Em 2003, Daiane do Santos conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil em um Mundial de Ginástica com uma apresentação praticamente perfeita ao som de "Brasileirinho", um choro de Waldir Azevedo. A gaúcha abriu as portas para o esporte, hoje dominado por Rebeca Andrade em escalas mundiais, se desenvolver no país. No futebol - e até em outras modalidades - a coisa não é diferente: a Seleção Brasileira dança para vibrar.
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Nesta semana, Roy Keane, ex-jogador irlandês que marcou época no Manchester United, criticou e falou em "desrespeito" ao citar as comemorações dos jogadores da Seleção Brasileira, que dançaram em todos os gols marcados na goleada por 4 a 1 sobre a Coreia do Sul, em jogo das quartas de final da Copa do Mundo.
A dança não é uma forma de desrespeitar, mas sim de expressão. Principalmente vindo de jogadores de futebol - em boa escala vindos de infâncias humildes, criados em comunidades e sempre tendo a música, além do esporte, como únicos caminhos para se desenvolverem e expressarem. Os ritmos mais populares - funk, pagode e samba - estão em contato aos ouvidos desde o berço. O fator, obviamente, não foge quando o assunto são os jogadores de futebol.
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E o ato não começou com Vini Jr, Neymar, Lucas Paquetá e companhia - pelo contrário. Em 2002, no Japão, Ronaldinho correu para a lateral do campo e começou a sambar para comemorar o golaço que fez contra a Inglaterra nas quartas de final da Copa do Mundo. A forma que o atacante achou para comemorar o então gol mais importante da carreira foi da mesma forma que ele havia sido acostumado desde criança com família e amigos: dançando.
Após o Mundial, os passinhos do samba viraram uma marca registrada do Gaúcho, que sempre comemorava com a dancinha quando podia. O camisa 10 inspirou toda uma geração de jogadores que vieram posteriormente - e ainda continuam chegando.
Os exemplos são inúmeros e vão ainda mais longe. A Seleção de 1982, embalada pelo samba "Voa Canarinho, Voa" - posteriormente gravada em estúdio pelo ex-lateral Júnior -, tinha o costume de chegar nas partidas do Mundial na Espanha fazendo uma 'roda de pagode' no ônibus a caminho do estádio. A prática se tornou comum para a Amarelinha.
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A música sempre acompanhou a Seleção Brasileira em Copas do Mundo. "A Taça do Mundo é nossa..." já dizia a letra da marchinha de Wagner Maugeri, que embalou a Canarinho rumo ao título em 1958, na Suécia.
Da ginástica ao futebol, o esporte no Brasil está praticamente ligado à música. As comemorações de Vini Jr e o elenco de 2022 não foram as primeiras - e tampouco as últimas - manifestações artísticas dos jogadores com a Amarelinha, que carrega todo um histórico envolvendo a música e os mais diversos ritmos.