Análise: Brasil prova que não deve a ninguém e se coloca como uma das favoritas à Copa do Mundo
Time de Tite atesta que não dá chance ao azar, diferentemente de rivais europeus, e atuação na altitude é para que não se coloque defeito sobre a Seleção Brasileira
A atuação do Brasil na goleada sobre a Bolívia, em La Paz, mostrou que o time de Tite está mais do que pronto para a Copa do Mundo. E se ainda havia desconfiança sobre o trabalho do técnico brasileiro, os 4 a 0 na La Verde, no Hernando Siles, deixou claro que quem deve temer são os adversários.
Muitas vezes tratada como uma equipe burocrática, que pouco encantava e que às vezes deixava a desejar no setor ofensivo, a Seleção Brasileira foi eficiente diante de um rival muito complicado. Com a altitude de 3.600 metros contra, o Brasil jogou com inteligência e conseguiu sua maior vitória em La Paz.
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Até a última terça-feira, a única vitória brasileira sobre os bolivianos na cidade da partida pelas Eliminatórias Sul-Americanas havia sido em 1981, há 41 anos. Na ocasião, a equipe comandada por Telê Santana venceu os donos da casa por 2 a 1, com gols de Sócrates e Reinaldo.
Jogando com inteligência, sabendo dos limites e das dificuldades de se atuar tão longe do nível do mar, a Seleção Brasileira não quis impor o ritmo desde o início para ter fôlego até o fim. E mesmo quando esteve acuada, a equipe de Tite foi segura na defesa, mostrando que é capaz de segurar os rivais.
Em um local tão desafiador, o Brasil fez jus ao posto de segunda melhor seleção do mundo segundo ranking da Fifa, mas o desempenho foi de quem quer voltar ao topo. Não só na tabela da entidade máxima do futebol, mas também com a taça mais cobiçada do planeta.
Não bastasse apenas a atuação convincente contra os bolivianos, a Seleção Brasileira também quebrou um recorde que durava 20 anos: o de melhor campanha da história das Eliminatórias Sul-Americanas no atual formato. No ciclo para a Copa do Mundo de 2002 a Argentina fez 43 pontos, mas foi superada pelo time de Tite, que chegou aos 45 pontos com esta goleada.
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Em tempos de grandes do Velho Continente que deixam a desejar, como a Itália sem ir à Copa do Mundo em duas edições seguidas, Portugal precisando da repescagem para garantir sua classificação, ou mesmo a atual campeã mundial França fracassando na Eurocopa, a Seleção Brasileira não dá chances ao azar contra os mais simples e faz o básico quando necessário com os mais complicados.
Sexta-feira é dia de sorteio e de conhecer os rivais do Brasil na fase de grupos da Copa do Mundo. E com a possibilidade de ter adversários como Alemanha, Holanda ou Dinamarca na chave, quem precisa temer alguém não é a Seleção Brasileira, mas sim quem irá enfrentar Tite e companhia.
* Estagiário, sob a supervisão de Victor Mendes.