ao clube em outubro de 2021, no mesmo dia que a demissão de Hernán Crespo foi anunciada.
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Desde então, foram 107 jogos, com 50 vitórias, 28 empates e 29 derrotas. O último jogo comandado por Ceni foi a vitória contra o Puerto Cabello, por 2 a 0, válida pela segunda rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana.
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Esta foi a segunda passagem de Ceni como treinador do Tricolor. A primeira tinha acontecido em 2017, mas o comandante deixou o cargo após 37 jogos. Entretanto, mais uma vez, deixa o CT da Barra Funda sem nenhum título - diferente da era tão vitoriosa e de idolatria que teve como jogador.
A passagem do ex-goleiro como técnico foi marcada pelos 'vices'. Mesmo que tenha enfatizado que sua maior meta era ser campeão, não conseguiu concretizar. Em 2022, chegou até a final do Campeonato Paulista, contra o Palmeiras, mas foi derrotado. Inclusive, este foi visto como um dos grandes vexames da temporada passada. Isso porque o Tricolor estava com uma vantagem por 3 a 1 no jogo de ida, e a equipe de Abel Ferreira virou o resultado após uma goleada por 4 a 0.
Na Copa Sul-Americana, no mesmo ano, viajou até Córdoba, na Argentina, para enfrentar o Independiente Del Valle. Mais uma vez, perdeu a chance de garantir o título - mesmo com o Tricolor sendo visto como um dos grandes favoritos.
No Brasileirão, não ficou próximo da taça, mas próximo da classificação para a Copa Libertadores. Porém, por uma posição não conseguiu. Na Copa do Brasil, encerrou sua participação na semifinal, após ser derrotado pelo Flamengo.
Neste ano, a situação complicou um pouco mais. Com a expectativa de, pela terceira edição seguida, chegar até a final do Campeonato Paulista, o sonho foi frustrado de forma precoce ainda nas quartas de final, após uma derrota contra o Água Santa - que mais tarde se tornou finalista, contra o Palmeiras. E foi a partir daí que a situação começou a esquentar.
A pressão existia, mas a ideia é que Ceni conseguisse ajustar as rédeas do clube durante a intertemporada, antes de retornar para os próximos compromissos que aguardavam. Porém, mesmo com a estreia vitoriosa na Copa Sul-Americana, contra o Tigre, emplacou uma sequência não tão boa na Copa do Brasil - no empate sem gols contra o Ituano em casa -, e no Brasileiro - com a derrota pelo Botafogo por 2 a 1.
Problemas com elenco?
Mas não foram somente os resultados que marcaram a trajetória de Rogério Ceni pelo São Paulo. Alguns problemas internos também surgiram neste caminho - que envolveram até mesmo discussão com alguns jogadores.
No final da temporada 2022, Patrick - atualmente no Atlético-MG -, teria se incomodado com certas atitudes do ex-técnico. Mais especificamente, na penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. Mesmo enquanto o São Paulo ainda vencia por 1 a 0, Patrick foi substituído na volta do segundo tempo, dando lugar a Giuliano Galoppo. Na etapa final, em menos de quinze minutos, o Tricolor sofreu três gols, marcados por Germán Cano.
O incômodo do ex-atleta do Tricolor teria sido motivado pelas substituições frequentes que estava enfrentando. A discussão aconteceu no vestiário, após o término da partida. Mesmo com a saída do meia, os dois sempre enfatizaram que era um assunto que tinha sido resolvido.
Recentemente, algo parecido aconteceu com Marcos Paulo. A discussão aconteceu no último mês, após a eliminação da equipe no Campeonato Paulista contra o Água Santa, quando jogador fez uma postagem suspeita nas redes sociais.
Marcos Paulo compartilhou uma foto em seu Instagram com a letra de uma música que dizia uma frase emblemática sobre 'hipocrisia e simpatia serem uma junção venenosa'. Até então, parecia só mais uma postagem normal, mas o que chamou atenção foram algumas curtidas do jogador em comentários de torcedores. Estes comentários criticando justamente Rogério Ceni.
O restante do elenco teria se incomodado com a reação de Rogério Ceni com o caso, o que começou a esquentar a discussão. Após o último jogo do treinador com a equipe, contra o Puerto Cabello, Ceni trouxe este assunto à tona, e mais uma vez, afirmou que estava tudo resolvido.
Mesmo assim, tirando estas exceções, o elenco sempre pareceu se dar bem com o ex-técnico. Inclusive, nas redes sociais, nomes como Calleri, Nestor, Moreira, se manifestaram pouco tempo após o anúncio da sua saída, se despedindo e agradecendo ao trabalho prestado.
Durante quase um ano e oito meses, 23 jogadores chegaram ao Tricolor sob o comando de Rogério Ceni. Agora, ao que tudo indica, os próximos passos do clube devem seguir o mesmo caminho de 2017. Isso porque o principal nome no radar é o mesmo que sucedeu Ceni na primeira passagem: Dorival Júnior.
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