Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da CBF, usou aeronaves de um dos investigados pela CPI do Futebol no Senado, o empresário Wagner Abrahão, que tem negócios com a entidade brasileira. Segundo informações do jornal “Folha de S.Paulo”, Del Nero levou amigos a Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, em helicóptero de Abrahão, dono do Grupo Águia.
De acordo com a publicação, Angra foi apenas um dos destinos de Del Nero patrocinados por Wagner Abrahão. Foram ao menos oito viagens, sendo seis como chefe da entidade e duas já afastado do cargo. Em pelo menos três ocasiões, a aeronave do dono do Grupo Águia levou apenas convidados do mandatário licenciado da CBF. No total, foram mais de 18 horas de voo.
Ricardo Teixeira e José Maria Marin, antecessores de Del Nero na presidência da CBF, também usaram aeronaves de Wagner Abrahão. O jornal diz que Teixeira fez cinco viagens no período de agosto a dezembro de 2015, na época o empresário já estava sendo investigado pela CPI. Cumprindo prisão domiciliar nos Estados Unidos, Marin chegou a usar o helicóptero de Abrahão três vezes.
O Grupo Águia cuida das viagens da seleção brasileira e também e dos times que disputam as séries B, C e D do Campeonato Brasileiro.
Em resposta a “Folha”, o grupo Águia, de Abrahão, recusou a comentar o assunto e mandou nota dizendo que "respeita a confidencialidade dos seus clientes". Já Del Nero não atendeu às ligações da reportagem.
Já a CBF informou que seus dirigentes podem usar as aeronaves e que os voos foram debitados em um acordo de compensação de horas da CBF com o empresário. A entidade ainda disse que o acerto previa que Abrahão pudesse também usar o helicóptero e o jato da própria CBF.