Idolatria da torcida, Rogério Ceni, gols, assédio de rivais e fim de contrato: o fator Luan no São Paulo
Volante cultiva admiração dos tricolores, mas parece não comover o maior deles: o técnico
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Qual o tamanho de Luan no São Paulo? Depende. Nas arquibancadas, onde até a principal torcida organizada exigiu sua escalação, a idolatria e titularidade é mais do que garantida. Mas e no banco de reservas, onde o técnico Rogério Ceni se mostra resistente em colocar a mais admirada das 'Crias de Cotia' nos 11 iniciais?
O debate sobre o papel do autor do gol do último título do Tricolor, o Campeonato Paulista de 2021, vem sendo reaberto pelos lados do Morumbi após pipocarem notícias sobre interesse de clubes rivais no futebol do volante, cujo contrato vai até o final do ano. E pelo que consta hoje, não deverá ser renovado com facilidade. Seja pelo assédio, seja pela preterição de Ceni.
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E a coisa promete crescer. Tudo graças ao gol marcado pelo camisa 8 na vitória por 3 a 1 sobre o Santos, domingo (12). Na reta final do jogo, em pleno Morumbi, Luan pegou a bola, avançou livre sem marcação e finalizou de fora da área para marcar o terceiro tento e selar o placar.
Na comemoração, gestos que misturaram emoção e, talvez, desabafo? Nunca saberemos de fato, mas não é difícil de associar com fatos que ocorrem com Luan desde que se recuperou de grave contusão na reta final da temporada passada e voltou à equipe.
Mas houve desdobramentos. Em sua entrevista após o jogo, Rogério Ceni foi direto em sua avaliação e deu uma declaração que soou à parte da torcida como uma resposta ao jogador.
- O Luan entrou no minuto 70, num dez contra oito. O Méndez se manteve como primeiro volante, e o Luan tem qualidade para jogar. Ele é acostumado a ser primeiro volante, mas, num dez contra oito, contra um time que só se defende, ele pode jogar mais adiantado e se dar ao luxo de chegar mais, tanto é que faz um belíssimo gol numa finalização de fora da área. O Luan é um jogador bem específico para proteger a zaga, mas, numa necessidade de ir e voltar em combate, eu acho que ele ainda não está pronto (para fazer isso) ao longo de noventa minutos. Mas, logicamente, ele briga pela sua posição.
Se houvesse qualquer resto de dúvida, Ceni tratou de jogar para o público um assunto que vem causando polêmica dentro do Morumbi: o contrato do volante. E justificou para a decisão da não-titularidade de Luan como parte da política adotada de não utilizar jogadores cujo vínculo está em vias de se encerrar.
- Existe a questão contratual, que o São Paulo tem como parâmetro não usar jogadores (próximos do) vencimento de contrato. Essa é uma questão que precisamos tentar resolver. Eu acho que ele vai evoluindo aos poucos. Fez um belíssimo gol hoje (domingo), apoiou, abriu os braços… é legal da parte dele poder fazer gols e comemorar, porque ele pôde jogar numa posição mais adiantada que não é a dele. O jogo permitia isso. Em um dez contra dez, contra um time rápido, como é o do Santos, talvez ele tenha um pouco mais de dificuldade neste momento. Mas eu espero que ele melhore a cada dia.
Tudo certo até aí não fossem duas situações. Primeiro: a medida era válida até então, pelo informado, para revelações da base. Motivo pelo qual Talles Wander, mesmo artilheiro tricolor da Copa São Paulo de juniores, não foi promovido quando o clube necessitava de um centroavante reserva. Segundo: Igor Gomes, também longe da renovação contratual, foi escalado até o final por Ceni.
O que a fala do comandante são-paulino pode significar? Muita coisa nas entrelinhas... Inclusive uma sinalização pública de que Luan de fato está longe de ter a renovação encaminhada no Morumbi.
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O QUE ACONTECE COM A CRIA DE COTIA?
O LANCE! revelou que que o clube vem encontrando dificuldades para conversar sobre uma renovação com o volante. À reportagem, dirigentes contam que pelo menos duas reuniões para tratar do assunto foram recusadas. Pelo lado do jogador, sinalizações de que não houveram conversas.
Recentemente, Luan chamou a atenção dos são-paulinos ao apagar de suas redes sociais qualquer menção ao São Paulo. E atiçou os rivais palmeirenses por passar a seguir atletas do rival alviverde. Foi o suficiente para se iniciar os boatos de que estaria negociando para 'pular o muro' do CT da Barra Funda (o centro de treinamento rival é vizinho).
Boato ou não, a 'aproximação' entre Luan e Palmeiras foi o fator primordial para fazer com que dirigentes tricolores antecipassem as conversas pela renovação.
A liberação de um volante era algo que já estava nos planos de Ceni. A avaliação, conforme o L! revelou em dezembro, era de que havia muitas opções para o setor, já que a chegada de Méndez estava prevista. A primeira escolha do treinador para deixar o Morumbi foi Luan. Mas o jogador pediu uma segunda chance e fez um trabalho intenso de treinamento em plenas férias, o que cativou o treinador.
Luan fez até o momento cinco jogos pelo Tricolor, todos vindos do banco de reservas. São apenas 74 minutos ao todo em campo.
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