ANÁLISE: Jesus salva a Seleção, mas torcedor precisa é da paciência de Jó
Vitória magra sobre o vice-lanterna não esconde mau futebol do Brasil
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Igor Jesus foi a segunda melhor notícia do Brasil na vitória por 2 a 1 sobre o Chile. A melhor, claro, foi o próprio triunfo. Mas teve outras: a Seleção Brasileira enfim mostrou poder de reação, foi melhor que o seu adversário durante a maior parte do jogo e subiu na tabela das Eliminatórias. O problema é que, na Seleção atual, tudo isso é quase nada.
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Vencer o Chile fora de casa dá algum alívio a Dorival Júnior e melhora muito o ambiente do time, que agora terá pela frente o Peru — por ora, o lanterna — no Mané Garrincha, em Brasília. Com alguma sorte e o essencial juízo, a Seleção Brasileira irá encerrar esta data Fifa pela primeira vez com alguma margem na zona de classificação para a Copa do Mundo.
Mas tudo isso não é capaz de esconder a pobreza de futebol que o Brasil vem apresentando e as incertezas que rondam a cabeça de Dorival Júnior. Porque, tal qual o torcedor, é nítido que o treinador não sabe quem são os 11 titulares da Seleção.
A prova disso está na formação ofensiva, que muda a cada jogo. Sim, há os problemas de lesão e os cortes a cada convocação, mas isso não explica porque jogadores que sempre são chamados ficam no banco, e convocados pela primeira vez viram titulares.
Há um lado positivo e um negativo nessa dinâmica atravessada do treinador da Seleção Brasileira. O positivo é que Dorival demonstra que não tem compromisso com o erro. O negativo é que o time parece ter, e isso desde o início das Eliminatórias.
Brasil chega à metade das Eliminatórias fazendo testes
Preocupa também o fato de o Brasil entrar na metade final do qualificatório sul-americano fazendo testes a cada jogo. Raphinha um dia começa como atacante, no outro dia como meia, no outro nem começa, e no outro ainda nem é convocado. Andreas Pereira um dia é titular, no outro é banco, no outro é esquecido na lista, e no outro ainda é relembrado… para a vaga de um atacante.
Mas o Andreas não joga no meio? Ou é o Raphinha? Ou o Raphinha joga nas duas funções e o Andreas também? Ou...
Dorival Júnior tem lembrado a cada entrevista que, desde o fracasso na Copa do Mundo do Catar, o torcedor e a imprensa clamam por uma renovação. E ressalta, na sequência, que isso demanda tempo até que os resultados apareçam em campo.
Disse o treinador do Brasil logo após a vitória sobre o Chile que “vamos chegar com uma equipe muito forte daqui a dois anos, porém, passaremos aí alguns apertos”. Por isso, insistiu, “temos que ter um pouquinho de paciência”.
Só que faz tanto tempo que a Seleção Brasileira passa por apertos, que dá a impressão que o último relato de bom futebol está perdido em algum lugar no Antigo Testamento.
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