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10 anos do 7 a 1: Ainda marcada pela tragédia, o que a Seleção Brasileira quer ser?

O impacto da tragédia nos rumos do nosso futebol. Mal começamos e já está Alemanha 1 a 0

Seleção Brasileira – 10 anos do 7 a 1
imagem cameraDerrota por 7 a 1 completa 10 anos (Foto: Arte Lance!)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 08/07/2024
08:00
Atualizado em 08/07/2024
16:37

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Há 10 anos, a Seleção Brasileira perdeu por 7 a 1 para a Alemanha, no Mineirão, pelas semifinais da Copa do Mundo. O dia 9 de julho de 2014 marcou a maior tragédia dentro das quatro linhas que o futebol brasileiro já viu. A derrota deixa marcas até hoje, com influência em debates e decisões, além de consequências que continuam a impactar o esporte preferido do país. Mas, afinal, o que o Brasil quer ser e planeja para o futuro no futebol?

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Ao longo do dia, o Lance! revisita e analisa o evento mais importante para o futebol brasileiro neste século. O trauma e as repercussões, que duram 10 anos, serão relembradas em oito partes. 7 + 1. A última, um fio de esperança: o esforço que a CBF e parte dos torcedores faz para tentar reviver os dias de glória.

O que mudou no jogo?

A começar pela razão de todo o frisson, o que acontece nas quatro linhas. O viés de baixa segue até hoje, com jogadores questionados e resultados ruins. O último ainda é fresco na memória, a derrota nos pênaltis para o Uruguai, no último sábado (6), que tirou a Seleção da Copa América nas quartas de final.

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Como o 7 a 1 mudou a nossa percepção do futebol e a organização dos nossos times? Para explicar, convidamos o jornalista e analista tático Leonardo Miranda (veja no vídeo acima). Ele defende que o primeiro reflexo daquele acontecimento fez os times brasileiros ficarem acuados. Depois, a aposta foi na qualidade do jogo.

— Primeiro, os treinadores daqui se voltaram a times que se defendem de forma um pouco mais complexa, com jogadores que atuam compactados, que pressionam com a marcação à frente. O Corinthians de 2015 é um exemplo claro disso. Em uma segunda onda, houve os times que se organizam com a bola. Times que saem de trás e chegam ao gol de forma organizada e fluida. Muito se fala do Flamengo de Jorge Jesus, mas o Palmeiras de Abel Ferreira também faz isso por anos — disse.

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Felipão e Abel Ferreira - Athletico-PR x Palmeiras
Felipão, técnico da Copa de 2014, com Abel Ferreira (Foto: Reprodução/Instagram Palmeiras)

E o Brasil fora de campo?

Assim como demora a acontecer em campo, fora dele o 7 a 1 não provocou a revolução que parte da torcida e da crítica esperavam. O futebol brasileiro continuou a funcionar com uma lógica parecida, principalmente política.

— Todas as mudanças esbarravam muito na política da CBF e das federações. Esse movimento foi congelado pelo sucesso da Seleção do Tite. Até a chegada do Jorge Jesus e, depois, a queda na Copa de 2022. Depois, o amadurecimento da lei de SAFs. A SAF muda o jeito que os clubes são geridos, era uma gestão muito amadora — pontuou Leonardo Miranda.

A chegada dos clubes-empresa, que também sofrem questionamentos, fez a balança mudar. Mas a verdade é que os clubes que dominam o cenário nacional, Flamengo e Palmeiras, colhem o que foi plantado muito antes do 7 a 1.

— O Brasil ainda está aprendendo a ter uma liga forte, fortalecer os times daqui, a ter clubes responsáveis financeiramente e formadores — analisou.

Leila Pereira e Rodolfo Landim: Flamengo, Palmeiras e São Paulo
Leila e Rodolfo Landim, presidentes de Palmeiras e Flamengo, respectivamente (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

O que a Seleção Brasileira quer ser?

Para Leonardo, o principal ensinamento do 7 a 1 foi o choque de realidade do torcedor brasileiro na disputa entre seleções. Há muitas equipes do mesmo nível ou até melhores que o Brasil, diferentemente da impressão geral.

— Em termos de resultados, a Seleção Brasileira vive um dos piores momentos. Mas existe um excesso de cobrança por protagonismo. Vale lembrar que ninguém colocava o Brasil como favorito nas últimas três conquistas de Copa do Mundo.

Um problema que precisa ser corrigido é a falta de referências no meio de campo. Jogadores para pensar e acalmar o jogo. Sobram atacantes, faltam "camisas 8". Mesmo assim, a formação do elenco é promissora. O futebol brasileiro voltou a ter um postulante a melhor do mundo, Vinicius Jr., e outros nomes são cotados como protagonistas no nível mais alto do futebol mundial.

— Nunca tivemos tantos candidatos a protagonistas quanto hoje. Começa com Vinicius Jr., com Endrick, mas temos muitos outros. É um time para a Copa de 2026, para a Copa de 2030.

Vini Jr e Endrick – Seleção Brasileira
Endrick e Vini despontam como protagonistas do Brasil (Foto: Rafael Ribeiro/ CBF)

É hora de revisitarmos o que aconteceu

Voltando no tempo, hoje é 08 de Julho de 2014. Brasil e Alemanha em campo, no Mineirão, disputam vaga na grande final da Copa do Mundo. O árbitro mal apitou, o cronômetro ainda marca 10 minutos do primeiro tempo, e os alemães já fizeram o primeiro gol. Começou a série do Lance! sobre os 10 anos do 7 a 1!

Os oito gols do especial 10 anos do 7 a 1 do Lance!

1 a 0: O que a Seleção quer ser?
2 a 0: Goleada afetou até a mística da camisa 10
3 a 0: As mentiras de 2014 seguem vivas
4 a 0: As marcas do resultado mais surpreendente das Copas
5 a 0: A relação do trauma com a avalanche de técnicos estrangeiros no Brasil
6 a 0: Os números da crise de resultados
7 a 0: título alemão coroou projeto que o Brasil precisa começar
7 a 1: Ações buscam reaproximar Seleção da torcida

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