Da presença em campo em decisão histórica à chance como técnico interino: Ramon Menezes e a Seleção
Responsável por convocar o Brasil para amistoso contra o Marrocos, profissional soma, como jogador, presença em finais com a Seleção Sub-20 e disputa de Copa das Confederações
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Encarregado de comandar a Seleção Brasileira em sua primeira partida após a Copa do Mundo de 2022, Ramon Menezes guarda lembranças como jogador com a camisa canarinha. O ex-jogador, que anunciará na sexta-feira (3) a lista de convocados para o amistoso com Marrocos, em Tânger, no dia 25 de março, na primeira Data Fifa, guarda lembranças também dentro de campo.
Ramon, que atualmente é treinador da Seleção Brasileira Sub-20, foi alçado ao posto de treinador interino pelo mandatário da CBF, Ednaldo Rodrigues. A entidade ainda está definindo quem será o sucessor de Tite. O italiano Carlo Ancelotti é o nome mais cotado. Porém, para a partida contra os marroquinos, caberá a Ramon Menezes assumir interinamente a Seleção profissional.
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A primeira ligação de Ramon com a Seleção aconteceu no ano de 1991. O meia, à época no Cruzeiro, foi um dos convocados do treinador Ernesto Paulo para a disputa do Campeonato Sul-Americano Sub-20.
Ramon atuou ao lado de uma geração que trouxe o lateral-esquerdo Roberto Carlos, o zagueiro Andrei, o meio-campista Djair e os atacantes Paulo Nunes e Élber. A equipe canarinha classificou-se com sobras para o quadrangular final. Após empates com Uruguai e Argentina, os brasileiros se sagraram campeões com direito a momento decisivo de Ramon: o meia marcou o terceiro gol na vitória por 3 a 1 para o Paraguai (Paulo Nunes e Andrei fizeram os outros gols brasileiros).
Prestigiado, Ramon esteve entre os convocados de Ernesto Paulo para a disputa do Mundial Sub-20, realizado em Portugal. O jovem, lançado com frequência no decorrer das partidas, também foi para campo no decorrer da decisão no Estádio da Luz.
Do outro lado, os lusos, comandados por Carlos Queiroz, traziam uma geração promissora: o astro Figo, Rui Costa e Peixe eram alguns dos destaques. O Brasil vinha em uma campanha forte. Tinha despachado adversários como o México, a Suécia e, na semifinal, goleou a União Soviética. Além disso, Élber fez quatro gols e era artilheiro no torneio.
Porém, a decisão foi bastante acirrada. A Seleção Brasileira teve dois gols anulados de maneira polêmica. Brasileiros e portugueses batalharam muito, mas o empate em 0 a 0 persistiu, e a decisão foi para os pênaltis.
Ramon, que havia entrado no lugar de Paulo Nunes, foi o primeiro a cobrar para a Seleção Brasileira. O meia não hesitou ao deslocar o goleiro Brassard e, em seguida, foi apoiar o goleiro Roger, promessa do Flamengo. Mas o Brasil viu o título escapar. Élber e Marquinhos desperdiçaram suas cobranças, e Portugal de Figo celebrou no Estádio da Luz.
RAMON NA SELEÇÃO DE LEÃO
Passados dez anos, Ramon voltou a receber uma chance na Seleção Brasileira. O meia, então no Fluminense, estava entre a sucessão de novidades da lista de convocados para a disputa das Copa das Confederações.
Na competição, disputada na Ásia, curiosamente Ramon reencontrou Élber, seu contemporâneo de Seleção no Mundial Sub-20 de 1991. Entre os chamados pelo técnico Leão, estavam os volantes Leomar e Fábio Rockembach, os meias Robert, Vagner e Carlos Miguel, e os atacantes Sonny Anderson, Washington e Magno Alves.
Ramon entrou em campo no decorrer do amistoso contra o modesto Tokyo Verdy e ajudou a equipe canarinha a deslanchar em campo, garantindo a vitória por 2 a 0, com gols de Washington e Júlio Baptista.
Foram seis jogos na disputa da Copa das Confederações em solo asiático. Ramon bem que lutou para que os comandados de Leão fossem à frente. Na estreia, o camisa 20 deu passe para Carlos Miguel marcar um dos gols na vitória por 2 a 0 sobre Camarões (Washington fez o outro gol canarinho).
Só que o Brasil passou longe de ser convincente. Na primeira fase, classificou-se, apesar dos empates em 0 a 0 com Canadá e Japão.
Na semifinal, a França havia aberto o placar com Pirès. Ramon entrou em cena ao cobrar falta com precisão e igualar a partida (marcando seu único gol como profissional da Seleção). No entanto, uma falha coletiva de marcação custou a derrota por 2 a 1 para os franceses.
Além da frustração na semifinal, o Brasil amargou outro resultado ruim na decisão do terceiro lugar. Apático, perdeu por 1 a 0 para a Austrália. Depois do fim da Copa das Confederações, não recebeu mais oportunidades com a camisa canarinha.
Após ser campeão por onde passou como jogador e deixar seu legado em clubes como Cruzeiro, Vasco e Vitória e rodar por Bayer Leverkusen, Atlético-MG, Athletico-PR, Al Gharafa, Ramon Menezes iniciou gradativamente sua trajetória como treinador. Foram passagens por Tombense, Joinville, até receber votos de confiança no Vasco, CRB e Vitória, até chegar à base da Seleção.
Com moral na CBF por ter sido campeão do Sul-Americano Sub-20 de 2023 com a Seleção Brasileira, o ex-jogador se prepara para seu maior desafio como treinador.
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