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Suor e lágrimas! Após sete anos, Brasil e Chile se reencontram nesta sexta-feira em um duelo eliminatório

Agora nas quartas da Copa América, Seleção Brasileira encontrará 'La Roja'. Veja os caminhos que as duas seleções traçaram após o confronto pelas oitavas da Copa de 2014

Brasil 1 x 1 Chile - Copa do Mundo de 2014 (28 de junho de 2014)
imagem cameraPartida, vencida pelo Brasil nos pênaltis, ficou marcada por choro de Thiago Silva (Foto: VANDERLEI ALMEIDA / AFP)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 01/07/2021
18:14
Atualizado em 02/07/2021
11:58

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Embalada pelo seu início promissor na Copa América, a Seleção Brasileira reencontrará nesta sexta-feira (2) em um mata-mata o Chile, adversário que rende lembranças históricas. A última delas ainda está bem viva na memória dos torcedores. Entre suor e lágrimas, a equipe canarinha penou no empate em 1 a 1 até, enfim, eliminar "La Roja" nos pênaltis em duelo válido pelas oitavas de final da Copa do Mundo de 2014. Foi a última vez que os países fizeram um confronto eliminatório. 

Remanescente da Seleção que atuou no duelo do Mineirão, o zagueiro Thiago Silva conta que ainda guarda lembranças do dia no qual chorou antes e depois das cobranças de pênaltis. Aos 36 anos, ele diz que o gosto do confronto de logo mais, no Nilton Santos, não será diferente.

- Não é revanche, não vou pensar no que aconteceu. Isso já ficou para trás. Hoje tenho experiência um pouco maior. A gente sabe por quem chorar, por quem derramar lágrimas. Se acontecer, vai acontecer naturalmente. Mais importante é que continuo na Seleção, sigo com orgulho, sigo motivado. É o que mais importa - declarou.

> Nesta sexta é pela Copa América! Lembre a Seleção Brasileira que encarou o Chile no Mundial de 2014

O duelo de sete anos atrás foi marcado por drama. A Seleção abriu o placar em cobrança de escanteio de Neymar na qual o próprio Thiago Silva escorou. Jara tentou cortar, mas a bola desviou em David Luiz e foi para a rede. O Chile igualou quando um cochilo de Hulk permitiu que Sánchez avançasse pela esquerda e finalizasse sem Júlio César ter oportunidade de defender.

Pouco inspirado, o Brasil tomou as rédeas da partida na etapa final, só que, à exceção de Hulk, não completava investidas. Já do lado chileno, as chances também não eram claras. Veio a prorrogação e a última chance de gol foi da equipe de Jorge Sampaoli: Pinilla engatou contra-ataque e encheu o pé, mas a bola caprichosamente carimbou o travessão a um minuto do fim.

Na marca de cal, a Seleção Brasileira venceu por 3 a 2, graças a Júlio César, que defendeu cobranças de Pinilla e Sánchez, enquanto Jara mandou para fora sua tentativa. David Luiz, Marcelo e Neymar converteram as cobranças, enquanto Hulk e Willian desperdiçaram. Aránguiz e Díaz marcaram para os chilenos. De lá para cá, porém, muita coisa aconteceria nas duas seleções até este reencontro.

CHILE BICAMPEÃO DA COPA AMÉRICA

Chile campeão Copa América 2015
Chile é campeão Copa América 2015: início de uma grande fase (Foto: NELSON ALMEIDA)

A Copa do Mundo de 2014 trouxe impactos diferentes nas duas seleções. Jorge Sampaoli teve tempo para lapidar a geração que chamou a atenção na competição no Brasil (e, em seu grupo, teve vitórias sobre Austrália e Espanha).

Pouco a pouco, nomes como Claudio Bravo, Isla, Medel, Aránguiz, Vidal, Beausejour, Vargas e Sánchez foram sobressaindo na Copa América de 2015. Além de obterem 100% de aproveitamento na primeira fase, os chilenos desbancaram o favorito Uruguai, eliminaram na semifinal o Peru e, para surpresa do continente, derrotaram a Argentina de Messi nos pênaltis, em Santiago. 

No ano seguinte, Sampaoli saiu de "La Roja" por desentendimento com a Associação Chilena de Futebol. Mas Juan Antonio Pizzi manteve o ímpeto e, em especial, a espinha dorsal da equipe na disputa da Copa América Centenário.

Após um início no qual passou em segundo lugar no seu grupo, a equipe chilena mostrou seu poder de fogo no mata-mata. Com direito a quatro gols de Vargas, massacrou por 7 a 0 o México. Depois, eliminou a Colômbia com um 2 a 0. E a reedição do confronto com a Argentina foi emblemática. Após empate em 0 a 0 no tempo normal, Messi desperdiçou sua cobrança, assim como Vidal. Contudo, "La Roja" se impôs outra vez, decretando a vitória por 4 a 2 nos pênaltis. 

SELEÇÃO BRASILEIRA PATINA

Dunga - Copa América 2016
Dunga: frustração em duas Copas Américas com a Seleção (Foto: AFP / HECTOR RETAMAL)

Após a classificação sobre o Chile, a Seleção Brasileira seguiu na Copa do Mundo, mas passou por dois duros golpes: as goleadas que sofreu para a Alemanha por 7 a 1, na semifinal, e para a Holanda, por 3 a 0, na decisão do terceiro lugar, ainda sob o comando de Luiz Felipe Scolari. Enquanto recolhia os cacos, a CBF recorreu a um velho conhecido da torcida: Dunga, capitão do tetracampeonato brasileiro e comandante do Mundial de 2010.

Desta vez, o treinador abriu espaço para que Neymar, Ganso, Casemiro, Coutinho e Firmino apresentarem seu futebol e tentou também renovar a Seleção com nomes como Jefferson, Everton Ribeiro e Elias. Além disto, nomes como Thiago Silva e Hulk continuaram na equipe. Mas os resultados não vieram. 

Assim como aconteceu na edição de 2011 (sob o comando de Mano Menezes), o sonho do Brasil vencer a Copa América de 2015 ruiu diante do Paraguai nos pênaltis após empate em 1 a 1 no tempo normal. Everton Ribeiro e Douglas Costa desperdiçaram as cobranças e custaram o revés por 4 a 3 nas quartas de final.

No ano seguinte, o início oscilante nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 trouxeram desconfianças para o torcedor. Na Copa América Centenário, Dunga deu brechas para jogadores com idade olímpica mostrarem seu futebol, casos do goleiro Ederson, dos zagueiros Rodrigo Caio e Marquinhos e do atacante Gabigol. Mas a equipe titubeou e foi eliminada na primeira fase, de maneira controversa: Ruidíaz, de mão, garantiu a vitória por 1 a 0 do Peru. O técnico foi demitido ainda em junho.

CHEGADA DE TITE NO BRASIL E GANGORRA ENTRE AS SELEÇÕES

Brasil 3 x 0 Chile - 10/10/2017
Sob o comando de Tite, Seleção foi bem nas Eliminatórias e sepultou sonhos do Chile ir para o Mundial (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

No fim de junho de 2016, Tite foi anunciado como novo treinador da Seleção Brasileira. A equipe não demorou a reagir nas Eliminatórias da Copa do Mundo: foram nove vitórias consecutivas em jogos oficial (interrompidos apenas pelo 1 a 1 com a Colômbia). Além disto, jogadores como Paulinho, Renato Augusto, Coutinho e Gabriel Jesus começaram a se afirmar sob seu comando. Daniel Alves e Thiago Silva, do grupo de 2014, se mantiveram no grupo, assim como o astro Neymar.

Enquanto isso, um Chile marcado por altos, baixos e resultados surpreendentes  negativamente (como uma derrota por 3 a 0 para o Paraguai em seus domínios) lutava para se manter vivo. Até encarar o Brasil na última rodada das Eliminatórias em solo brasileiro.

Já classificada por antecipação, a equipe canarinha soube se impor com tranquilidade no Allianz Parque. Ao deslanchar no segundo tempo, com um gol de Paulinho e dois de Gabriel Jesus, a equipe tirou da geração de Vidal, Valdívia, Aránguiz e Sánchez o sonho de ir para o Mundial de 2018.

- Com Pizzi, foi mantida praticamente a mesma base do Chile que venceu as duas edições da Copa América. Depois da eliminação, a ANFP tentou fazer mudanças com a chegada de Rueda - recordou Juan Ignacio Gardella, jornalista de "El Grafico Chile", ao LANCE!.

VOTO DE CONFIANÇA EM TITE APÓS 2018 E TÍTULO NA COPA AMÉRICA DE 2019

Brasil levantando a taça da Copa América de 2019.
Seleção campeã em 2019: renovação gradual começa (Foto: AFP)

A Seleção partiu para a Rússia levando o sonho do hexacampeonato. Após um início hesitante, no qual empatou com a Suíça, vieram triunfos sobre Costa Rica e Sérvia. Além disso, a equipe de Tite mandou o México para casa. Contudo, uma partida oscilante diante da Bélgica acabou com o sonho devido ao revés por 2 a 1.

Apesar da queda nas quartas de final, a CBF deu oportunidade para um segundo ciclo de Tite. No ano seguinte, os seus comandados driblaram desafios para ganharem o primeiro título de ponta sob seu comando, em um momento gradual de renovação.

Diante de um Maracanã cheio, a equipe canarinha derrotou o Peru por 3 a 1. Ao lado de nomes como Alisson, Daniel Alves, Thiago Silva, Casemiro, Willian (substituto de Neymar, que se machucou antes do torneio), Firmino e Gabriel Jesus, novidades começavam a pintar, casos de Éder Militão, Richarlison, Arthur, Allan e Everton Cebolinha.

O Chile, por sua vez, confiou em uma nova mudança de bastão tanto para o torneio sul-americano quanto de olho na Copa de 2022. Reinaldo Rueda foi designado para o comando da equipe. Mesmo não chamando medalhões como Bravo e Valdívia, a espinha dorsal continuou a ser a bicampeã da Copa América (e que acabou em quarto lugar).

- Rueda chegou com este objetivo de trazer uma renovação, mas os resultados não o acompanharam e ele acabou saindo sem concluir o que pretendia. Salvo dois ou três jogadores, há muita dificuldade de trazer novidades para a equipe chilena - disse Gardella. 

NOVAS EMOÇÕES NESTA SEXTA

O Drama dos pênaltis. Brasil supera Chile nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2014
Neymar (abraçado a Felipão) na Copa de 2014, contra o Chile (JUAN MABROMATA / AFP

Daquele Brasil e Chile de 28 de junho de 2014, apenas dois jogadores seguem como titulares da equipe canarinha. Neymar era o outro. Curiosamente, Daniel Alves chegou a ser convocado para a Copa América, mas uma lesão o tirou desta edição da competição. 

Além disto, a equipe de Tite mantém seu ótimo retrospecto, liderando as Eliminatórias da Copa do Mundo com 100% de aproveitamento. Já na Copa América, abre espaço para "rodar" nomes como Renan Lodi, Fred, Everton Ribeiro, Lucas Paquetá e Gabigol.    

A seleção chilena, comandada por Martín Lasarte, recorre novamente a Vidal, Aránguiz e Vargas, que estiveram no Mineirão. Entretanto, vê em Maripán e, em especial, no inglês Ben Brereton, tímidos atalhos para renovar a atual sétima colocada nas Eliminatórias da Copa do Mundo.

Passados sete anos, Brasil e Chile se encaram no Nilton Santos em busca de se revigorarem em campo e partirem para a semifinal da Copa América. Sobram expectativas por novas emoções neste reencontro em uma partida eliminatória.

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