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Família Micale? Técnico da Seleção afirma: ‘Ganhei 18 filhos e 18 amigos’

Antes da final olímpica, comandante canarinho diz que sentirá falta do convívio com os jogadores. Ele também brinca com o fato de treinadores não receberem medalhas

Micale abraçando jogadores da Seleção
(Foto: Lucas Figueiredo / Mowa Press)

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Rogério Micale prefere abordar conceitos técnicos, táticos e falar sobre suas metodologias de trabalho em vez de recorrer a velhos chavões do futebol. Contudo, o termo "família", usado por treinadores para reforçar a união dos grupos que dirigem, pode ser evocado para descrever a relação do comandante da Seleção olímpica com seus jogadores.

Em um mês de trabalho, Micale ganhou a confiança e o carinho dos atletas. Acostumado a lidar com jovens em sua carreira como técnico, ele frequentemente conversa com seus comandados, muitas vezes em particular. Também é reconhecido por saber orientar e até dar broncas quando necessário, falando linguagem que os jogadores entendem.

O elenco canarinho também cativou Micale, como ele mesmo conta:

- Ganhei 18 filhos e 18 amigos. Me sinto muito bem com eles. Já sinto até falta da convivência - comentou em entrevista coletiva.

Aos 47 anos, o treinador atua como conselheiro dos atletas não só em assuntos relacionados ao futebol.

- Tirando o Renato Augusto e o Weverton, todos eles têm idade para serem filhos. Tenho filha da idade do Neymar. Me identifico com eles, são todos do bem, caras que a gente aprende a admirar, jovens... Vivemos em um mundo que oferece muitas vantagens, e a gente tenta atingir as expectativas de muita gente. Quando isso não acontece, a carga é pesada. Esquecemos que ali tem jovens de 18, 20 anos. Eles estão passando por um processo de amadurecimento e não é fácil. Muitas vezes eles ouvem coisas que não é verdade. Quando as críticas vêm de forma justa, de um lado que fere a verdade, é difícil. A gente procura dar esse suporte a eles, até familiar - destacou.

FALTA DE MEDALHAS

Micale não receberá a medalha de ouro mesmo que o Brasil vença a Alemanha no sábado. Isso porque o Comitê Olímpico Internacional não premia os treinadores. No entanto, ele já pensou em uma solução:

- Vou arrumar uma medalha para mim, nem que eu mande fazer. É um simbolo importante, a gente quer participar de uma situação como essa. Acredito que a CBF vai dar um jeito de fazer uma réplica, alguma coisa para a gente levar. É uma conquista que todo atleta ou membro da comissão quer. Só de estar aqui é motivo de orgulho, mas ser medalhista é uma grande honra.

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