ANÁLISE: Seleção Brasileira sofre sem necessidade em primeiro teste sem Neymar
Tite insistiu em esquema que se mostrava ineficiente desde os primeiros minutos e contou com a individualidade para vencer a Suíça
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O Brasil não fez uma grande partida em seu primeiro duelo sem Neymar na Copa do Mundo do Qatar. A vitória por 1 a 0 sobre a Suíça garantiu garantiu a vaga nas oitavas de final da competição. Entretanto, o triunfo não contou com o coletivo, que não foi bem armado por Tite, mas sim com as individualidades de Rodrygo e de Casemiro. A partida, porém, deixou lições que devem ser utilizadas nos próximos desafios do Mundial.
A opção de Tite por colocar Fred no lugar de Neymar e adiantar Lucas Paquetá se mostrou equivocada desde os primeiros minutos da etapa inicial. A culpa não era da presença de Paquetá, mas sim da ausência de função de Fred no meio-campo. Diante do estilo suíço, que não queria muito jogo, o volante era mais construtor do que destruidor.
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E aí faltou mais contribuição ofensiva, que já não tinha Neymar, o melhor jogador desse grupo. Havia uma certa demora para rodar a bola e se movimentar. Paquetá não conseguia dar o apoio aos dois pontas, enquanto os laterais não desciam. Para completar, o time se mostrava pouco intenso e muito disperso. Isso refletia também na defesa, que sofreu para marcar Embolo e cobrir o lado direito.
O 0 a 0 na primeira etapa foi muito justo, o Brasil não mereceu nada melhor do que isso. Era preciso mudar depois do intervalo, e Tite mudou, mas insistiu no erro. Tirou Paquetá e colocou Rodrygo, um jogador de ataque, mas mantinha Fred em campo, sem função. O volante levou amarelo pouco depois e acabou substituído por Bruno Guimarães.
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Em poucos toques na bola, Bruno Guimarães, outro volante, mas de característica diferente de Fred, já mostrou que sua participação fazia mais sentido, embora o jogo ainda pedisse por um jogador mais ofensivo. Tite, porém, não mudou de ideia e trocou o famoso "seis por meia dúzia".
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Rodrygo ainda não havia deslanchado, então Antony e Gabriel Jesus entraram nas vagas de Raphinha e Richarlison, que também não foram bem. O jogo não rolava, não saía, até que a presença de dois volantes fez efeito. Bruno Guimarães conseguiu trocar de função, e Casemiro foi mais à frente, dentro da área. E foi lá que ele recebeu um toque de Rodrygo e meteu um golaço para tirar o zero do placar, na individualidade, sem coletivo.
Já no final do jogo, apesar de um cenário que permitia uma atuação ainda mais burocrática para administrar o resultado, o Brasil se soltou e buscou marcar mais em cima, criando algumas oportunidades no último terço do campo. No entanto, o duelo terminou mesmo no 1 a 0, suficiente para garantir vaga nas oitavas de final da Copa.
O teste contra a Suíça, o primeiro sem Neymar no Mundial, não disse muito sobre a ausência do craque, mas sim sobre as decisões de Tite, que foram completamente diferentes do que a partida pedia. Diante de uma seleção que praticamente não quis jogar, que fez cera desde os primeiros minutos, não havia necessidade de engessar a equipe. Fica a lição para os próximos desafios. O Brasil não precisa ser tão burocrático.
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