Brasil ‘acorda’ no segundo tempo e goleia Rússia antes de teste de fogo
Seleção encontra dificuldade contra barreira russa no primeiro tempo, mas muda situação na segunda etapa. Na terça-feira, duelo é contra a poderosa Alemanha em Berlim
Hoje, onde você espera estar no próximo dia 15 de julho? No Brasil ou no Luzhniki Stadium, palco da final da Copa do Mundo, na Rússia? Alguma dúvida? A Seleção Brasileira não tem, mas nesse mesmo estádio, em amistoso contra os donos da casa nesta sexta-feira, apresentou futebol que pode estar tanto lá quanto cá. No primeiro tempo, nada, veria a final pela TV. Já no segundo, tudo, deu esperança. Fato é que o Brasil venceu por 3 a 0 no penúltimo teste antes do anúncio da lista dos 23 jogadores que irão ao Mundial. Os gols foram marcados por Miranda, Philippe Coutinho e Paulinho.
A maldita linha de 5
Um dos fatores que fizeram a Seleção a fazer amistoso com a Rússia foi a necessidade de Tite de tentar encontrar soluções contra equipes que jogam com uma linha defensiva de cinco jogadores. Foi um terror contra a Inglaterra, em amistoso que terminou 0 a 0 e com o Brasil quase inútil no ataque. Pois a dificuldade se manteve em Moscou. O primeiro tempo foi mais uma demonstração de ineficiência contra esse tipo de esquema. O Brasil criou pouco, permitiu contra-ataques e por pouco não foi ao intervalo com placar adverso.
Mas por quê?
O Brasil não conseguiu furar os bloqueiros dos russos porque os jogadores de frente se movimentaram pouco e estiveram abaixo individualmente. Gabriel Jesus teve uma chance e desperdiçou, depois caiu. Coutinho não mostrou a qualidade desequilibrante e Douglas Costa parecia travado. Paulinho tampouco conseguiu infiltrar como elemento surpresa. Coube a Daniel Alves erguer bolas na área, com pouco sucesso.
Intervalo muda tudo
O jogo foi outro no segundo tempo. De cara, Douglas Costas deixou a timidez para trás e passou a arrancar pela esquerda. Coutinho despertou. Acumulou lances insinuantes entre as linhas russas, desmontando a segurança defensiva do adversário. O gol de Miranda saiu rápido, o que facilitou para o Brasil, após cobrança de escanteio que teve participação também de Thiago Silva. Com a quebra no placar, o Brasil teve tranquilidade para fazer seu jogo e sobrou. Coutinho aumentou de pênalti.
Efeito Paulinho
Pênalti sofrido pelo volante Paulinho, que passou a fazer o que tem de melhor: infiltrar. Assim, confundiu a marcação russa. E anotou o terceiro gol, após ótimo cruzamento de Willian. Será uma arma fundamental para o Brasil na Copa a presença constante do volante perto do gol.
Os cuidados defensivos
A Seleção também passou percalços atrás, que precisam ser corrigidos por Tite, levando em conta que haverão adversários mais fortes tecnicamente. Em um dos erros defensivos, cometido atrás, a bola sobrou para Dzagoev, que quase encobriu Alisson. Todo cuidado é pouco.
O eterno 7 a 1
Na terça-feira, o teste de fogo para a Seleção, em Berlim. O reencontro com a Alemanha e o fantasma de 2014. A Seleção precisará fazer ajustes e jogar com a mesma força durante todo o tempo. Para, além de qualquer revanche, dizer se está mais para ver a final do Brasil ou no Luzhniki Stadium.
FICHA TÉCNICA
RÚSSIA 0 x 3 BRASIL
Data-Hora: 23/03/2018; 13h (de Brasília)
Local: Luzhniki Stadium, em Moscou (RUS)
Árbitro: Aleksei Kulbakov (BLR)
Auxiliares: Dzmitry Zhuk e Aleh Maslianka (BLR)
Cartões amarelos: -
Cartões vermelhos: -
GOLS: Miranda, aos 7'/2T (0-1), Coutinho, aos 16'/2°T (0-2), Paulinho, 21'/2°T (0-3)
RÚSSIA: Akinfeev, Granat, Kudryashov e Kutepov; Samedov (Smolnikov, 34'/2T), Glushakov (Anton Miranchuk, 17',2°T), Zobnin (Erokhin, 39'/2°T), Miranchuk (Dzagoev, 8'/2°T), Golovin e Kombarov (Zhirkov, 31'/2°T); Smolov (Zabolotnyi, 26'/2°T). Técnico: Stanislav Cherchesov.
BRASIL: Alisson, Daniel Alves (Fagner, 38'/2°T), Miranda (Geromel, 40'/2°T), Thiago Silva e Marcelo; Casemiro, Paulinho (Renato Augusto, 26'/2°T), Willian (Taison, 33'/2°T), Philippe Coutinho (Fred, 33'/2°T) e Douglas Costa; Gabriel Jesus (Firmino, 20'/2°). Técnico: Tite.