Coringa de Tite, entenda como Paquetá se tornou titular absoluto da Seleção Brasileira
Meia participou do ciclo inteiro até chegar ao Qatar. Titularidade foi conquistada pela polivalência que potencializou o jogo de Neymar
A escalação do Brasil para a estreia da Copa do Mundo é um mistério. Duas possibilidades estão em pauta, uma mais conservadora, com Fred, outra mais ofensiva, com Vini Jr. Essas hipóteses só existem graças a polivalência de Lucas Paquetá, o coringa do técnico Tite na Seleção Brasileira, que pode tanto compor o meio-campo, como jogar pelo lado esquerdo do ataque.
A obediência tática fez Lucas Paquetá ganhar muitos pontos com a comissão técnica desde o início do ciclo para a Copa do Qatar. Cria do Flamengo, ele foi chamado por Tite logo na primeira convocação após o Mundial da Rússia, para os amistosos contra Estados Unidos e El Salvador. O meia, na época com 21 anos, entrou nos dois jogos e deixou boa impressão, tanto que ao retornar, já foi escalado como titular contra Panamá, partida em que marcou o primeiro gol, e República Tcheca.
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As boas atuações garantiram a presença de Lucas Paquetá na Copa América de 2019. O Brasil conquistou o título, mas o meia foi utilizado apenas uma vez, nos últimos minutos da partida contra o Paraguai, nas quartas de final, na qual a Seleção Brasileira avançou nos pênaltis. Mesmo sendo pouco utilizado, Lucas Paquetá se consolidou no grupo da Seleção Brasileira, mas ainda sem lugar cativo na equipe.
Essa condição foi conquistada na Copa América do ano passado disputada no Brasil. Na ocasião, Tite ainda buscava um time ideal e realizava muitas mudanças e conseguiu encaixar a equipe a partir da entrada de Lucas Paquetá. No primeiro momento, por ter se mostrado decisivo, com o gol que garantiu a classificação diante do Chile, nas quartas de final, após entrar no intervalo do jogo, que foi dramático depois da expulsão de Gabriel Jesus.
Lucas Paquetá voltou a ser decisivo ao marcar o gol da vitória sobre o Peru na semifinal, se consolidando de vez como titular do Brasil. Na decisão, o título ficou com a Argentina, mas Tite, a partir da Copa América, ganhou a peça que faltava na engrenagem da Seleção Brasileira.
O meia potencializou o jogo de Neymar, que passou a se movimentar livremente pelo campo, sem posição fixa, graças ao entendimento tático de Paquetá, que buscou ocupar os espaços deixados pelo camisa 10. Não por acaso, aquela foi a última derrota do Brasil. Desde então são 14 jogos, com 12 vitórias e dois empates, sempre com o "coringa" de Tite como titular, podendo ser meia, volante ou ponta-esquerda.