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Wellington será o quinto ‘Rato’ da história do São Paulo: lista de ‘animais’ no Tricolor é extensa

Reforço para 2023 precisa ter melhor sorte que 'roedores antecessores' no Tricolor

Wellington Rato - São Paulo
imagem cameraRato durante treinamento do Tricolor no CT da Barra Funda, no domingo (Foto: Divulgação)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 20/12/2022
01:35
Atualizado em 20/12/2022
08:59

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Wellington Rato chegou ao São Paulo. O ponta, que se tornou a venda mais cara da história do Atlético-GO, pode ter quebrado recorde no Centro-Oeste. Mas no Morumbi, contudo, nem seu 'nome de guerra' é algo inédito. Será o quinto da história a usar o animal - simpático a alguns, asqueroso a outros -, como jogador do Tricolor.

Levantamento feito pelo LANCE! junto com o pesquisador Alexandre Giesbrecht, autor da página 'Anotações Tricolores' e um dos maiores especialistas da história do clube do Morumbi identificou que outros quatro 'ratos' participaram da história são-paulina.


+ São Paulo: quem sai, quem fica e as principais movimentações do clube no mercado

Na verdade, o roedor faz parte do Tricolor desde as suas origens. Pouco mais de dois meses depois da fundação, Waldemar Antônio de Oliveira Ratto, ou simplesmente Rato, foi um dos 11 escalados no dia 30 de março de 1930 no empate em 2 a 2 do São Paulo no clássico contra o Palestra Itália, atual Palmeiras, em jogo válido pelo Campeonato Paulista, no estádio da Floresta.

O que se sabe sobre Ratto? Nada, praticamente. O atacante nunca mais voltou a vestir a camisa tricolor na história. Nos primórdios são-paulinos, os registros eram todos incipientes. Sequer dados como local de nascimento, data e dia da morte são conhecidos pelos historiadores oficiais do clube.

São Paulo x Palestra Itália -  1930
Imagens do jogo entre São Paulo e Palestra Itália de 1930 (Foto: Reprodução acervo Alexandre Giesbrecht)
Ratinho - São Paulo
Ratinho e a Bíblia: vocação religiosa pesou mais que o futebol (Foto: Reprodução)

RATINHO - ATACANTE - 1973 A 1975

Mais sorte teve o segundo rato da história são-paulina. Pelo menos no que se diz em matéria de registros, não de bola nos pés.

Heitor Martinho de Souza, o Ratinho, chegou ao Morumbi em 1973 já com certo renome pelo que tinha feito entre 1966 e 1972 com a camisa da Portuguesa, que o havia contratado do Marcílio Dias, de Santa Catarina, seu estado natal, e onde era tido como um fenômeno pelo que produzia nos gramados.

Foi chutado pela Rubro-Verde em episódio conhecido como a 'Noite do Galo Bravo', onde o então presidente lusitano, Osvaldo Teixeira Duarte, dispensou nada menos que seis jogadores após uma derrota por 1 a 0 para o Santa Cruz, em pleno Parque Antártica, pelo Campeonato Brasileiro de 1972.

Encontrando guarida no Morumbi, Ratinho não repetiu o futebol dos tempos de Lusa. Após um início como titular absoluto, perdeu espaço. E chegou a ser a terceira opção para o ataque são-paulino no início de 1975, quando acabou negociado com o Joinville. Fez 30 jogos ao todo, com apenas três gols marcados.

A queda brusca de rendimento após a dispensa da Lusa foi creditada, à época, a uma mudança brusca de comportamento de Ratinho. Abalado com o episódio, se converteu às Testemunhas de Jeová e com isso estaria trocando a dedicação em treinos e jogos às pregações pela Grande São Paulo, como apontou a revista 'Placar' em 1974. Cobrado pela diretoria, ameaçou abandonar a carreira em prol da religião.

Já pastor, morreu em 11 de fevereiro de 2001, aos 58 anos, em São Francisco do Sul (SC), cidade onde nascera, ao ser uma das seis vítimas fatais de um acidente automobilístico de grandes proporções na rodovia SC-495.

Ratinho - São Paulo
Ratinho expõe sua fé e traça o seu futuro (Reprodução/Revista Placar)
Édson Ratinho e Rivaldo - São Paulo - 2011
Édson Ratinho (direita) e seu melhor amigo na carreira, Rivaldo (Foto: Divulgação/SPFC)

ÉDSON RATINHO - LATERAL-DIREITO - 2011

Édson Ramos da Silva até tentou se livrar do 'apelido animalesco' ao chegar no São Paulo como um dos reforços para a temporada 2011. Mas a alcunha era utilizada até por seu maior mentor no futebol: Rivaldo. Sim, estamos falando do pentacampeão mundial.

Foi o ex-meia quem indicou Ratinho aos dirigentes do Morumbi. Havia descoberto o lateral-direito no futebol paraibano quando dirigente do Mogi Mirim (ao mesmo tempo em que usou a camisa 10 são-paulina). Viraram melhores amigos. E tiveram uma parceria em que atuaram juntos por cinco clubes

Foi com a credencial do grande craque, em fim de carreira no Morumbi que Édson chegou ao clube que diz ser torcedor desde criança, emprestado pelo Mallorca, da Espanha.

Mesmo assim foram apenas 57 minutos, em um empate em 1 a 1 com o Oeste, pelo Campeonato Paulista daquele ano.

À 'ESPN' em 2016, o lateral-direito se disse vítima de perseguição do então treinador do São Paulo, Paulo César Carpegiani. E que por isso pediu para deixar o clube com menos de seis meses.

- Antes de acertar eu falei com o Carpegiani, o presidente (Juvenal Juvêncio) e o Milton Cruz e todos deram ok. Cheguei com a expectativa de jogar porque o São Paulo não tinha lateral de ofício. Eu tinha vindo do campeonato mais visto e disputado o mundo que era o Espanhol. Não tinha laterais e não tive oportunidades. Quando não jogava o Jean improvisado, era o Xandão ou Rhodolfo que são zagueiros, sendo que eu era da posição.

- No começo do Brasileiro eu pedi para ir embora porque não aguentava mais tanta sacanagem. Eu não estar nem sendo relacionado, isso para mim foi uma situação muito difícil. Entrei e um acordo e rescindi o contrato - disse Ratinho, que continuou sua sina de 'cigano da bola' e rodou por mais oito clubes, até pendurar as chuteiras no Joinville, em 2021.

Édson Ratinho e Willian José - São Paulo - 2011
Ratinho (esquerda) apresentado no Tricolor junto de William José, por Leco (Foto: Acervo LANCE!)
Mickey - São Paulo
Mickey em seus tempos de São Paulo (Fotos: Morumbiteca)

MICKEY - ATACANTE - 1976 a 1978

Está bem, admitimos, trapaceamos nesta última... Mas o que é o personagem mais famoso de Walt Disney senão um camundongo. Então está na lista.

O catarinense Adalberto Kretzer é mais famoso no futebol pelo que fez com a camisa de outro tricolor, o Fluminense, onde foi o herói de dois títulos importantes das Laranjeiras: a Taça de Prata de 1970 (hoje equivalente ao Campeonato Brasileiro) e o Campeonato Carioca de 1971.

Mickey, cogitado para defender a Seleção Brasileira do tri no México, rodou pelo futebol colombiano, Olaria (!!!) e Bahia até chegar ao São Paulo em 1976.

Foi contratado para suprir uma carência do elenco, constantemente prejudicado na vaga de centroavante. Mirandinha se recuperava de cirurgia desde 1974 e Serginho Chulapa, joia promovida da base, já apresentava os conhecidos problemas de indisciplina que lhe custaram suspensões recorrentes.

Mesmo como coadjuvante no Morumbi, muito longe do status de ídolo que tinha em terras cariocas, ficou até 1978 no clube. Os 45 jogos evidenciam o posto de reserva. Mas os 17 gols marcados lhe dão uma surpreendente boa média.

À 'Placar' em 1977, Mickey revelou os motivos pelos quais permanecia no São Paulo como reserva mesmo sendo desejado por inúmeros clubes. A revista lista Botafogo, Vasco, Náutico (PE), Vitória (BA) e o ABC de Natal (RN) como interessados em seu futebol.

- Estou em um clube estruturado, com salários em dia, feliz e adaptado. Em uma cidade que me oferece toda a estrutura para mim e minha família. E sou reserva de um cara fora de série como o Serginho.

O título brasileiro de 1977 foi o ponto final da trajetória de Mickey no Morumbi (é o único jogador campeão dessa lista). Serginho chutou um auxiliar durante a competição, pegou um gancho de 11 meses. Mas Mirandinha se recuperou e virou titular. Para piorar, o carismático centroavante sofreu uma grave fratura no início do Campeonato Paulista de 1978 e perdeu de vez o pouco espaço que tinha.

Nunca mais se recuperou, passando por Ceará naquele ano e encerrando a carreira em 1980 no Avaí, já prejudicado pela contusão. Virou jornalista, comentando partidas em rádios de Santa Catarina e editando periódicos esportivos. Atualmente mora em Balneário Camboriú.

Mickey - São Paulo
Mickey cativou a torcida logo em sua estreia pelo Tricolor (Reprodução/Placar)


A 'ARCA DE NOÉ' SÃO-PAULINA

No levantamento feito pelo L!, o São Paulo teve 38 jogadores com alguma alcunha referente a animais em sua história. Além de dois treinadores. Confira:

Abelha
Goleiro
1984 e 1985
31 jogos

Alexandre Pato
Atacante
Entre 2014 e 2020
136 jogos - 47 gols

Aranha
Lateral-direito
1968
2 jogos

Canarinho
Goleiro
1959
2 jogos

Carneiro
Meia
1958
1 jogo

Coelho
Atacante
1936
8 jogos - 1 gol

Dino
Atacante
1985
1 jogo

Dino
Meia
1948 a 1952
24 jogos

Dino Sani
Volante
1954 a 1961
324 jogos - 113 gols

Dodô
Atacante
1995 a 1999
169 jogos - 93 gols

Édson Cegonha
Volante
1969 a 1973
208 jogos - 17 gols

Falcão
Volante
1985 e 1986
15 jogos - 1 gol

Falcão
Meia
2005
7 jogos

Formiga
Atacante
1930
4 jogos - 1 gol

Gallo
Volante
1997 e 1998
41 jogos - 2 gols

Ganso
Meia
2012 a 2016
221 jogos - 24 gols

Geraldo Touro
Atacante
1984 e 1985
60 jogos - 5 gols

Gonzalo Carneiro
Atacante
2018 a 2021
34 jogos - 2 gols

Guará
Atacante
1972
1 jogo

Jahú
Atacante
1930
2 jogos

Lula
Zagueiro
1992 e 1993
32 jogos - 2 gols

Palhinha
Atacante
1992 a 1995
232 jogos - 71 gols

Pardal
Atacante
1941 a 1946
112 jogos - 56 gols

Passarinho
Atacante
1980
1 jogo

Pavão
Lateral-direito
1991 a 1995
73 jogos - 1 gol

Peixinho
Atacante
1959 a 1961
63 jogos - 17 gols

Pintado
Volante
Entre 1985 e 1993
119 jogos - 2 gols

Pita
Meia
1984 a 1988
249 jogos - 47 gols

Reginaldo Cachorrão
Zagueiro
2001 e 2002
28 jogos - 3 gols

Sabiá
Zagueiro
1936 e 1937
12 jogos

Siriri
Atacante
1930 e 1931
46 jogos - 19 gols

Tico
Atacante
1989
6 jogos

Tico
Atacante
1995
7 jogos - 3 gols

TÉCNICOS

Émerson Leão (entre 2004 e 2013)
Chico Formiga (1981 e 1982)

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