‘São Paulo tem tradição internacional. O Toluca, ainda não’

Editor do Récord (Mexico) faz para o LANCE! um Raio X  do rival são-paulino nas oitavas da Libertadores. Ele vê o "Diablo Rojo" em melhor momento. Mas lista pontos fracos do time 

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"O Toluca não vai bem no Campeonato Mexicano. Todas as suas fichas estão depositadas numa vitória neste sábado contra o América para que o time, que festeja nesta temporada o seu centenário, permaneça com chance de classificação para as quartas de final, a primeira fase do mata-mata do Clausura.

Mas está difícil. O comportamento do time é muito irregular na LIga Mexicana. Pode até vencer o América, mas a rodada seguinte seria uma incógnita.

Por outro lado, o Toluca fez uma fase de grupos muito boa na Libertadores. Estava naquele que era considerado um Grupo da Morte e foi o seu líder sem muito esforço, fazendo boas partidas e perdendo apenas na última rodada, por um placar mínimo para o Grêmio. Isso jogando com o time B (o principal se prepara há uma semana para o América).

Por isso, aqui no México todos consideram que este é o momento para o Toluca ganhar maior relevância no plano internacional, apostando as fichas na Libertadores.  Afinal, embora seja um dos grandes do país, muito temido pelo rivais e tenha vários títulos nacionais, fora do México o Toluca nunca conseguiu muita coisa.

Para o confronto com o São Paulo, a confiança é grande. Na primeira fase a equipe mostrou o seu estilo de sempre impor o seu ritmo, nunca deixando o rival ter a iniciativa de nada.  Baseia o jogo na posse de bola e ataca sem parar com os laterais. Oxalá seja assim contra o São Paulo, que embora não tenha feito uma fase de grupos de encher os olhos é um time que impõe muito respeito pela enorme tradição que tem em torneios internacionais (justamente, como falei anteriormente, o calcanhar de Aquiles dos "Diablos").

Também não podemos esquecer que o Toluca tem pontos fracos. Os dirigidos pelo paraguaio José Saturnino Cardozo têm duas debilidades que precisam de correções urgentes. A primeira: quando não está com a bola, há uma dificuldade muito grande para seus jogadores conseguirem recuperá-la. Isso faz os rivais aparecerem muitas vezes próximo à área. A segunda é a pior: se o time perde a bola e cede o contra-ataque, seus jogadores defensivos não são rápidos. A idade pesa para isso:  os zagueiros Paulo da Silva, o alicerce da defesa, tem 36 anos. Seu companheiro de zaga, Galindo, é outro balzaquiano (33 anos).

Para completar, há um fator que tira o sono do Toluca. O melhor atacante e certamente o jogador que mais respeito impõe ao rivais é Enrique Triverio. Mas ele está com lesão no tornozelo, com certeza estará ausente da partida no Morumbi. 

Como o treinador Cardozo não é de fazer grandes alterações na equipe e no esquema, caso nenhum jogador se machuque contra o América dá para assegurar que o comandante, contra o São Paulo, usará o 4-4-2 e escalará a seguinte equipe: Talavera, Rodriguez, Paulo da Silva, Galindo e Flores;
Rios, Trejo, Esquivel, Cuevas; Vega e Uribe."


Alejandro Asmitia é editor e um dos fundadores do Diário Récord, um dos parceiros do Pool do L!

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